03/02/2020
A Dança da Autoestima Feminina: Entenda o Descompasso
Ela tem o corpo estilo violão, mas, ao se olhar no espelho dispara alguns gatilhos das crenças distorcidas sobre ela. E diz, "estou fora de forma". Existem mulheres que a autoestima compete com o próprio look. Ainda mais se essa composição é uma saia longa rastejando até os pés.
Vivemos em tempos onde ter boa forma está no topo do vazio, gritando por socorro, consequência de um padrão de beleza distorcido exposto aos bombardeios da mídia tentando nos transportar para um mundo irreal.
Para algumas o tempo é escasso para cuidar de si, enquanto para outras as condições financeiras não são favoráveis ´para atender as demandas e pressões sociais, gerando culpa e sentimento de inferioridade.
Considerando a história de vida individual, os padrões de beleza influenciam diretamente neste sentido. "As belas curvas, a pele íntegra e os cabelos macios, enfim a imagem da perfeição".
Diante deste quadro a psicóloga Marina Vasconcellos diz que a autoestima é construída ainda na infância, a partir da relação com os pais. "Crianças muito criticadas, ou negligenciadas de atenção e cuidado, podem passar a vida em busca desse reconhecimento, em outras pessoas". Quem não consegue resolver a questão ao longo da vida, acaba sofrendo, ou se colocando em situações as quais não precisaria se submeter por falta de recurso interno, seja na vida profissional, no amor ou nas relações diárias.
A mentalidade da mulher com baixa autoestima tem o seguinte comportamento que vai desde as comparações, o complexo de inferioridade, ciúmes excessivos, sensibilidade as críticas, submissão, desconfiança e vitimismo.
Os problemas advindos da desconfiança em si aparecem no trabalho e, acaba por criar obstáculos frente os desafios exigidos. Há sempre um sentimento de inadequação, recuando diante dos desafios frente ao novo, recebe as críticas pelo lado pessoal.
Sobre a vida amorosa, a chance de se envolver em relacionamentos estéreis é enorme. "Mulheres com baixa autoestima, normalmente buscam homens que diminuem”. Entram em relação com jugo desigual, aceitam por medo de perder o relacionamento, acostumam com relacionamentos destrutivos.
O papel do homem neste cenário
A baixa autoestima faz com que as mulheres buscam o tipo de homem que a enche de mimos e elogios, explica Marina, ou ainda o extremo oposto – homem indiferente. "Isso porque ainda busca alguém que a reconheça".
Normalmente os homens rejeitam esse tipo de comportamento. No entanto, quando estão dentro de uma relação deste tipo, podem ter um papel fundamental no processo de "cura" da mulher amada. "Se você se abrir e sair do papel de vítima, o homem pode ajudar nisso, sendo provocativo no sentido de você passar a se escutar mais, aprender a cuidar de si e, desenvolver autonomia e passar a fazer mais as coisas que gosta".
Sobre isto, tenha postura diferente e eleve a autoestima com as seguintes dicas a partir de uma visão mais realista dos seus pontos fortes.
Faça algo que você gosta: invista em atividade prazerosa. "Se você gosta de dançar, e leva jeito para a coisa, então, faça isso. Com o tempo, será vista e admirada, aos poucos vai sendo construída uma visão positiva de si mesma".
Abandone sem demora a "coitadinha" que há dentro de você: se você acha que o mundo está contra você, vive cercada de amigos que reforçam isso, a tendência é só piorar. Afaste dessas pessoas. "Seja autora da sua própria vida".
De abertura as críticas construtivas: observe nas entrelinhas o que está sendo dito, saia da defensiva, causando um movimento diferente mudando o que for possível, dando ênfase aos seus pontos fortes.
Não Sufoque as mágoas comendo: tendência comum de mulher com a autoestima baixa, é se entupir de guloseimas. Diga não a esse impulso.
Pratique atividades físicas: "além de fazer vocês se sentirem melhor com seu corpo, essa prática libera a endorfina, o hormônio do prazer". Trazendo resultados visíveis que elevam a autoestima.
Enfim, saiba que a terapia é uma importante aliada no processo de autoconhecimento, para entender o que te leva a enxergar-se, sentir-se e comportar-se como tal. Aprenderás também uma nova forma de interagir com as pessoas, sendo livre dos padrões que tira sua liberdade de reestruturar-se e ser uma mulher plena.
Sou Silvia Regina Ferrari – Psicóloga Clínica