Femminilità

Femminilità Diálogos sobre Saúde Mental da Mulher

Psicólogas Débora Andrade (CRP-09/013859) & Nayara Feitosa (CRP-013951)

"Que as mulheres sejam vítimas da ideologia da maternidade significa dizer que não questionam a escravização voluntária ...
05/07/2020

"Que as mulheres sejam vítimas da ideologia da maternidade significa dizer que não questionam a escravização voluntária ao lar e à família. O algoz é o inocente bebê, ele mesmo construído como objeto da suposta “natureza maternal da mulher”. Nesta ideologia, o amor materno é tratado como um dogma inquestionável da subjetividade daquela que não deseja mais nada além de ser a mãe perfeita. Esta ideologia sustenta que o vínculo entre a mãe e bebê é natural e que a cultura deve servir a ele. Amamentar torna-se uma obrigação sem a qual o filho pode perecer fisicamente ou sofrer danos psíquicos graves. No maternalismo, o filho é visto como se não fosse um ser social ligado também ao pai e aos outros membros da família e à sociedade. Se a mãe deve ser infalível, necessariamente culpada do que acontecer com seu filho caso ele não se comporte como impõe a regra. Claro que nesta ideologia não se leva em conta que existem tantas mulheres quanto desejos, que cada pessoa é um indivíduo singular. Pois a pensar assim não há como sustentar a “essência feminina”, sem a qual não há ideologia maternalista".

Trecho retirado da apresentação do livro de Elizabeth Badinter (2011) e escrito por Marcia Tiburi.

(Débora Andrade & Nayara Feitosa)

Legado nos Ossos é um filme estreado esse ano na Netflix e que se tornou um dos longas mais assistidos. O que poucos sab...
04/07/2020

Legado nos Ossos é um filme estreado esse ano na Netflix e que se tornou um dos longas mais assistidos. O que poucos sabem é que se trata da continuação do filme Guardião Invisível, também disponível na mesma plataforma. Os dois são adaptações da Trilogia Baztan, escrita pela autora espanhola Dolores Redondo. Por mais que o segundo longa se sustente como uma produção solo, assistir ao primeiro pode tornar a experiência mais completa. São duas histórias independentes e que são entrelaçadas por detalhes que só são visíveis após entendermos que são tramas de uma mesma saga.

O enredo gira em torno da inspetora Amaia Salazar e os crimes cometidos nos arredores do Vale de Baztan, na região de Navarra, na Espanha. A cidade natal de Amaia, Elizondo, e algumas cidades próximas são palco de uma série de assassinatos que a detetive precisa solucionar. O mistério em torno das mortes é a verdadeira atração do longa, que envolve antigos rituais da região basca.
Ainda que mesclando elementos reais e fantásticos, o filme ilustra a relação entre mãe e filha de uma forma totalmente desidealizada, nos fazendo questionar, de fato, o mito do instinto materno. Abarcando temas como infanticídio, adoecimento mental, conflito amor e ódio e a busca por ressignificar a própria história.

Vale a pena assistir!

(Débora Andrade & Nayara Feitosa)

“Pela segunda vez estava grávida e, no entanto, vazia.”Sobre as impossibilidades de completude com a maternidade. Trecho...
04/07/2020

“Pela segunda vez estava grávida e, no entanto, vazia.”

Sobre as impossibilidades de completude com a maternidade.

Trecho retirado do livro ‘História de quem foge e de quem fica’ da Tetralogia Napolitana de Elena Ferrante. Página 255.

(Débora Andrade & Nayara Feitosa)

Entende-se como instinto materno uma "tendência primordial que cria em toda mulher normal um desejo de maternidade e que...
03/07/2020

Entende-se como instinto materno uma "tendência primordial que cria em toda mulher normal um desejo de maternidade e que, uma vez satisfeitos esse desejo, incita a mulher a zelar pela proteção física e moral dos filhos" (Larousse, 1971).

Mas e quando o desejo pelo filho não vem?

Elisabeth Badinter entende que o amor materno é apenas um sentimento humano como qualquer outro e como tal é incerto, frágil e imperfeito.

Analisando historicamente o amor materno, Badinter compreende que os valores de uma sociedade são por vezes tão imperiosos que tem um peso incalculável sobre os nossos desejos, mas não podemos falar que seja natural, inato ou institual.

Assim como todas as nossa relações, o amor materno é uma construção e Badinter nos leva a viajar por essa construção evidenciando todas as variações e modificações culturais e históricas e nos faz pensar sobre as variações individuais e subjetivas.
- - -
💡 Débora Andrade & Nayara Feitosa

O desejo de ter filhos não é nem constante, nem universal. Algumas mulheres os querem, outras não os querem mais, outras...
01/07/2020

O desejo de ter filhos não é nem constante, nem universal. Algumas mulheres os querem, outras não os querem mais, outras nunca os quiseram. Já que existe escolha, existe diversidade de opiniões, e não é mais possível falar de instinto, ou de desejo universal.

(Débora Andrade & Nayara Feitosa)

🍀SORTEIO - FOTO OFICIAL🍀Que tal ganhar um livro de uma das maiores escritoras de psicologia perinatal?(A Maternidade e o...
01/07/2020

🍀SORTEIO - FOTO OFICIAL🍀

Que tal ganhar um livro de uma das maiores escritoras de psicologia perinatal?

(A Maternidade e o encontro com a própria sombra, Laura Gutman)

✔️ Basta seguir as regras:

1️⃣ Seguir o perfil .psi
2️⃣ Seguir o perfil
3️⃣ Curtir a foto oficial no perfil .psi
4️⃣ Comentar marcando três amig@s (não vale perfis fake, de lojas, etc)

📢 Comente quantas vezes quiser, só não é permitido marcar as mesmas pessoas mais de uma vez.

⚠️ Válido somente para Goiânia e Aparecida de Goiânia

⚠️ O sorteio ocorrerá no dia 28/07/20 às 21hrs.

⚠️ No dia do sorteio seu perfil deve estar aberto para conferência das regras.

BOA SORTE!!🤞🏻

É comum ouvirmos falar sobre a existência de um “Instinto materno”, que seria impossível uma mãe não amar seu bebê ou fa...
29/06/2020

É comum ouvirmos falar sobre a existência de um “Instinto materno”, que seria impossível uma mãe não amar seu bebê ou fazer algo contra ele. Cabe nos perguntar se o apelo sempre renovado do instinto materno (e dos comportamentos que ele pressupõe) não é o pior inimigo da maternidade!

De acordo com a análise de diversos pesquisadores, o amor materno depende da história da mulher e do contexto histórico no qual ela está inserida. Para a melhor compreensão desse fator, vamos a uma breve retrospectiva histórica a respeito do tema.

No século XVI era comum que os bebês fossem encaminhados a uma ama, que ficava responsável pelo cuidado do bebê. Nas classes menos abastadas, uma mesma ama era responsável por vários bebês, o que tornava precárias as condições de saúde, higiene e nutrição das crianças. Isso somado ao estado caótico da saúde em geral levava a um índice altíssimo de mortalidade infantil. Nesse momento, o abandono era uma prática frequente e comum. A partir do século XVII surgem as instituições que passaram a cuidar dos bebês abandonados.

A partir do século XVII surge o discurso de exaltação do amor materno na criação dos filhos, tendo como símbolo a figura de Maria, a virgem que se tornou mãe. Com isso, as práticas do ab**to, abandono e não amamentar passaram a se tornar crimes.

No século XIX, a fim de reafirmar a noção de amor materno, vai se destacando um discurso que cinde maternidade e sexualidade. Sendo assim, a ideia disseminada passa a ser a de impossibilidade da mulher que se torna mãe continuar desejando. Com a chegada dos filhos, assumiria essa figura da mãe pura, exclusiva e perfeita, que vive incondicionalmente o amor materno.

Esse histórico reverbera ainda hoje, colocando sobre as mulheres mães a carga da idealização. Contudo, isso se trata de um mito fundante da concepção cultural ocidental sobre os papéis sociais da mulher e da mãe. A maternidade é repleta de contradições, ambivalência e perfeita está longe de ser.

Pensando nisso, durante as próximas semanas traremos algumas reflexões sobre o mito do instinto materno e como isso repercute em nós, mulheres, até hoje.

(Débora Andrade & Nayara Feitosa)

Nise - O Coração da Loucura, obra nacional, retrata como eram vistos e tratados sujeitos com transtorno mental no períod...
26/06/2020

Nise - O Coração da Loucura, obra nacional, retrata como eram vistos e tratados sujeitos com transtorno mental no período de 1950 no Centro Psiquiátrico Nacional localizado do bairro do Engenho de Dentro no Rio de Janeiro.

Após um período afastada do Hospital Psiquiátrico Nacional, Nise, ao sair da prisão, retorna as atividades. Nesse hospital presencia a aplicação de métodos e técnicas que violavam a condição humana dos pacientes. Após se recusar a adotar aquelas mesmas técnicas, o diretor do hospital lhe oferece um cargo no setor de terapia ocupacional (STO).

Ao assumir o cargo no STO, Nise promove uma verdadeira revolução na forma de ver e de se tratar os doentes mentais que chegavam ao setor que estava sob sua coordenação.

Com seu trabalho, Nise coloca em pauta algumas discussões sobre os tratamentos que até então vinham sendo empregados, colocando o transtorno mental sob uma nova ótica.
- - -
(Débora Andrade & Nayara Feitosa)

Louca. Histérica. Tá de TPM? Eu grito cada vez mais alto para ver se alguém me escuta, me entendeO mundo ao meu redor es...
24/06/2020

Louca. Histérica. Tá de TPM?
Eu grito cada vez mais alto para ver se alguém me escuta, me entende
O mundo ao meu redor está desabando, assim, de repente
Ou talvez sempre esteve, afinal minha mãe, minha avó, minha bisavó foram tachadas.
Louca. Histérica. Na TPM
Nos matam, nos humilham, nos massacram.
Caladas, quietas, não reclamem
Afinal, aquelas que reclamam …
Louca. Histérica. Na TPM
A cada injustiça que denuncio
Cada morte que anuncio
Em todas as situações que escancaro.
Louca. Histérica. Na TPM.
Aos poucos calam-me
Paulatinamente prendem-me
Escravizam-me
Louca. Histérica. Na TPM
E me sinto presa em uma caixa,
um conceito,
uma definição
Louca. Histérica. Na TPM

- Débora Andrade e Nayara Feitosa -

AmarQue pode uma criatura senão, entre criaturas, amar?amar e esquecer,amar e malamaramar, desamar, amar?sempre, e até d...
12/06/2020

Amar

Que pode uma criatura senão,
entre criaturas, amar?
amar e esquecer,
amar e malamar
amar, desamar, amar?
sempre, e até de olhos vidrados, amar?

- Carlos Drummond de Andrade

Feliz dia dos namorados! ❤️

________________________________
♀️Débora Andrade
(Psicóloga CRP-09/013859)
♀️Nayara Feitosa
(Psicóloga CRP-09/013951)

Você já tomou seu anticoncepcional hoje?Essa pergunta é muito utilizada associada a vídeos de crianças aprontando as mai...
22/05/2020

Você já tomou seu anticoncepcional hoje?

Essa pergunta é muito utilizada associada a vídeos de crianças aprontando as mais criativas travessuras. Mas o anticoncepcional tem um significado especial para nós mulheres.

Ao longo da história sempre foram usadas formas de prevenir gestações. prevenir gestações. Porém na década de 60 o primeiro hormônio
sintético foi descoberto proporcionando o desenvolvimento das pílulas anticoncepcionais.

Segundo Poli (2007, p. 10): "Com o advento de eficazes métodos contraceptivos, as mulheres se viram livres para o exercício do s**o sem precisar, inexoravelmente, incluir o desejo da maternidade. Liberdade igualmente aos homens que podem usufruir do s**o com quem amam, sem que a cena familiar se imponha imperiosa.

Com a criação e popularização dos métodos contraceptivos através das políticas públicas, a mulher pode manter sua atividade sexual com menos possibilidades de engravidar.
________________________________
♀️Débora Andrade
(Psicóloga CRP-09/013859)
♀️Nayara Feitosa
(Psicóloga CRP-09/013951)

S*x Education é uma série digna de maratona.A série britânica de comédia dramática aborda o tema da sexualidade, que ain...
21/05/2020

S*x Education é uma série digna de maratona.

A série britânica de comédia dramática aborda o tema da sexualidade, que ainda ocupa lugar de tabu em nossa sociedade. De forma envolvente, somos convocados a refletir sobre as questões da adolescência e a sua intrínseca relação com a sexualidade humana. A produção mostra problemas que acontecem frequentemente em diversas famílias, independente da classe social.

Como adultos, um dia passamos pela adolescência e, com certeza, nos deparamos com algum conflito retratado em S*x Education.
________________________________
♀️Débora Andrade
(Psicóloga CRP-09/013859)
♀️Nayara Feitosa
(Psicóloga CRP-09/013951)

Endereço

Goiânia, GO

Notificações

Seja o primeiro recebendo as novidades e nos deixe lhe enviar um e-mail quando Femminilità posta notícias e promoções. Seu endereço de e-mail não será usado com qualquer outro objetivo, e pode cancelar a inscrição em qualquer momento.

Entre Em Contato Com A Prática

Envie uma mensagem para Femminilità:

Compartilhar

Share on Facebook Share on Twitter Share on LinkedIn
Share on Pinterest Share on Reddit Share via Email
Share on WhatsApp Share on Instagram Share on Telegram

Categoria