Gutembergue Oliveira

Gutembergue Oliveira Médico paliativista e intensivista, inspiro com histórias da UTI sobre viver plenamente. Viva intensamente; cada momento importa.

Aprendi com a perda dos meus avós que a morte nos lembra de valorizar cada dia. 🥼Trabalho com à morte e te ensino a valorizar a vida. Clique no link e conheça nosso canal👇
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Metástase: a palavra que trouxe o desespero. 🌀😔Uma única palavra pode mudar tudo. De repente, não é mais um tumor locali...
08/11/2025

Metástase: a palavra que trouxe o desespero. 🌀😔

Uma única palavra pode mudar tudo.

De repente, não é mais um tumor localizado, é uma tempestade silenciosa se espalhando pelo corpo.
O chão some, o futuro desmorona, e o medo - aquele medo visceral - sussurra que o tempo está se esgotando.
�Essa palavra carrega o peso de uma sentença, mas também esconde uma ironia cruel: enquanto o corpo luta para se espalhar, a vida, que antes parecia infinita, de repente se contrai.
Cada plano, cada sonho, é invadido por um "e se?" angustiante.
�Mas essa mesma palavra, por mais assustadora que seja, também pode forçar um despertar.
Ela esvazia as trivialidades e revela, com uma crueza dolorosa, o que realmente importa.

E se, no fim, a metástase for o convite mais brutal e urgente para vivermos de verdade o tempo que nos resta?



06/11/2025

Cuidados paliativos não são uma opinião - são um diagnóstico. 🩺✅

Assim como não se pergunta a um paciente se ele concorda em estar infartado, não se pergunta a uma família se aceita que seu ente querido é paliativo.

É uma indicação técnica, baseada em critérios claros. A abordagem, porém, deve ser de construção conjunta.

O segerto está em trocar o "você aceita os cuidados paliativos?" por "sua esposa é paliativa. Vamos construir juntos o melhor caminho para ela."

É assim que se afasta a distanásia:

* Validando o amor da família: "Ele gostava da meia no pé? Vamos manter."
* Respeitando os rituais: "Isso era importante para ele? Vamos adaptar."
* Educando com porções pequenas: Entregar a informação na dose certa que a família pode absorver.

Uma família "difícil" é, na verdade, uma família que sofre. A

missão é conduzi-las, com paciência e autorresponsabilidade, para longe do prolongamento do sofrimento e em direção a um cuidado que honre a vida, até o último instante.

05/11/2025

A força que não nega a dor, mas se veste de peruca e segue trabalhando. 💪👩‍💼💔

A notícia do câncer chega, e ele para o carro numa rua vazia para chorar, gritar e orar.

A fé não anula o desespero - eles coexistem.

Enquanto ele e os amigos choram, ela diz: "Não, eu vou ficar bem". Em 23 dias, já está na primeira químio.
�Mas a verdadeira coragem não está apenas no tratamento.
Está nos detalhes: atender o telefone da escola durante a sessão de químio, esconder a doença por medo do preconceito, usar uma peruca tão perfeita que todos elogiam o "novo corte".

A vida real não para para o câncer.
�Essa é a resiliência do cotidiano: a dor é real, o medo é real, mas a decisão de seguir em frente - mesmo com uma peruca e um sorriso cuidadosamente mantido - é mais forte.

Quantas batalhas silenciosas são travadas atrás de um sorriso e um "tudo bem" corajoso?

03/11/2025

A resistência aos cuidados paliativos quase nunca é má-fé - é uma barreira de amor e medo que ainda não soubemos transpor. 💔🚧❤️

Quando uma família se agarra a tratamentos fúteis, não é porque deseja o sofrimento de quem ama.

É porque enxerga a desistência onde deveria ver dignidade.
A missão do profissional de saúde, então, não é vencer essa resistência, mas compreendê-la.
�Cada família tem sua história:
* A filha que cuida da mãe há 15 anos e não concebe sua partida
* O marido que teme o vazio da ausência
* A culpa não resolvida, o amor que se confunde com posse

A comunicação precisa ser pedagógica e progressiva.
Um copo de 200ml não comporta 500ml de informação.

É preciso dosar a verdade com a empatia, entender a linguagem de cada um - seja técnica, emocional ou espiritual.
�O caminho não é impor, mas construir junto.

Mostrar que o cuidado paliativo não é "deixar morrer", mas garantir que a vida, até o fim, seja vivida com conforto e significado.
Nenhuma família em sã consciência escolheria o sofrimento prolongado se visse com clareza o caminho da dignidade.

A palavra "câncer" veio antes do diagnóstico. 🩺➡️💔Às vezes, a intuição sussurra a verdade que os exames ainda não confir...
02/11/2025

A palavra "câncer" veio antes do diagnóstico. 🩺➡️💔

Às vezes, a intuição sussurra a verdade que os exames ainda não confirmaram.

O coração já sabe, antes mesmo do médico chamar para "aquela conversa".
É um peso que chega sem aviso, um frio na espinha que anuncia que a vida está prestes a mudar para sempre.
�Enquanto aguardamos a confirmação formal, a mente já viaja por todos os cenários possíveis.
O medo se instala, mas com ele vem uma estranha lucidez.
É como se a alma se preparasse para a batalha antes mesmo de o primeiro tratamento ser prescrito.
�Essa antecipação da dor não é fraqueza - é um mecanismo de sobrevivência.

É o nosso ser nos alertando: "Prepare-se. A jornada será dura, mas você é capaz".

Quantas verdades difíceis nosso corpo e nossa alma já sabem, muito antes de nossa mente estar pronta para aceitá-las?

01/11/2025

O desespero e a paz podem habitar o mesmo coração. 🌪️🤍🕊️

A notícia chega como um raio: "câncer no corpo inteiro". O mundo desaba.

Em segundos, o futuro vira um fantasma, a comida perde o gosto, o sono foge.
É um desespero visceral, um peso de oito quilos perdidos em três semanas.
A menina esconde o que sabe, protege os pais, engole o choro no escuro.
�Mas no meio do caos, um paradoxo: um fio de paz. Uma certeza inexplicável de que, mesmo no pior, "tudo vai ficar bem".
Não uma negação da dor, mas uma fé que brota no subsolo da alma.
A mesma voz que grita de pavor sussurra uma melodia de confiança.
�A vida real é assim: o medo e a fé dançando juntos.

O vestibular que não quer fazer, a música que acalenta, o telefone que traz a confirmação dura, mas também a união da família.

No fim, descobrimos que a coragem não é a ausência do medo, mas a decisão de amar mesmo quando o coração está em pedaços.

Escolher como partir é o último ato de amor próprio. 💝🕊️✍️Diante da finitude, muitas vozes se levantam – médicos, famili...
31/10/2025

Escolher como partir é o último ato de amor próprio. 💝🕊️✍️

Diante da finitude, muitas vozes se levantam – médicos, familiares, protocolos.

Mas no silêncio da alma, há uma verdade: ninguém melhor que você para definir os termos de sua despedida.

Escolher o conforto sobre o prolongamento, a lucidez sobre a sedação excessiva, o lar sobre o hospital, é reafirmar até o fim: "minha vida me pertence".
�Isso não é egoísmo.
É a coragem de escrever seu próprio ponto final.
De poupar quem ama das decisões mais angustiantes.
De transformar um momento de dor em um legado de paz.
A medicina pode oferecer opções, mas a última palavra é sempre sua.

Que possamos ter a sabedoria de viver com tanto propósito, que nossa partida seja apenas a última expressão de quem sempre fomos.

30/10/2025

A paz que não se explica, mas que sustenta. ✨🕊️❤️

"Foi um choque."

É assim que começa o relato de quem recebe um diagnóstico de câncer metastático.
A vida vira de cabeça para baixo em um instante.

Mas e quando, no meio do turbilhão, uma paz inexplicável invade o coração?

Uma paz que a Bíblia chama de "aquela que excede todo entendimento".
�Essa não é uma negação da realidade.
É uma força que nasce da fé e permite encarar a dor com os pés no chão.
É a lucidez de quem, mesmo diante de metástases por todo o corpo, escolhe focar no "um dia de cada vez" e no cuidado com quem ama.
É entender que o equilíbrio emocional não é um luxo, mas a base para enfrentar o tratamento e proteger a família.
�A jornada do câncer não pode ser romantizada.

Mas a história de Tânia nos mostra que, mesmo nos terrenos mais áridos, é possível encontrar um oásis de serenidade.

De onde você tiraria forças se sua realidade desmoronasse hoje?

A morte também faz parte do viver. 🌅❤️🕊️Vivemos como se a morte fosse um acidente de percurso, um erro no sistema. Mas e...
29/10/2025

A morte também faz parte do viver. 🌅❤️🕊️

Vivemos como se a morte fosse um acidente de percurso, um erro no sistema.

Mas ela não é o oposto da vida – é sua companheira mais íntima.
É a certeza que dá sentido à incerteza, o limite que nos ensina sobre o infinito valor de cada instante.
�Quem compreende isso não espera o último suspiro para começar a viver de verdade.
Traz para o agora os amores que poderiam ser adiados, os perdões que poderiam ficar para amanhã, a gratidão que costuma só ser expressa em velórios.
�Aceitar a morte não é morrer um pouco a cada dia.

É nascer de novo a cada despertar, sabendo que este dia – comum, rotineiro, cheio de imperfeições – é tudo o que temos de mais real.

E você? Está vivendo como se fosse eterno ou amando como se fosse o último dia?

28/10/2025

A fé que transforma o fim em início. ✝️🕊️🌅

Para o cristão, a morte não é um ponto final - é uma vírgula na eternidade.

A dor da despedida ainda existe, afinal não fomos originalmente criados para a finitude.
Ela veio como consequência de uma queda, e por isso nos custa tanto aceitá-la.
�Mas a mensagem central do Cristianismo é que Cristo veio para resgatar esse projeto original.
Sua morte e ressurreição abriram um caminho onde a nossa morte deixa de ser um abismo e se torna uma passagem.

"Viver é Cristo, e morrer é lucro" não é um lema de resignação, mas de esperança vibrante.

A morte, então, perde a sua ferroada.
Ela é a porta para o "eterno lar", para a paz que excede todo entendimento.

Essa certeza não anula a saudade, mas a preenche com a esperança do reencontro.

# Esperança

27/10/2025

Discutir a finitude não é espalhar ódio - é falar sobre a realidade mais democrática que existe. 💭⚖️❤️

Vivemos uma época estranha: queremos discutir tudo, menos o único destino que nos une. Falar sobre morte virou tabu, como se isso fosse "negatividade".
Mas encarar a finitude de frente é justamente o que nos permite viver com mais plenitude e lidar com as perdas de forma saudável.
�Quando fugimos dessa conversa, não estamos sendo otimistas - estamos sendo frágeis.

Porque a morte chegará para todos que amamos, e para nós mesmos.
Quem se recusa a pensar nisso estará despreparado quando a vida, como sempre faz, trouxer seu luto inevitável.
�O verdadeiro problema não é falar sobre o fim - é não falar sobre ele.

É deixar que as pessoas enfrentem suas maiores dores sem qualquer preparo emocional ou filosófico.

Você prefere viver numa ilusão de eternidade ou encarar a verdade que pode te libertar?

Cada fase tem seu cuidado. 🌱➡️🍂➡️🕊️A vida é uma jornada de transições. Na infância, cuidamos com vacinas e colo. Na idad...
27/10/2025

Cada fase tem seu cuidado. 🌱➡️🍂➡️🕊️

A vida é uma jornada de transições.

Na infância, cuidamos com vacinas e colo.
Na idade adulta, com prevenção e escuta.

E quando a maturidade chega, o cuidado se transforma novamente - não é mais sobre curar, mas sobre confortar; não sobre vencer batalhas, mas sobre garantir paz.
�Nos estágios finais, o cuidado mais sábio muitas vezes é o que troca a intervenção agressiva pelo alívio do sofrimento.
É o que prioriza a qualidade do momento sobre a quantidade de dias.
É entender que morrer com dignidade não é uma derrota - é a conclusão natural de uma vida bem cuidada.
�Do primeiro ao último suspiro, o cuidado evolui conosco.

Sua essência permanece: honrar a vida em cada uma de suas expressões.

Você já parou para pensar que a forma como cuidamos dos nossos idosos revela como entenderemos nosso próprio envelhecimento?

Endereço

Goiânia, GO

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