03/11/2025
À primeira vista estar constantemente informado pode parecer algo positivo e até necessário, no entanto, quando essa sobrecarga se torna constante, ela deixa de ser apenas “conveniente” e passa a ser um fator de adoecimento... Vivemos em uma era em que o acesso à informação é praticamente ilimitado, de modo que tudo chega de uma vez, competindo pela nossa atenção e pela nossa energia mental.
É preciso dizer e, inclusive, repetir que o excesso de informação não impacta apenas a mente, mas também o corpo. Pesquisas em psicologia e neurociência mostram que a exposição contínua a estímulos informativos intensos ativa o sistema de alerta do cérebro de forma permanente, de modo que o corpo entra em estado de tensão crônica. Em termos da Gestalt Terapia poderíamos dizer que a pessoa não consegue organizar suas “figuras” internas, uma vez que os estímulos externos ocupam espaço demais, impedindo que experiências signif**ativas emerjam e sejam sentidas plenamente.
Além disso, o excesso de informação frequentemente alimenta comparações e julgamentos internos. Ao acompanhar notícias alarmantes, vidas alheias aparentemente perfeitas ou debates inflamados, criamos constantemente padrões de avaliação: “não estou fazendo o suficiente”, “não sou capaz”, “meu mundo está errado”.
Outro ponto crucial é que o cérebro não consegue priorizar de forma eficiente quando recebe estímulos em excesso. Ele tenta processar tudo ao mesmo tempo, mas o resultado é o contrário: confusão mental, esquecimento, dificuldades de concentração e procrastinação. Em outras palavras, a informação, quando em excesso, deixa de servir ao propósito de ampliar a compreensão e passa a reduzir a capacidade de ação consciente.
Nesse contexto, a terapia oferece uma lente para perceber e lidar com esse fenômeno. Um dos caminhos é aprender a criar espaços de filtragem e presença, ou seja, pausas conscientes em que o excesso de dados não invada o corpo e a mente. Técnicas de atenção plena, autocuidado digital, limites claros e momentos de silêncio permitem que o indivíduo organize suas figuras internas, dando atenção ao que realmente importa e reduzindo o impacto da sobrecarga externa.