25/04/2014
UNHAS FRÁGEIS
A síndrome das unhas frágeis é uma alteração inespecíf**a que se caracteriza pela diminuição da resistência ungueal. É caracterizada pela perda da elasticidade das unhas, que se dividem, desintegram e quebram.
Etiologia, epidemiologia e patogenia: Afecção comum que afeta mais de 30% das mulheres com mais de 50 anos, sendo um problema cosmético e funcional.
Pode ser conseqüência de fatores que alterem a matriz da unha ou fatores que danifiquem a placa ungueal .
Estudo de microscopia eletrônica indica que há associação de defeito intrínseco ou adquirido da adesão intercelular que une os queratinócitos da placa ungueal. As mulheres, constitucionalmente já têm essas pontes mais frágeis, e a idade também contribui.
Fatores ocupacionais e ambientais, que levam a progressiva desidratação do leito ungueal, são importantes no desenvolvimento dessa síndrome, pois a unha tem baixa capacidade de reter líquidos, o que a torna mais susceptível a desidratação. A desidratação é mais rápida se elas não são mantidas curtas. Vários fatores influenciam a hidratação e manutenção de água nas unhas, como a quantidade dos lipídeos. A queda do sulfato de colesterol no leito ungueal, especialmente em mulheres, com avançar da idade, foi responsável pelo desenvolvimento de unhas frágeis na menopausa, em estudo recentemente publicado.
Clinicamente pode se manifestar por onicosquizia ou onicorrexe:
Onicosquizia reflete alteração na placa ungueal por perda dos fatores de adesão intercelular. A porção distal da unha mostra uma descamação lamelar em camadas horizontais finas. As unhas parecem se abrir em folhas, típico de pessoas que lavam as mãos com muita frequência (donas de casa, médicos e enfermeiras).
Onicorrexe infere alteração na matriz, que clinicamente se apresenta por sulcos e fissuras longitudinais correndo superficialmente, com aspecto fragmentado na borda livre ungueal .
Um extenso número de doenças dermatológicas e/ou sistêmicas, deficiências nutricionais ou medicações podem afetar a matriz ungueal, e menos frequentemente o leito ungueal, sendo causas importantes de unhas frágeis, devendo sempre serem pesquisadas.
Doenças dermatológicas :
Dermatoses como psoríase, líquen plano, alopecia areata, Doença de Darier e eczema podem se apresentar com envolvimento ungueal.
Mais de 50% dos pacientes com psoríase apresentam anormalidades ungueais, predominando pittings, onicólise, hiperceratose subungueal, paroníquea aguda e depressões transversais. Onicosquizia e onicorexe podem ocorrer.
Nos pacientes com líquen plano, 10% dos pacientes têm as unhas afetadas, podendo ser a única manifestação da doença. Pode ocorrer onicorrexe, onicosquizia, melanoníquea, estrias longitudinais. Quando ocorre destruição da matriz pela inflamação crônica, ocorre piterígeo.
Na Doença de Darier, a alteração é característica, com estria branca longitudinal, ocasional, descolamento da borda livre, mais comum nas formas graves da doença.
Eczema e outras doenças inflamatórias podem afetar a matriz, resultando em fragilidade ungueal e esfoliação lamelar.
Doenças sistêmicas :
Em pacientes com fragilidade ungueal nunca devem ser esquecidas as doenças sistêmicas. Arteriopatia ou desordens neurológicas podem reduzir a vascularização da matriz, com fragilidade ungueal.
Desordens endócrinas, podem se apresentar com fragilidade ungueal, crescimento lento, estrias e fissuras longitudinais. Cerca de 5 % dos pacientes com hipertireoidismo tem alterações ungueais, enquanto 90% dos pacientes com hipotireoidismo têm as unhas afetadas.
Amiloidose pode se apresentar com onicólise, fragilidade e estrias longitudinais.
Diabetes e gravidez, a partir da sexta semana gestacional, também podem justif**ar alterações ungueais. Dr**as sistêmicas como retinóides orais e antivirais podem ser responsáveis por onicosquizia lamelar.
Deficiência de vitaminas, oligoelementos e aminoácidos podem resultar em fragilidade ungueal, principalmente deficiências de ferro, vitaminas A, B, C, D, E, H, zinco e selênio.
Tratamento:O tratamento é normalmente difícil. Medidas preventivas, juntamente com suplementação oral de vitaminas (especialmente biotina), oligoelementos e aminoácidos, podem prover aumento da força ungueal.
A biotina é útil, pois estimula a síntese de lipídeos e estimula a adesão dos queratinócitos da placa ungueal. O uso de biotina 2,5mg/dia, mostrou por meio de microscopia eletrônica, melhora no quadro.
Suplementação de ferro é efetiva se a ferritina está menor que 10ng/ml.
Suplementação de cálcio não se mostrou ef**az para tratamento.
Esmaltes ungueais hidratantes e umectantes, principalmente os que contenham fosfolípides e alfa-hidroxiácidos, podem ser adjuvantes no tratamento, assim como manter as unhas aparadas.
Fonte: http://www.emmanuelfranca.com.br/