Para louvor da glória de Deus.

Para louvor da glória de Deus. Textos e poesias. divirtam-se

11/05/2024

Recolhido ao sofrimento.
Estou de volta ao buraco hediondo de onde eu nunca deveria ter saído. É um recanto escuro, ali, bem no meio de um charco fétido chamado autopiedade. A vegetação não é nada hospitaleira. São arvores altas com troncos nus, cipós sobem por elas formando um cenário sinistro. Ao nível do solo a vegetação é uniforme: Espinheiros quase rasteiros, quando muito, alcançam um metro de altura e seus espinhos, quais navalhas, cortam a carne. Todo este cenário corta a alma. Pouca. Quase nenhuma outra forma de vida se encontra ali. Corujas, grilos, ratos e serpentes. Nada que seja agradável de ver. Nada que se queira como companhia.
É um refúgio solitário. Nele pouca coisa sobrevive. Até mesmo os sonhos mais íntimos, mais bem resguardados e protegidos morrem. Mas é neste lugar que eu me escondo. Aprendi a sobreviver nele. Aprendi a viver sem o conforto de uma alma feliz. Não encontro dificuldade em viver alheio as facilidades oferecidas pelo afeto. Aprendi a conviver com o abandono, com o desanimo e com a companhia da separação.
Não sei quanto tempo vou estar aqui. Às vezes fico horas, dias, meses. Em mais de uma vez permaneci por anos. Este é o único lugar que amplamente me recebe. Aqui não existem perguntas e existe o direito de não ter resposta. Traz um pouco mais de amargura à vida, mas, contudo, é o lugar onde encontro respeito próprio. Respeito. Falo de respeito como se isso fosse possível num lugar onde existe fome de abraço e sede de compreensão. Onde falta um “bom dia” ou uma “boa tarde” para me agasalhar. Onde falta um eu te amo para evitar o próximo ataque cardíaco. Sei que sou muito exigente. Todas estas coisas são superfulas. E num lugar como este, onde não existe entrega em domicílio, e o ofertante tem que levar pessoalmente o produto ao consumidor, luxo como estes não devem existir, seria uma afronta ao imaginário.
Depois de algum tempo, de muitas idas e vindas a este lugar, aprendi a conviver com o habitat. Basta sublimar a dor. O fazer de conta que não dói se mostra um poderoso anestésico. Dou a mim mesmo a resposta que gostaria de dar ao mundo. Engulo o trago amargo que gostaria de oferecer àquele que me destrói, pois este, não aparece para visita. É terrível, mas a flecha silenciosa que corta a noite e atravessa o meu coração sai da aljava que esta às costas da pessoa mais próxima. A mão que entesa o arco é a que deveria ser a mais amiga. Estes componentes fazem parte do sensual jogo da traição. Lembre-se: A pessoa que neste mundo mais amou, com um beijo foi traída. Não é digno de quem sofre como eu morrer num campo de batalha pelas mãos de um inimigo. O caminhar letárgico do escorpião, o roçar suave da serpente contra a pele, o sussurrar da morte ao ouvido, sempre serão aclamados por aqueles que se espera que proteja.
A morte se fortif**a na desgraça do oprimido pelo destino, na dor do desamparado, no sofrimento do incompreendido. Os maiores heróis deste mundo já estiveram aqui. Grandes homens e mulheres virtuosas. Todos. Todos já tomaram suas doses de sofrimento, de angustia, de dor e de solidão, quem sou eu para me julgar superior a eles e pedir: “Pai, se possível passa de mim este cálice.”
Alvaro Reis

22/10/2023

Armandinho

08/04/2023

VERDADEIRAMENTE,
O QUE É SER RICO?
Apocalipse 3.14-22
E ao anjo da igreja de Laodicéia escreve: Isto diz o Amém, a testemunha fiel e verdadeira, o princípio da criação de Deus:
Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente; quem dera foras frio ou quente!
Assim, porque és morno, e não és frio nem quente, vomitar-te-ei da minha boca.
Como dizes: Rico sou, e estou enriquecido, e de nada tenho falta; e não sabes que és um desgraçado, e miserável, e pobre, e cego, e nu;
Aconselho-te que de mim compres ouro provado no fogo, para que te enriqueças; e roupas brancas, para que te vistas, e não apareça a vergonha da tua nudez; e que unjas os teus olhos com colírio, para que vejas.
Eu repreendo e castigo a todos quantos amo; sê pois zeloso, e arrepende-te.
Eis que estou à porta, e bato; se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo.
Ao que vencer lhe concederei que se assente comigo no meu trono; assim como eu venci, e me assentei com meu Pai no seu trono.
Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas.

Quando me disponho a escrever sobre algo, não gosto de começar com uma interrogação à minha frente. Para mim, toda pergunta merece uma resposta definitiva. Eu é que gosto de fazer perguntas no meio do texto, como que se estivesse forçando o leitor a encontrar as respostas, a abrir as portas da mente e tecer seus próprios pensamentos sobre o assunto, fazer perguntas é uma forma de provocar o nascimento de opiniões. Eu acho que toda pergunta é merecedora de uma resposta que satisfaça mesmo as pessoas mais exigentes. Mas dificilmente estou apto a isso, principalmente quando o que está em questão são assuntos bíblicos. Procurarei descrever o que penso deste texto da forma mais simples possível.
Laodicéia era uma cidade rica. Ocupava, em tudo, uma posição privilegiada na Ásia Menor. A cidade possuía um requintado sistema bancário para a época, atraindo assim muitos comerciantes. Tinha ainda, um invejável sistema de produção, manufatura, tingimento e produção de roupas de lã. A cidade ainda abrigava uma importante escola de medicina que havia se tornado muito famosa pela produção de unguento para os olhos. Talvez o maior problema de Laodicéia fosse o fornecimento de água. Mas este assunto foi resolvido com a construção de um aqueduto.
Deus ao olhar esta igreja vê nela o orgulho por tudo que tem. A prosperidade da cidade possibilitava uma situação financeira avantajada para a igreja. Tinha luxo, uma vida próspera. Daquilo que o dinheiro podia comprar nada lhes faltava. Esta situação financeira robusta dava a eles uma frágil sensação de estabilidade, comodidade, de letargia. O que também se refletia no seu relacionamento com Deus. Viver uma vida cristã morna é tão repugnante para Deus, quanto para nós o é beber água morna. Utiliza-se esta figura, pois a água bebida na cidade era tirada de uma fonte termal fora da cidade e a água chegava morna. Era necessário deixar a água esfriar para se tomar. Falar de cegueira física àquela igreja era, de certa forma produtivo, estavam acostumados a receber cegos e pessoas com problemas visuais para ser tratados naquela cidade. E isso ilustrava bem a cegueira espiritual daquela igreja. Naquela cidade produziam um famoso unguento para os olhos, mas aquela igreja não produzia meios de abrir os seus olhos espirituais. A igreja não conseguia enxergar a situação em que estavam. Não conseguia ver como realmente eram. Apesar de sua aparente formosura, ostentação e p***a, Deus não estava gostando nada do que via. Eles podiam estar sempre bem vestidos. Pelas ruas, nas áreas comerciais, na própria igreja via-se um desfile magnífico e multicolorido de túnicas. Mas para Deus que vê o interior das pessoas aquela igreja estava nua, expondo as suas vergonhas.
Se quisermos ser verdadeiramente ricos para com Deus, devemos comprar de Deus o ouro puro, as riquezas espirituais, as boas ações, a humildade, mansidão, domínio próprio... “Porque onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração.” Precisamos ter nossos olhos espirituais perfeitamente tratados por Deus. Pois somente assim poderemos nos ver como nós somos e fazer os ajustes, as transformações, as mudanças que devem estar ligados ao nascer de novo, ao ser uma nova criatura. Só assim poderemos olhar as pessoas que estão ao nosso redor como Deus espera que olhemos. Só assim poderemos olhar para Deus e Cristo e ver como Eles realmente são. Reconhecendo a grandiosidade, a santidade de nosso Deus.
Como sou miserável quando penso que meu dinheiro, minhas propriedades, meu status e meu conhecimento me são suficientes. Torno-me vulnerável ao inimigo. Fico arrogante, prepotente, egocêntrico. Tenho que reconhecer que eu mesmo nada tenho. Tudo é de Deus, sou apenas um despenseiro. Apenas cuido, apenas uso. Tudo é de Deus. É meu enquanto está em minhas mãos, e isso, pelo tempo que Deus permitir que seja assim. Tudo que tenho que fazer é fazer o obvio: Obedecer ao que a bíblia diz. “Humilhai-vos, portanto, sob a poderosa mão de Deus, para que ele, em tempo oportuno, vos exalte.” Deus é a minha segurança.
A alegria que posso comprar é passageira, efêmera. A verdadeira felicidade está em Deus em fazer a sua vontade. Mesmo que a princípio seja difícil devemos atentar para nossas maneiras de forma crítica, eliminando de nós a apatia, o orgulho, a falsa imagem que temos de nós mesmos. O que verdadeiramente importa são os valores espirituais, pois são eternos. Só assim seremos ricos de verdade.
“Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele, e ele, comigo.” È muito comum vermos pregadores utilizando este versículo como ponto de partida para fazer um apelo ao arrependimento e conversão. Mas este versículo é direcionado a cristãos, membros de uma igreja. Ele é um chamado ao zelo pelas coisas de Deus, é um chamado para vivermos de forma digna do nome que carregamos: cristãos. Este versículo é direcionado a uma igreja morna, autossuficiente, orgulhosa de si. Entrar em uma casa e cear com seus residentes é um ato de intimidade, é relacionamento pessoal revestido de confiança e afeto.
Ser rico é ter intimidade com o tríplice Deus. É deixar que o Deus pai se revele a nós, é estar intimamente comprometido com Cristo, è deixar o Espírito Santo completar sua obra em nós.

Alvaro Reis

08/04/2023

A abolição do homem.
C. S. Lewis
Em primeiro lugar gostaria de dizer que estas são minhas impressões sobre o livro, nada mais do que isto.
Estou persuadido a dizer que o livro, apesar de ter uma linguagem densa e cheia figuras representativas, é simples e de fácil entendimento. É um livro polemico por tratar de um assunto que hoje em dia, muitas vezes, tomou uma dimensão subjetiva. A imutabilidade dos aspectos morais conhecidos por lei natural, moralidade tradicional ou moralidade absoluta tendo em contrapartida seu substituto: o sistema de valores possíveis (moralidade sintética).
C. S. Lewis Utiliza um exemplo nada ortodoxo para iniciar a defesa de sua tese: O estudo de um texto veiculado em um livro de literatura inglesa que fala de uma queda d‘água e das observações que dois turistas fazem desta queda d’água. C. S. Lewis centraliza a analise dos autores do livro, que levam a uma doutrinação do modo que se deve encarar os valores morais da observação da queda d’água que não respeita a lei natural, mas tenta doutrinar os alunos a ter uma única ótica a respeito do fato, uma nivelação. Segundo ele, os autores criam uma percepção sintética da moralidade dos alunos tentando fazer uma nivelação da percepção do quadro em destaque: a queda d’água que é sublime ou a queda d’água que é bela.
Ele utiliza deste exemplo para demonstrar que existe subjetividade nos valores que utilizamos para julgar, quando na verdade, dever-se-ia utilizar um padrão imutável, antigo e aceito, que no livro o autor chama de “tão.” “Tao” na mitologia chinesa é o caminho pelo qual o universo caminha. “Tao” é o lugar onde nascem as coisas eternas e que se deslocam para dentro do espaço e do tempo – Os princípios imutáveis que regem a vida. Por isso C. S. Lewis usa “tão” para nomear este conjunto de regras morais, conjunto antigo e aceito, imutáveis que devem orientar os homens.
O aspecto imutável do “tao” não implica em prejuízo no que diz respeito ao seu aperfeiçoamento, desde que ele não perca a sua essência. Para nós cristãos, creio eu, que se destaca o exemplo do apostolo Paulo dado pelo autor. Ele, Paulo, como fariseu dos fariseus, segundo a lei irrepreensível, estava capacitado a dar uma nova dimensão à lei. A lei, no cristianismo, deveria ser utilizada segundo o seu aspecto moral por causa da mudança de paradigma que já não permitia a sua utilização como simples código civil e judicial. C. S. Lewis é enfático ao observar que os princípios morais não podem sofrer modif**ações estruturais vindas de fora do seu meio. As modif**ações só se tornam razoáveis quando são feitas por aqueles que os conhecem e vivem estes princípios.
C. S. Lewis, como professor de literatura inglesa, versado em literatura medieval; homem erudito, classicamente conhecido pela sua intelectualidade genial, um dos homens mais cultos do século XX, foi também um grande argumentador, capaz de defender ideias e valores com maestria que poucas vezes encontramos nos dias de hoje. Ele enxerga na forma com que os autores do “livro verde, Gaio e Tito,” querem através da forma que “olhamos o mundo” inverter os princípios imutáveis, o “tao,” a oportunidade de explorar a mudança de ótica, no que diz respeito a observação da moralidade. Mas... Será esta é a saída? Segundo ele não. Não existe como modif**ar a moralidade das coisas sem destruir a própria moralidade. Sendo o homem um ser basicamente moral, tentar manipular esta moralidade, signif**a aniquilar o homem e torna-lo um autômato a serviço daquele que “deformou a sua forma de ver as coisas.” C. S. Lewis pontua que no passado muitos se dedicaram a criar meios de “domesticar” as mentes humanas, tornando-as um “produto” assim como eles idealizam. O exemplo mais simbólico para mim apresentado por ele foi o de Platão que dizia que “toda criança deveria ser criada como um bastardo num escritório.” (PAIDEIA – Revista de Sociologia e Filosofia do Colégio Estadual do Paraná Nº 11 – Ago/Set 2018 – ISSN 2595-265X 78 A FORMAÇÃO DO CIDADÃO IDEAL NA REPÚBLICA DE PLATÃO Valdinei Soares de Oliveira). * Esta seria uma forma de doutrinamento onde os exemplos e heranças familiares não teriam força na formação dos princípios morais das crianças, tendo elas assim, as mentes fecundas para receber o doutrinamento moral preestabelecido para ela, moldando assim, toda a sociedade.
Na educação moderna, os juízos de valor deverão ser reproduzidos no aluno como parte do seu doutrinamento. Estão modif**ando o “tao” existente em produto da educação. Ele já não é mais o seu ponto de partida. Quando utilizamos a educação (processo de formação física, moral e intelectual de um indivíduo) para esta vir a ser a formadora do “tao,” estamos dizendo que podemos criar de forma sintética um princípio moral novo, mas todo princípio moral sintético é deturpado, pois eles nascem da “percepção” de que os princípios morais “imutáveis” e “eternos” já não são adequados e precisamos de novos princípios que se adequados a nossa maneira de pensar. Estas pessoas já não mais pertencem ao grupo que se adéquam ao ”tao,” são seus manipuladores. São motivadores, criadores de motivos; a pergunta é: quais são os seus motivos? Baseados em que valores eles criam uma nova moralidade?
A princípio podem alegar que fazem isso por um bom motivo. E talvez o façam. Apesar de quererem fazer a sua própria vontade prevalecer, talvez tenham ainda resquícios do “tao” original, mas estes resquícios vão se perdendo na caminhada. Eles passam a achar que são detentores da verdade e que têm o dever de doutrinar as gerações vindouras. Homens como estes são forjadores de consciência que acham que estão acima do bem e do mal. Eles acham que assim vencem a luta pela domesticação da natureza humana, mas no fundo, continuam servindo esta mesma consciência de que a natureza humana é falha e dependente do “tao.” Esta doutrina da vitória do homem sobre a natureza culminará com toda a humanidade submetida à consciência de alguns indivíduos, que estão submetidos à sua própria “natureza” – Seus impulsos irracionais. Na verdade, esta tentativa de conquistar a natureza, de suplantar o “tao” por um princípio sintético de percepção do bem e do mal, capaz de unif**ar a humanidade será a conquista do homem pela natureza, pela irracionalidade, pelo instinto: a verdade é que o natural se opõe ao artificial, ao civil, ao humano, ao sobrenatural. Os manipuladores forjam o principio moral de que “os fins justif**am os meios” quando o “tao” nos diz que os meios nos levam aos fins.
No primeiro parágrafo da pagina setenta e um C. S. Lewis nos diz: “... O processo que, se correr solto, acabará na abolição do homem, desenvolvendo-se em ritmo acelerado entre comunistas e democratas, não menos do que entre os fascistas...” A ideia que vem sendo implementada é a de que os valores tradicionais devem ser mudados e passarmos a valorizar o que é produtivo, o lucro é o fim maior. Os valores que não priorizam o lucro estão ultrapassados e devem ser deixados de lado para o bem de todos. O bem de todos? Ou de quem?
Por fim, gostaria de salientar que o bem em questão se modif**a, ganha novas cores e nuances, dependendo do grupo que faz a doutrinação. E, no mais, nada mais atual que esta discussão pra nós brasileiros nos dias em que estamos vivendo.

Alvaro Reis.

08/04/2023

Nasce Jesus.
Jesus nasceu num tempo conturbado. O império romano vivia um período de instabilidade. César Augusto havia convocado um recenseamento e todos do império deveriam viajar as suas cidades de nascimento para se cadastrar. Herodes Magno recebe a visita de três reis magos (provavelmente astrólogos) que havia, a partir do estudo de uma estrela, chegado a conclusão que havia nascido aquele que seria o rei dos judeus. Associado a isso, havia ainda, sobretudo na galiléia, a multiplicação dos seguidores da seita (partido) dos zelotes (zelosos). Estes formavam um grupo que defendia a luta armada contra o império a expulsão dos romanos do território de Israel (toda a antiga possessão do reino unif**ado sob o domínio de Davi).
Muitos falsos cristos surgiam, os zelotes saqueavam e sabotavam o governo. Em meio a esta convulsão fariseus e saduceus travavam uma luta pelo poder. Toda a terra conhecida como território de Israel do período novo testamentário era um grande barril de pólvora pronto para explodir. Herodes não podia vacilar em situações como as que estavam vivendo. Reinos caiam em um piscar de olhos e um novo rei se fazia grande em um instante. Herodes magno ordena a morte de todas as crianças de dois anos para baixo na cidade de Belém e seus arredores. Foi neste tempo que nasceu Jesus, o Rei da paz.
Neste tempo, ninguém podia confiar em ninguém. O jogo político acontecia muito mais nas câmaras mais interiores, na penumbra, do que nos salões dos palácios. Cabeças rolavam, pescoços eram dependurados em forcas e corpos eram expostos em cruzes às portas das cidades. Um simples soldado poderia num golpe de sorte, se tornar poderoso e um governador se tornar inimigo do estado.
O mundo estava carente. Ansiava por paz. Estava faminto de amor.Precisava urgentemente ser consolado. As lutas, os litígios. A ganância, a sede de poder. Tudo. Tudo clamava por Jesus, o Messias. O mundo simplesmente precisava se sentir amado: “Por que um menino nos nasceu, um filho se nos deu; o governo estará sobre os seus ombros e o seu nome será: Maravilhoso conselheiro, Deus forte, Pai da eternidade, Príncipe da paz.”
Alvaro Reis

08/04/2023

Rompendo em fé.
Hebreus 11.1
Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que se não veem.
É muito fácil esperar por algo que uma pessoa lhe prometeu, quando sabemos da fidelidade desta pessoa, quando conhecemos uma pessoa e sabemos que ela é zelosa no cumprimento de sua palavra, que ela tem um nome a zelar. Desta forma, mesmo não tendo provas será cumprida, ousamos aguardar pelo seu cumprimento. O histórico desta pessoa nos leva a crer.
Mas quando esta pessoa é completamente estranha? Quando não recebemos referencia desta pessoa de alguém em quem confiamos? Quando esta pessoa simplesmente surge diante de nós, e se põe a fazer promessas que, a nosso ver, parecem absurdas? Foi isso que aconteceu a Abrão. Deus lhe apareceu uma noite e disse: “Saia da sua terra, do meio da sua parentela, e da casa do seu pai e vá para a terra que Eu lhe mostrarei”. Não foi assim, um pedido, uma negociação, foi uma ordem. Abrão não sabia que estava lhe falando, mas recebeu dEle uma ordem. E mais, junto com a ordem de ir para uma terra que ele não conhecia, havia também promessas.
A primeira destas promessas, talvez, soaria como loucura para a maioria de nós: Fazer de um só homem, de idade já avançada, uma grande nação. Abrão não tinha filhos, e além do mais sua esposa, Sarai, era estéril. A segunda promessa era sobre o abençoar e engrandecer. Aí surgem indagações: Quem é este que faz estas promessas? Seria Ele poderoso para cumpri-las? A terceira promessa era mais abrangente: Abrão deveria ser uma benção, pois assim, o Senhor abençoaria a quem o abençoasse e amaldiçoaria a quem o amaldiçoasse. Este Deus seria capaz de inclinar o coração das pessoas para que fossem favoráveis a ele? E, por fim, a última promessa: “Em ti serão benditas todas as famílias da terra”.
Mesmo que a lógica lhe mostrasse que o melhor era permanecer onde estava, Abrão creu naquele que o chamava e fazia as promessas, decidiu partir. Deste momento em diante Abrão começa a viver uma vida repleta de dificuldades, mas também de realizações. Durante toda a sua vida, esta fé que inicialmente demonstrou, quando ouviu uma voz lhe chamando, sem nenhuma garantia, foi provada e aprovada, e grandes coisas fez o Senhor por ele e para ele.
Em meu modo de ver, depois que o homem pecou no paraíso e perdeu o contato direto com Deus, Abrão marcou o reinício de um relacionamento intimo e pessoal de Deus com o homem. Claro que Deus não havia abandonado o homem e, até mesmo, agia por meio de alguns. Mas agora o relacionamento seria permanente. Deus estava iniciando os preparativos para enviar o Messias, seu Filho, Jesus.
Deus confiou em Abrão e o chamou para uma grande obra, formar a partir dela qual viria ao mundo o Messias. Abrão teria que estar à altura, teria que demonstrar com seu viver, com sua perseverança na fé e paciência. Teria que ser forjado de modo que pudesse repassar aos seus descendentes a mesma fé, a mesma persistência e convicção.
Abrão era casado, possuía bens, possuía servos, possuía rebanhos. Simplesmente chegar a seus parentes, amigos, conhecidos e principalmente a sua esposa e dizer que iria abandonar a vida segura e tranquila que vivia e se tornar um nômade era loucura. Mas Abrão teve por mais importante obedecer à voz que o chamava e colocou em jogo a sua reputação diante de todos. Também colocou em jogo a sua segurança econômica, saindo errante pelo caminho que o levaria “para a terra que Eu vou te mostrar”. Era um grande risco. Risco para seus rebanhos, pois andariam por terras desconhecidas sem saber se encontrariam água e pasto. Todos os que estavam com ele também corriam perigo por causa dos salteadores, assassinos, intempéries e a vida insalubre em barracas (tendas).
Abrão achou mais importante crer naquele que o chamava do que f**ar medindo os riscos que envolvia o ser obediente a voz que o chamava: “Saia da sua casa...”
Receber uma promessa e vê-la cumprida num tempo relativamente curto pode até nos parecer fácil. Mas imagine: Alguém te faz um pedido e você se dispõe a satisfazer a sua vontade, em troca, esta pessoa te faz promessas. Você vê o tempo passar: dias, meses e anos sem que estas promessas se cumpram. Nada! Confesso que eu começaria a ter dúvidas, me sentiria desanimado e vacilante. É neste momento que nossa fé tem que gerar a esperança. Abrão chega a um ponto crítico, dúvidas, dúvidas invadem o seu coração. O tempo passava e nada das promessas se cumprirem, sobretudo a de ser pai de uma grande nação. Nem mesmo um filho ele tinha!Sua esposa, Sarai, tem a ideia de resolver o problema a seu modo. Decidem fazer da forma que era costume na região onde eles haviam crescido. Ela faria de sua escrava uma concubina para Abrão. Ela engravidaria e daria a luz ao filho sobre a suas coxas, assim o filho seria tido como sendo dela. E assim fizeram. Mas este não era o plano de Deus. Não era assim que seria. O filho prometido por Deus viria do ventre de Sarai.
Deus renova o pacto com Abrão e muda o seu nome para Abraão. Muda também o nome de Sarai para Sara. Do filho que Abraão teve com Agar, a escrava de Sara, Deus prometeu fazer dele uma grande nação, mas a aliança que Deus havia feito com Abraão, Ele, o Senhor, renovaria com Isaque o filho que Sara lhe daria no próximo ano. Era Abraão da idade de noventa e nove anos. Tomou a seu filho Ismael e todos os homens de sua casa, quer os nascidos, quer os comprados e os circuncidou e ele mesmo foi circuncidado.
Como prometido, passado um ano, Sara teve um filho, o filho da promessa, o filho que seria apenas o primeiro de toda uma nação. Como indicado, foi-lhe dado o nome de Isaque, Abraão vislumbrava o cumprimento da promessa. Depois de ter dado a Abraão o filho prometido, Deus, resolve testar mais uma vez a sua fé e obediência. Deus pede que ele ofereça, em sacrifício, o seu filho, o filho da promessa. A esperança de ser pai de uma grande nação. Deus colocou Abraão em uma situação difícil: Se aquele era o filho da promessa, como Deus o pedia em sacrifício? Abraão, mais uma vez, preferiu obedecer. Deus proverá.
Acho que eu não teria esta força,não teria esta coragem,não teria esta fé. Entregar minha única esperança. Abrir mão da única maneira que tinha de perpetuar meu nome. Abraão realmente foi um homem de muita fé. Foi como se ele abrisse mão de sua própria vida. Arriscou tudo que tinha. Viveu de forma errante, Venceu batalhas. Conheceu perigos. Tudo por que ele ousou ouvir a voz de um Deus que ele não conhecia.
Nós, desde muito pequenos, ouvimos falar de Deus. De suas maravilhas, de suas grandes obras, de seu amor, de seu cuidado para conosco. De como Ele não poupou seu próprio filho para nos salvar. Mesmo assim não ouvimos a sua voz ou fingimos não ouvir. Nos falta sensibilidade. Ele nos fala usando pessoas, a bíblia e o próprio Espírito Santo. Ele nos chama para viver uma vida santa, uma vida para a sua glória, uma vida que reflita o caráter de Cristo.
Toquei em apenas alguns pontos da história de fé de Abraão. Creio que todos conheçam esta história. Tornou-se pai de uma grande nação, seu nome se tornou grande, foi abençoado e abençoador. Através de um de seus descendentes (na carne), Jesus, todas as famílias da terra foram abençoadas.
Agora cabe a nós, cristãos, escrever a nossa própria história de fé. Levar ao mundo o nosso exemplo e a mensagem da cruz. “Abraão creu e isso lhe foi imputado como justiça.” Vivamos de forma que sejamos reconhecidos como justos. Assim, “sendo, pois, justif**ados pela fé, temos paz com Deus por nosso Senhor Jesus Cristo; pelo qual também temos entrada pela fé a esta graça, na qual estamos firmes; e nos gloriamos na esperança da glória de Deus” e viveremos eternamente com Ele.

Alvaro Reis

08/04/2023

Ela.
Ela tem um jeito especial. Sabe disso e usa isso de uma forma incrível. É impossível estar próximo a ela e não se sentir atraído pelo seu modo simples, quase ingênuo de falar e se portar. Ao mesmo tempo ela é tão sensual. Ela não precisa de artifícios para isso: Roupas insinuantes, maquiagens carregadas ou joias extravagantes. Ela é naturalmente linda, atraente e fatal. Acho que mesmo que ela tentasse passar despercebida num local, não conseguiria, é impossível não a notar.
Aquela voz doce e meiga, até parece que foi feita para ser usada em canções de amor derramadas ao ouvido, ou quem sabe, para cantar canções de ninar. Aquele jeito tímido e assustado com que ela cruza os braços acende em minha alma o desejo de protegê-la. Mesmo assim seu olhar é firme e penetrante, dócil e cintilante. Seus olhos estão sempre sorrindo; derramando paz e tranquilidade, como riacho que corre lentamente sob a sombra de árvores, por entre as pedras. Águas límpidas são aqueles olhos. Águas das quais meus olhos não conseguem se saciar.
Por onde passa seu perfume deixa um rastro fresco. Seu perfume enche o ambiente, transborda por onde ela passa, f**a impregnado no ar. Perfume sutil e marcante, inconfundível. Desde a primeira vez que senti seu cheiro fui incapaz de esquecê-lo. Como é bom me embriagar em seu perfume. Seu perfume acaricia a minha alma. Seu perfume adoça os meus sentimentos, deixa extasiados os meus sentidos e traz sempre a lembrança da suavidade do toque de tua pele morena e sedosa. Quando falo com ela gosto de ter sua mão entre as minhas só para sentir a maciez de sua pele. Sentir o toque de sua mão e de seus dedos longos e esbeltos. Isso é uma delícia, sua mão é aveludada.
Ela é uma mulher especial. É tão maravilhosamente linda; tão atraente e encantadora que me causa um pouco de constrangimento. É. Sinto-me constrangido diante dela. Sinto-me incapaz de falar a coisa certa. De agir de forma coerente. De dar a ela toda a atenção que ela merece. Agradeço a Deus por ela me pertencer. Sem ela eu não sou nada. Sou árvore seca. Andorinha solitária... Lua que não é testemunha de promessas de amor... Só ela me completa, sem ela sou alma deserta. Sou flor que murcha devido ao estio. Ela é meu rio, minha brisa, meu mar. Com ela aprendi a amar. Sem ela nunca saberia o que é o amor.

Alvaro Reis

08/04/2023

A (des) graça da vida.
Engraçado! A falta de alvo, novas perspectivas e aquela confiança inabalável de que existe algo melhor na vida daquilo que podemos ver no presente é normalmente associado à necessidade que a criança que existe em nós volte à vida. Que esta criança seja retirada do quarto escuro onde a encerraram e volte ao mundo exterior e faça o que ela sabe fazer de melhor. Sonhar! É necessário que deixemos que ela venha a construir ao nosso redor um mundo onde tudo é colorido, onde todas as nossas impossibilidades se tornem mensuráveis e tangíveis.
Mas o que fazer quando a criança que existe em mim vive assustada e suas noites, são noites de terror, cheias de tempestades e pesadelos? O que fazer quanto todo alvorecer, um após o outro, é cinzento e frio? O que fazer quando o mais seguro abrigo desta criança é a solidão? O que fazer quando a maior surpresa da infância de minha alma foi descobrir que ainda existia muita dor, sofrimento, desilusão e abandono a conhecer? O que fazer quando descubro que o veneno que deram a criança que existe em mim não matou o seu ser corpóreo, mas aniquilou a sua alma e fez murchar toda a sua esperança?
É nesta dúvida que vive a minha alma, não saber o que fazer, pelo simples fato de que a criança que vive em mim foi tolhida de seu crescimento natural e gradativo e não pode deixar em minha memória um rastro, um sinal para que eu pudesse seguir o caminho de volta e me reencontrar com ela. Hoje eu vivo a vida sabendo que eu nunca soube e nem saberei o que é poder sonhar!
Alvaro Reis

Endereço

Governador Valadares, MG
35053310

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