03/12/2025
Quando a realidade começa a se desfazer pelas bordas, e o que antes parecia seguro se torna frágil, nasce um tumulto silencioso dentro de nós.
A vida se movimenta como um vendaval interno, mexendo em estruturas antigas, desmontando proteções, revelando dores que já não cabem no esconderijo.
E, diante dessa força que não controlamos, sentimos que tudo escapa das mãos.
Esse é o caos.
Mas, no olhar da Constelação Familiar, o caos não é um castigo, é um movimento.
E onde há movimento, há transformação.
O caos aparece quando algo que estava escondido por muito tempo começa a emergir.
Pode ser uma dor antiga herdada de alguém da família, um segredo que nunca encontrou voz, um padrão repetido por gerações, ou uma lealdade invisível que nos faz carregar o que não é nosso.
Nesse momento, o corpo treme, a mente confunde, o coração se agita.
Parece que tudo está ruindo, mas, na verdade, algo está tentando nascer.
Bert Hellinger nos lembra que antes da ordem, vem a desordem; antes da clareza, vem o turbilhão; antes do novo, o velho precisa mostrar seu rosto.
O caos é o ponto onde a alma diz:
“Não dá mais para continuar como antes.”
É também o lugar onde podemos, pela primeira vez, escolher conscientemente:
— De quem é essa dor que estou tentando resolver?
— O que estou repetindo sem perceber?
— O que precisa ser visto, honrado, colocado em seu lugar?
Quando olhamos para o caos com respeito, sem pressa de silenciá-lo, ele se torna Mestre.
Ele aponta para os vínculos que pedem reconhecimento e para os pesos que podem finalmente ser devolvidos aos seus verdadeiros donos.
A transformação não nasce da estabilidade, nasce exatamente quando tudo parece fugir do controle.
Porque é no limite que a alma encontra força para mudar o movimento, voltar para si e escolher um novo destino.
E assim, aos poucos, o vendaval vai se acalmando.
O que parecia ruína vira terreno fértil.
E o que parecia fim se revela início.
Se esse texto fez sentido pra vc...Permita-se, venha constelar 🙏🌻🧡
Texto@Constela.si