03/12/2025
Há momentos em que a vida parece afunilar, como se tudo conspirasse para nos testar além das forças. Mas é justamente nesses instantes que a lembrança de Chico Xavier se torna um sopro de luz. Ele, que atravessou perdas, calúnias, dores físicas e silenciosas, sempre dizia que a fé não elimina a dificuldade, mas nos veste de coragem para atravessá-la. E que nenhum sofrimento permanece quando é iluminado pelo amor.
Chico nos ensinou que a dor não é sentença, é travessia. Que cada lágrima colhida pela espiritualidade se transforma em sementes de fortaleza. Que aquilo que hoje pesa, amanhã pode ser o alicerce que sustenta alguém que ainda virá pedir nossas mãos. Ele repetia com ternura que “tudo passa”, não como quem desdenha da luta, mas como quem já caminhou por desertos muito mais longos e descobriu que sempre existe um amanhecer esperando por nós.
Há uma beleza secreta na superação. Segundo ele, Deus não nos abandona nem por um segundo. Às vezes silencia, apenas para que escutemos nossas próprias asas se abrindo. O amparo chega em forma de intuição, de um amigo que aparece no horário certo, de um descanso inesperado, de um pequeno sinal que toca o coração sem fazer barulho. E é assim, devagarinho, que o invisível reorganiza tudo aquilo que parecia desabar.
Chico também falava da força dos que já sobreviveram a tempestades. Se você passou por dores profundas antes, não foi derrotado: foi preparado. A espiritualidade lapidou sua alma, ampliou sua compreensão, alargou seu mundo interno. Hoje, essa força que nasceu das provações é sua maior companheira. Ela te ergue sem que perceba, empurra sem que peça, ilumina sem que solicite.
A atual situação também se dissolverá. Não porque o destino é mágico, mas porque sua alma é maior do que qualquer sombra. Confie no processo, permaneça no bem, silencie onde for preciso, entregue onde não alcançar. A providência divina nunca atrasa. E, como Chico dizia com o sorriso manso de quem sabia a verdade por dentro: “Tudo passa.