24/12/2020
Nossos ancestrais sempre acompanhavam a passagem do tempo de acordo com os ciclos da natureza ao seu redor. Eles observavam os movimentos das estrelas, do Sol, da Lua e os ciclos da Terra. O ano era uma grande roda, que girava, girava, e eles comemoravam essas mudanças se adequando e reverenciando a energia que a força da natureza apresentava.
Dentro da tradição da Deusa, a comemoração do Natal coincide com as simbologias do sabbat Yule, que corresponde ao solstício de inverno no hemisfério Norte. Registros demonstram que a celebração ocorria há mais de 12.000 anos em diversas culturas e que, com o sincretismo cristão, ela teria dado origem ao Natal.
A chegada do inverno na região ocorre no dia 21 de dezembro e, em alguns pontos, ele ainda é muito rigoroso. No passado, a estação era considerada uma das mais perigosas: morria-se muito de frio e de doenças; crianças e idosos eram os mais propensos a não sobreviverem à estação; as mulheres tinham horror de parir nessa época, pois havia o risco do corpo delas e dos bebês não resistirem às baixas temperaturas; a escassez de comida e o grande risco dos mantimentos acabarem caso o inverno se prolongasse mais que o esperado eram uma ameaça constante.
✨ Dessa forma, mais que nunca, era necessário haver união e solidariedade..✨
As pessoas se juntavam, trocavam os mantimentos e davam-se presentes, preparando a comunidade para enfrentar a estação e seus desafios. Os rituais eram voltados para pedir às divindades o retorno do Sol e da luz, possibilitando a volta da vida e abundância para a Terra. A devoção se concentrava na esperança do renascimento da criança solar que, depois de um novo ciclo, sairia novamente do ventre da Grande Mãe.
O simbolismo de Jesus, da criança solar que nasce nessa época do ano trazendo a renovação, pode ser identificado no mito de nascimento de várias divindades, por volta da mesma data.
➡️ As celebrações eram direcionadas para o intuito de manter em si e na comunidade acesa a chama sagrada, com velas, fogueiras e muita cor, tudo que reforçasse a fé de que a luz e a prosperidade da natureza retornariam. Era apenas um MOMENTO DE PAUSA, onde era necessário fluir com esperança por mais aquele ciclo.
Alguns povos mantinham árvores e pinheiros dentro das casas, simbolizando a continuidade da vida. Guirlandas e rodas de carroças eram enfeitadas, numa alusão à roda do ano e da vida, que sempre gira movimentando as estações e trazendo renovação.. ❤️
Nossa ritualística desse “inverno” pode ser sentida em um nível mais interno, com recolhimento e contato com as sombras, o que deve morrer e renascer dentro de nós. Porém, se fluirmos com a natureza que está ao nosso redor, nessa época do ano entramos no solstício de Verão.. ☀️