Hegle Dias - Psicologia e Neuropsicologia

Hegle Dias - Psicologia e Neuropsicologia Gente que cuida de Gente. Acompanha o caminho. Psicoterapeuta. Gestalt-Terapeuta. Arteterapeuta. O QUE FAZ O NEUROPSICÓLOGO? O QUE É AVALIAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA?

Especialista em Psicologia Clínica Neuropsicologia e Reabilitação Neuropsicológica. O QUE É PSICOTERAPIA?
É um espaço que permite a pessoa (interessada, ou que foi encaminhada) encontrar e conhecer aspectos próprios ou vivenciados em situações diversas, que possam estar lhe trazendo sofrimento emocional, dificuldades de relacionamento, profissionais ou sociais. Muitas vezes é considerada como método de tratamento, isoladamente, ou em parceria com um tratamento médico. O QUE É NEUROPSICOLOGIA?
É uma área da psicologia e das neurociências que estuda as relações entre o sistema nervoso central, o funcionamento cognitivo e o comportamento. Suas principais atuações abrangem o diagnóstico complementar e intervenções clínicas voltadas para os diversos quadros patológicos decorrentes de alterações do Sistema Nervoso Central, bem como pesquisa experimental e clínica na presença ou não de afecções. (MIOTTO: 2012)
No contexto clinico, realiza Avaliação Neuropsicológica a fim de auxiliar no diagnóstico diferencial de quadros neurológicos e transtornos psiquiátricos e, planeja programas de Reabilitação Neuropsicológica, voltados para as alterações cognitivas, comportamentais e de vida diária dos pacientes. Consiste em um processo que busca examinar e analisar as funções cognitivas tais como, atenção, memória, pensamento, linguagem, funções executivas e outros, indicando que funções estão preservadas ou comprometidas. Investiga as alterações de humor, alterações comportamentais e o impacto destas, na vida diária, ocupacional, social e pessoal das pessoas. QUEM PRECISA FAZER ESSE TIPO DE AVALIAÇÃO? A avaliação é indicada para investigar o grau de alterações cognitivas e comportamentais. Além disso, monitora a evolução de quadros neurológicos e psiquiátricos, durante tratamentos clínicos medicamentosos ou cirúrgicos. Geralmente ela é indicada por médicos de diversas especialidades para auxiliar no diagnóstico e tratamento de seus pacientes. É mais comumente solicitada, por Neurologistas, Psiquiatras, Geriatras, Cardiologistas e Pediatras. Algumas vezes é solicitada por professores ou familiares de pessoas com alterações comportamentais. Alguns exemplos de indicações para Avaliação Neuropsicológicas são:
- Déficits cognitivos: pós acidente vascular cerebral (AVC), pós lesões cerebrais decorrentes de traumatismos (TCE); pós tumores, pós meningo-encefalites; nas desordens psiquiátricas; no alcoolismo e abuso de outras substancias químicas;
- Déficits cognitivo na epilepsia; Déficits cognitivos na esclerose múltipla e em outras desordens neurodegenerativas; dificuldades escolares e transtornos do aprendizado;
- Déficit de memória (esquecimentos) associado à idade e em quadros demenciais; Diagnóstico diferencial entre depressão e demência; Déficit atencional no Transtorno do déficit de atenção e hiperatividade (TDAH); dentre outros. O QUE É REABILITAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA?
É um processo que envolve um conjunto de procedimentos e técnicas que promovem o restabelecimento do indivíduo incapacitado em sua adaptação física, psicológica e social a fim de superar, enfrentar ou conviver melhor com as dificuldades cognitivas resultantes de uma lesão cerebral ou quadro neurológico. Este trabalho tem como objetivo planejar e programar intervenções junto aos pacientes, familiares, cuidadores junto às equipes multidisciplinares (fisioterapeutas, médicos, fonoaudiólogos, psicoterapeutas, terapeutas ocupacionais, etc.) com o propósito de melhorar a qualidade de vida de pacientes e seus familiares. Entre os recursos utilizados neste trabalho se incluem técnicas de Treino ou Reabilitação Cognitiva com a finalidade de estimular, preservar ou minimizar o comprometimento das funções cognitivas. QUAL A DIFERENÇA ENTRE UM PSICÓLOGO E UM NEUROPSICÓLOGO?
É a formação acadêmica e a prática clínica. Dentro da psicologia há vários campos de trabalho e várias correntes teóricas que a embasam. Nem todos os psicólogos atuam nesta área de conhecimento. Muitos escolhem outros campos e diferentes formas de trabalhar, portanto, não são todos que buscam a Especialização em Neuropsicologia enfatizando-a em sua prática clínica. QUAIS ATIVIDADES SÃO DESENVOLVIDAS NO CONSULTÓRIO?
- Psicoterapia de jovens, adultos e idosos;
- Avaliação Neuropsicológica;
- Treino Cognitivo (prevenção e reabilitação)
- Há possibilidade de atendimento domiciliar para Avaliação Neuropsicológica em caso de encaminhamento médico para pessoas idosas, pessoas hospitalizadas ou pessoas com dificuldades de locomoção. A Reabilitação Neuropsicológica ocorre em parceria com outros profissionais.

À primeira vista estar constantemente informado pode parecer algo positivo e até necessário, no entanto, quando essa sob...
03/11/2025

À primeira vista estar constantemente informado pode parecer algo positivo e até necessário, no entanto, quando essa sobrecarga se torna constante, ela deixa de ser apenas “conveniente” e passa a ser um fator de adoecimento... Vivemos em uma era em que o acesso à informação é praticamente ilimitado, de modo que tudo chega de uma vez, competindo pela nossa atenção e pela nossa energia mental.

É preciso dizer e, inclusive, repetir que o excesso de informação não impacta apenas a mente, mas também o corpo. Pesquisas em psicologia e neurociência mostram que a exposição contínua a estímulos informativos intensos ativa o sistema de alerta do cérebro de forma permanente, de modo que o corpo entra em estado de tensão crônica. Em termos da Gestalt Terapia poderíamos dizer que a pessoa não consegue organizar suas “figuras” internas, uma vez que os estímulos externos ocupam espaço demais, impedindo que experiências signif**ativas emerjam e sejam sentidas plenamente.
Além disso, o excesso de informação frequentemente alimenta comparações e julgamentos internos. Ao acompanhar notícias alarmantes, vidas alheias aparentemente perfeitas ou debates inflamados, criamos constantemente padrões de avaliação: “não estou fazendo o suficiente”, “não sou capaz”, “meu mundo está errado”.

Outro ponto crucial é que o cérebro não consegue priorizar de forma eficiente quando recebe estímulos em excesso. Ele tenta processar tudo ao mesmo tempo, mas o resultado é o contrário: confusão mental, esquecimento, dificuldades de concentração e procrastinação. Em outras palavras, a informação, quando em excesso, deixa de servir ao propósito de ampliar a compreensão e passa a reduzir a capacidade de ação consciente.

Nesse contexto, a terapia oferece uma lente para perceber e lidar com esse fenômeno. Um dos caminhos é aprender a criar espaços de filtragem e presença, ou seja, pausas conscientes em que o excesso de dados não invada o corpo e a mente. Técnicas de atenção plena, autocuidado digital, limites claros e momentos de silêncio permitem que o indivíduo organize suas figuras internas, dando atenção ao que realmente importa e reduzindo o impacto da sobrecarga externa.

Há quem passe a vida engolindo o que sente, por medo de desagradar, de parecer fraco e de ser deixado. A cada engolida d...
31/10/2025

Há quem passe a vida engolindo o que sente, por medo de desagradar, de parecer fraco e de ser deixado. A cada engolida de sapo, o corpo se contrai um pouco mais, o peito aperta, a garganta fecha e a alma vai perdendo espaço para respirar. O que se chama “paz” muitas vezes é apenas silêncio forçado!

Esse comportamento tão comum, no entanto, não nasce do nada. Ele se forma como resposta às experiências iniciais em que expressar o que se sentia era perigoso ou inútil. Quando uma criança chora e é ignorada, quando tenta se defender e é punida, ou quando percebe que o amor depende de quão “agradável” ela consegue ser, ela aprende a economizar emoção. Aprende, portanto, que calar signif**a sobreviver

Sob a ótica da Gestalt-Terapia essa uma forma inteligente do organismo de se adaptar a um ambiente hostil. O problema é que, quando essa estratégia se torna o modo predominante de se relacionar, ela deixa de proteger e passa a aprisionar. O corpo e a psique, que antes usavam o silêncio como escudo, começam a transformar o que não pôde ser dito em sintomas: gastrite, tensão muscular, insônia, crises de ansiedade… é, basicamente, o não dito tentando existir.

A grande questão é que o amor genuíno não floresce no terreno da autocensura. Quando você precisa se diminuir para caber em um vínculo, o que se preserva não é o amor, mas o medo de perdê-lo. Relações que se sustentam no medo acabam virando campos de desequilíbrio, em que um lado se sacrif**a enquanto o outro se acostuma.

Por isso, aprender a se expressar não é sobre ser explosivo ou sobre impor o próprio querer. É sobre reeducar o corpo e o coração a confiarem de novo na possibilidade de contato verdadeiro! Isso se dá, por exemplo, na medida em que você descobre que é possível dizer o que se sente sem perder amor, que o conflito pode ser uma forma de aproximação e que os afetos, quando expressos com presença, são a base da intimidade.

Há uma liberdade silenciosa em aprender a digerir o que sente, em vez de engolir o que dói. E ela começa no instante em que você entende que o amor que exige o seu silêncio não é amor, mas o eco do medo repetindo o passado.

Há dores que moram na garganta, nos ombros tensos e no medo de desagradar. São palavras que a infância não pôde pronunci...
27/10/2025

Há dores que moram na garganta, nos ombros tensos e no medo de desagradar. São palavras que a infância não pôde pronunciar e emoções que precisaram ser engolidas para que o amor continuasse vindo, mesmo que em doses pequenas e condicionadas.

Quando uma criança percebe que expressar tristeza, raiva ou frustração causa afastamento, ela aprende que o silêncio é mais seguro que a verdade. A partir daí, cria-se uma fenda entre o sentir e o dizer e é, justamente, essa fenda que se transforma em sintoma. Não porque algo esteja “errado”, mas porque o corpo tenta traduzir, à sua maneira, aquilo que ficou sem tradução emocional.

Na vida adulta esse acúmulo se manifesta como timidez, medo de confronto, sensação de não ser escutado, ou até mesmo como uma voz que falha diante da necessidade de se posicionar. É como se o corpo ainda esperasse a permissão que nunca veio: a de poder existir sem pedir desculpas.

Pela ótica da Gestalt Terapia cada uma dessas palavras engolidas é uma experiência interrompida, que continua buscando fechamento, e um fechamento que não vem apenas pela fala, mas pelo reconhecimento. Quando você, em terapia, finalmente consegue dizer “eu senti”, “eu quis”, “eu temi”, algo dentro se reorganiza e o corpo se alinha novamente com a emoção que um dia precisou esconder.

Curar a garganta, nesse sentido, é mais do que aprender a falar.

É preciso recuperar o direito de ter uma voz.

É entender que o silêncio que antes protegia, agora sufoca; que a obediência que um dia garantiu amor, hoje impede presença; e que existe um tipo de liberdade que só nasce quando a gente se permite dizer, com todas as letras: “agora eu posso ser quem eu sou, sem medo de ser deixado por isso.”

Medo do vazio, da ausência de roteiro, do silêncio que vem quando não há mais ninguém dizendo o que é certo ou errado. A...
21/10/2025

Medo do vazio, da ausência de roteiro, do silêncio que vem quando não há mais ninguém dizendo o que é certo ou errado. A liberdade, ao contrário do que se imagina, nem sempre é um alívio imediato, às vezes, ela é um desamparo.

Isso acontece porque a prisão, por mais dolorosa que seja, oferece estrutura. Ela delimita o território, define os papéis e dá uma sensação de previsibilidade. No campo psicológico, muitos dos nossos vínculos, hábitos e escolhas funcionam como prisões simbólicas: servem para conter a angústia que o desconhecido provoca. Assim, mesmo quando uma relação nos aprisiona, ou quando um padrão nos sufoca, ainda pode haver uma falsa sensação de segurança.

A liberdade, por sua vez, exige contato com o próprio desejo e isso pode ser assustador. Porque desejar implica responsabilizar-se: escolher, perder, arriscar, enfrentar o incômodo de não saber o que virá depois. É o momento em que o “não posso” dá lugar ao “posso, mas e se der errado?”. E é justamente nesse intervalo que muitas pessoas preferem retornar às velhas prisões, já conhecidas, do que sustentar o desconforto de construir um caminho novo.

A liberdade está, ainda, intimamente ligada à ampliação da consciência e à capacidade de estar presente diante das próprias escolhas. Ser livre não é fazer o que se quer, mas suportar o peso do que se escolhe; é perceber que toda decisão implica um luto, o de tudo aquilo que f**a para trás.
Por isso, o medo da liberdade não é sinal de fraqueza, mas de humanidade. É o eco de uma psique que, por tanto tempo contida, precisa reaprender a se mover sem correntes.

No fim, talvez a verdadeira liberdade não seja romper com todas as prisões, mas aprender a habitar o espaço entre elas, aquele lugar onde o medo e o desejo se encontram, e onde, apesar do tremor, ainda assim escolhemos seguir.

Ser gentil consigo mesmo quando tudo sai do controle talvez seja uma das tarefas mais complexas do amadurecimento emocio...
18/10/2025

Ser gentil consigo mesmo quando tudo sai do controle talvez seja uma das tarefas mais complexas do amadurecimento emocional. Isso porque, em momentos de caos, a tendência do psiquismo é acionar o modo de sobrevivência e nesse estado, a autocompaixão parece um luxo. O foco se desloca para o controle, para o conserto imediato, para a tentativa de corrigir o que “deu errado”. No entanto, o que se perde nesse movimento é justamente o solo interno que permitiria lidar com o descontrole de forma mais humana.

A gentileza consigo exige uma função psíquica mais elaborada: a de conseguir se observar sem se identif**ar totalmente com o erro, a falha ou o desamparo. Na perspectiva da Gestalt Terapia é quando o campo está tensionado que se revela o padrão de ajustamento: algumas pessoas tentam resolver tudo de forma compulsiva, outras se paralisam, outras se afastam. Nenhuma dessas reações é “errada”, elas apenas mostram o modo como o organismo aprendeu a se proteger diante do imprevisível.

No entanto, quando você se julga por reagir como aprendeu, reforça o ciclo de autocrítica e afastamento interno. A gentileza, aqui, começa não como um sentimento, mas como uma escolha: a escolha de não se violentar enquanto tenta se recompor. Ela envolve reconhecer que perder o controle também é humano, que o desamparo é parte da experiência de viver e que o erro pode ser um ponto de contato, não de rejeição.

Poderíamos dizer, ainda, que o descontrole convoca a sombra — tudo aquilo que o ego tenta excluir da consciência. E ser gentil consigo é o mesmo que acolher essa sombra: perceber o medo, o fracasso, a raiva, sem precisar expulsá-los imediatamente. Esse acolhimento não anula a responsabilidade, mas a transforma; e, ao invés de agir movido pela culpa, você age a partir da presença.

Na Gestalt-Terapia quando falamos que um relacionamento não termina no grito, mas no silêncio, podemos ir além da ideia ...
12/10/2025

Na Gestalt-Terapia quando falamos que um relacionamento não termina no grito, mas no silêncio, podemos ir além da ideia de que o silêncio é ausência de palavras: ele também pode ser ausência de presença! O grito, na maioria das vezes, nos dá a sensação de que carrega força vital, ou seja, ainda há investimento, ainda há contato, mesmo que em forma de conflito. O silêncio, ao contrário, pode representar o rompimento do fluxo da relação, a desistência de se arriscar no encontro com o outro.

Do ponto de vista gestáltico um relacionamento se sustenta no campo relacional: eu e você estamos em contato, nos afetamos e nos transformamos mutuamente. Quando, no entanto, esse campo se empobrece, o diálogo se esvazia e os ajustamentos criativos perdem espaço, levando à instalação de um vazio de contato. O silêncio passa a ser, nesse sentido, não apenas falta de fala, mas interrupção do ciclo de troca.

E é interessante pensar que, em muitas das vezes, esse silêncio começa de forma quase imperceptível: pequenas desistências em dizer o que incomoda, pequenas renúncias em compartilhar o que alegra. Aos poucos, o “nós” que sustentava o vínculo vai se desfigurando e quando o encontro não se sustenta, a relação já não encontra mais solo fértil para se expandir.

O inédito aqui é perceber que o fim não está apenas na ausência de voz, mas no colapso do contato. O silêncio, então, é menos sobre não falar e mais sobre não estar e talvez a pergunta mais fecunda não seja “quando paramos de gritar?”, mas “quando paramos de nos encontrar?”.

Ao fazer as suas escolhas e traçar o seu caminho, não se trata de encontrar aquele que parece ser o melhor! Nem mesmo o ...
07/10/2025

Ao fazer as suas escolhas e traçar o seu caminho, não se trata de encontrar aquele que parece ser o melhor! Nem mesmo o que todos dizem ser o correto, o mais rápido ou o mais seguro. Trata-se, na verdade, de encontrar aquele que você sente como sendo seu, aquele que ressoa com a sua história, com as suas capacidades, suas escolhas e, principalmente, com o seu ritmo. Na vida, por mais que a gente se sinta pressionado a seguir padrões externos, fórmulas de sucesso, expectativas familiares, exigências sociais, esses caminhos raramente contemplam a complexidade de quem somos de fato.

Do ponto de vista psicológico cada pessoa desenvolve estratégias de vida únicas, que combinam experiências passadas, traços de personalidade, recursos internos e vivências afetivas. Na Gestalt Terapia, por exemplo, fala-se da importância do ajustamento criativo, ou seja, das soluções que encontramos para lidar com desafios... Por mais que elas sejam incompletas ou imperfeitas, elas são válidas porque nos permitem sobreviver e continuar crescendo e reconhecer isso é, portanto, sobre aceitar que o seu caminho não precisa ser o melhor de todos, mas precisa ser coerente com você.

É nesse sentido que seguir o seu próprio caminho exige uma constante coragem, pois muitas vezes signif**a contrariar vozes externas, enfrentar julgamentos e romper com comparações. É um movimento de autoconhecimento, onde se aprende a escutar o corpo, as emoções e os desejos genuínos, em vez de apenas reagir às expectativas alheias e isso não signif**a ignorar conselhos ou aprendizados, mas filtrar o que realmente contribui para a sua vida e deixar de lado o que não se encaixa.

No fundo, a mensagem é: o seu caminho é único e legítimo, mesmo que pareça tortuoso, lento ou diferente do que outros escolheram. Não é sobre ser melhor, mais rápido ou mais eficiente, mas sobre ser verdadeiro consigo mesmo, respeitar seus limites e celebrar seus avanços, por menores que pareçam. É, enfim, viver a própria trajetória com presença, autenticidade e liberdade, sabendo que o valor de um caminho não está na comparação, mas na conexão com quem você é.

Aprender a dizer “não” é, na verdade, um processo de autoconhecimento e de afirmação da própria existência. Desde cedo m...
05/10/2025

Aprender a dizer “não” é, na verdade, um processo de autoconhecimento e de afirmação da própria existência. Desde cedo muitos de nós recebemos mensagens implícitas de que agradar é o caminho para sermos aceitos ou amados... Crescemos ouvindo que colocar nossas necessidades em primeiro lugar é egoísmo, ou que dizer “não” seria uma forma de rejeitar o outro.

No entanto, o “sim” constante funciona como um filtro poderoso, mas que raramente revela a autenticidade das relações. Isso signif**a que ele apenas mostra quem está acostumado a se beneficiar da nossa disponibilidade, quem aceita nossos limites apenas enquanto eles não existem ou quem se aproxima de nós quando sabe que pode contar com a nossa disponibilidade.

No entanto, a partir do momento que começamos a dizer “não” a realidade se revela: algumas pessoas até podem permanecer próximas, respeitando nossa autonomia, enquanto que outras se afastam, mostrando que estavam ali apenas por interesse ou comodidade. Do ponto de vista da Gestalt Terapia esse movimento de afirmar limites é considerado um importante ajustamento criativo, ou seja, é a melhor solução que encontramos para nos manter íntegros diante de um ambiente que, por anos, exigiu nossa disponibilidade incondicional. Dizer “não” não signif**a rejeitar o outro, mas sim se colocar em primeiro lugar, criando espaço para relações mais equilibradas e verdadeiras.

Além disso, esse processo permite que possamos reconhecer padrões emocionais antigos. Muitas vezes, mantemos vínculos desgastantes ou disfuncionais por medo de conflito, culpa ou rejeição e o "simples" ato de começar a estabelecer limites evidencia esses padrões e nos dá a oportunidade de transformá-los.

Dizer “não” também é uma forma de autocuidado.

Ao contrário do que costumamos pensar, não se trata de egoísmo, mas de respeito à própria vida, ao próprio tempo, às próprias emoções. Cada “não” que pronunciamos nos reconecta com nossos desejos, ritmos e limites e é ele que abre espaço para nos enxergarmos com atenção, de modo a acolher as nossas fragilidades e necessidades sem culpa.

Vamos combinar que todo mundo aqui sabe que a terapia não tem a capacidade de apagar eventos do passado, nem de reescrev...
03/10/2025

Vamos combinar que todo mundo aqui sabe que a terapia não tem a capacidade de apagar eventos do passado, nem de reescrever situações que já aconteceram, né? Ela não serve exatamente pra desfazer perdas, traumas, erros ou experiências dolorosas que moldaram a sua história, mas é capaz de te oferecer algo extremamente poderoso: a possibilidade de transformar a relação que você tem com esses acontecimentos!

Na Gestalt Terapia, por exemplo, fala-se muito sobre “figuras incompletas”. Essas figuras representam experiências que f**aram mal resolvidas, que não puderam ser vividas ou expressas plenamente no momento em que aconteceram, mas que continuam a exercer influência sobre o seu presente, frequentemente de maneira automática, silenciosa e invisível. Elas podem se manifestar, inclusive, por meio de medos repetitivos, padrões de relacionamento disfuncionais, sentimentos de culpa, vergonha ou raiva que não fazem sentido aparente, ou mesmo sensações corporais difusas que indicam tensão ou desconforto emocional.

É nesse contexto que o trabalho terapêutico consiste em trazer essas experiências para o aqui e agora, oferecendo a elas atenção, nomeação e acolhimento. O que antes era uma memória dolorosa se torna uma experiência integrada, algo que você consegue observar com consciência e que não mais domina suas escolhas ou define quem você é.

Além disso, a terapia possibilita perceber padrões repetitivos: comportamentos ou emoções que surgem sem que você compreenda imediatamente a razão. Muitas vezes descobrimos que estamos reagindo a uma situação atual como reagiríamos a uma experiência antiga e reconhecer isso é libertador, pois oferece a oportunidade de interromper ciclos e agir de forma diferente, alinhada às necessidades e valores do presente, não aos ecos do passado.

Portanto, a terapia muda o passado não na forma dos fatos, mas na qualidade do impacto que esses fatos têm sobre você hoje. Ela permite que você carregue sua história sem ser carregado por ela, que viva plenamente o presente e construa o futuro com menos bagagem emocional desnecessária.

Nem sempre é preguiça! Muitas vezes o “não tenho vontade” ou “me falta de energia” tem uma explicação neurobiológica.Aco...
01/10/2025

Nem sempre é preguiça! Muitas vezes o “não tenho vontade” ou “me falta de energia” tem uma explicação neurobiológica.

Acontece assim: o cérebro humano, diante de qualquer sobrecarga emocional, ativa mecanismos de economia de energia! Isso signif**a que, quando somos constantemente exigidos a lidar com demandas externas, como trabalho, família, cobranças sociais, sem espaço para processar emoções, regular o estresse ou simplesmente descansar, o corpo e a mente entram em modo de proteção. Eles nos desaceleram, reduzem a nossa motivação e nos fazem “desligar”.

Somado a essa mecanismo biológico, existe o fato de que vivemos em uma cultura que glorif**a a produtividade e demoniza a pausa. Descansar é muitas vezes interpretado como preguiça e fraqueza, de modo que o cansaço da alma se torna o único modo viável de sobrevivência. O problema é que esse mesmo cansaço, apesar de inevitável, é também invisível… Aprendemos a ignorar os seus sinais, como: tensão muscular constante, irritação, ansiedade, desânimo e apatia.

Sob a perspectiva da Gestalt -Terapia podemos ver esse estado como um sintoma de sobrecarga do contato, ou seja, a pessoa está tão imersa em demandas externas que perde o contato consigo mesma, não percebe mais o que sente e nem suas necessidades mais básicas. O “cansaço da alma” é, portanto, um chamado para parar, sentir e se reconectar.

O caminho, no entanto, não é sobre simplesmente se forçar a “produzir” mais, mas criar espaço para o autocuidado. Pausas, práticas que promovam presença (como caminhar, escrever ou meditar) e momentos de escuta interna são fundamentais para que o seu cérebro e o seu corpo recuperem energia e reorganizem recursos emocionais. Em outras palavras, o que parece preguiça muitas vezes é um convite urgente: ouvir a si mesmo antes que a sobrecarga se torne um colapso.

A aposentadoria é, muitas vezes, vista apenas como um ponto final... O fim de uma etapa profissional, a conclusão de uma...
28/09/2025

A aposentadoria é, muitas vezes, vista apenas como um ponto final... O fim de uma etapa profissional, a conclusão de uma carreira, um documento assinado que atesta que "amanhã você não precisa mais vir". No entanto, esse olhar é limitado, uma vez que a aposentadoria não se trata apenas de um encerramento, mas de um recomeço.

Apesar desse recomeço ter uma representação simbólica marcada pela "data da aposentadoria", ele não acontece em um tempo pré definido ou estabelecido! Ao contrário disso, há um ritmo próprio, de cada pessoa, e que precisa ser respeitado. Quando o crachá deixa de ser obrigatório o corpo e a mente se deparam com uma sensação inédita de tempo livre, mas essa liberdade, para muitos, vem acompanhada de perguntas difíceis, do tipo: “quem sou eu sem meu trabalho?”, “o que ainda posso oferecer ao mundo?”, “como manter um propósito quando minha rotina mudou completamente?”.

Dentro desse contexto e do ponto de vista psicológico, a aposentadoria é um momento de transição que exige reorganização interna. Segundo a Gestalt Terapia cada figura no nosso campo de experiência precisa ser reconhecida e integrada, ou seja, o papel de trabalhador(a) não desaparece imediatamente, mas precisa ceder espaço para outras partes de nós mesmos que f**aram à margem — hobbies, relações afetivas, projetos pessoais e sonhos antigos que foram deixados de lado. E o ritmo desse recomeço é singular: algumas pessoas mergulham rapidamente em novas atividades, enquanto que outras precisam de tempo para aceitar o próprio silêncio e refletir sobre desejos genuínos.

É, portanto, fundamental compreender que não existe um “manual” sobre como viver a aposentadoria, e a pressa para se sentir produtivo ou realizado pode gerar frustração e ansiedade. O segredo está em acolher cada etapa, reconhecendo pequenos avanços e permitindo-se explorar o próprio ritmo, sem comparações ou pressões externas. É preciso caminhar no tempo de cada etapa, reconhecendo que o recomeço não se mede em dias ou meses, mas na forma como nos permitimos viver com presença, signif**ado e autenticidade.

Na Gestalt-Terapia entendemos o ser humano como alguém em constante processo de contato com o mundo, consigo e com os ou...
25/09/2025

Na Gestalt-Terapia entendemos o ser humano como alguém em constante processo de contato com o mundo, consigo e com os outros. O luto, nesse sentido, é uma experiência radical de interrupção desse contato: a pessoa amada, que antes era parte do nosso campo, agora não está mais presente, e o fluxo da vida é violentamente alterado. Surge, portanto, um imenso vazio!

Com o tempo, porém, não é que a dor se apague ou seja esquecida. O que ocorre é que o próprio campo existencial se reorganiza em torno dessa ausência. Aos poucos, o que parecia ser apenas ruptura começa a se transformar em possibilidade de continuidade, de modo que as lembranças deixam de ser apenas motivo de dor e passam, também, a ser formas de presença.

Assim, o tempo não age como um remédio mágico que cicatriza feridas. Ao contrário disso, ele funciona como um aliado na reorganização do contato, ajudando-nos a descobrir novos modos de estar no mundo sem aquela pessoa que se foi. O luto, nesse olhar, não se trata de “superar” ou “deixar para trás”, mas de integrar a perda ao nosso novo modo de existir, reconhecendo o legado do entende querido na forma como nos transformou, nos ensinou e nos atravessou.

Portanto, quando dizemos que “o tempo organiza”, estamos reconhecendo que o luto não é uma linha reta em direção à cura, mas um processo circular, cheio de idas e vindas, de dias leves e dias pesados. Com o tempo, encontramos modos de dar lugar à dor sem que ela sufoque toda a vida, modos de respirar mesmo com a falta e modos de viver apesar da ausência.

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