01/07/2015
Laser na Odontologia - Mito ou Realidade?
Atualmente , na maioria dos meios de comunicação (TV, Jornais, Revistas, etc.) fala-se muito de novas tecnologias tanto na área médica como na odontologia - para um maior conforto nos tratamentos aos quais os pacientes sejam submetidos.
Na área de odontologia por exemplo, uma gama muito grande de novas técnicas e novos materiais (implantes, antibióticos específicos para periodontite - perio chip - resinas, fluoretos,etc.) apareceram nos últimos anos; para devolver ao paciente sua qualidade de saúde oral tanto no aspecto estético, como na função mastigatória .
O Laser é um desses novos recursos ; que tem sido utilizado pelos Russos, Italianos, Alemães e Japoneses desde o início da década 60.
Num resumo histórico, um dos primeiros lasers usados na odontologia, foi um laser de alta potência (ou alta intensidade - power laser) de cristal de Rubi; rudimentar para a época; e, como curiosidade o primeiro paciente a sofrer uma intervenção com o laser foi um dentista e, foi um médico - DR.Leon Goldman - que primeiro utilizou esse equipamento com a finalidade odontológica.
Desde então, muita coisa mudou; a técnica, as potências utilizadas, modos de operação dos equipamentos, etc e, muitos dos mecanismos de interação do Laser com os tecidos, foi melhor compreendido, melhor aprimorado.
À partir da metade da década de 80, vários outros equipamentos do laser com outros materiais como meio ativo foram desenvolvidos, exemplos Co2, Argônio, Nd:YAG, Er:YAG, etc!
Laser é o anacronismo de: Luz Amplificada por Emissão Estimulada de Radiação.
Aqui é importante ressaltar ou não confundir com as radiações emitidas por substâncias radioativas (Plutônio, Urânio, Cobalto / ou mesmo o Raio X).
Essa luz amplificada que apresentando características específicas (mesma cor, paralelismo, coerência) atuam em diversas áreas (tecidos) de modo seletivo!
Diferentes equipamentos ao emitirem diferentes tipos de energia, irão promover efeito desejado (cicatrização, corte, vaporização, etc.) sobre um tecido em particular.
Os equipamentos de Laser que são mais utilizados atualmente na odontologia são os seguintes:
1) Power Laser (Alta Potência) ou laser de alta intensidade: Argônio,Co2, Nd:YAG e Er:YAG.
O Laser de Argônio por exemplo na medicina é muito usado em cirurgia vascular, ou para remoção (vaporização) de lesões pigmentadas. Na Odontologia este laser é utilizado para fotopolimerização de resinas cujo o resultado é muito superior e mais uniforme se comparados à luz halógena convencional e também utilizado para clareamento dental.
O Laser de Co2, que também é um laser de alta potência, pode ser utilizado em tecidos moles orais para execução de biópsias, remoção de manchas escuras da gengiva (pigmentação melanica), remoção de lesões em pacientes com problemas hemorrágicos (ex: pacientes hemofílicos), remoções de lesões benignas (ex: fibroma, hiperplasia gengival inflamatória, estomatite nicotínica, liquen planus, aftas, etc.); ou auxiliar na remoção da dentina cariada (tecidos duros), e na prevenção da cárie.
O Laser de Nd: YAG , que recentemente (l997) recebeu a aprovação do FDA (Food and Drug Administration, dos Estados Unidos ) para tratamento coadjuvante nas doenças da gengiva bem como auxiliar na desinfecção radicular graças a sua capacidade de redução bacteriana.
Já a remoção de cárie e o preparo cavitário conservador, pode ser feito em adultos e crianças - sem os traumas da alta rotação - da vibração e do barulho - com o laser de Er:YAG.
2) Soft Laser (Baixa Potência) ou laser de baixa intensidade He Ne e o de diodo de Arseneto de Gálio e Aluminio.
Finalmente, os aparelhos de laser de baixa intensidade, também conhecidos como Soft Laser (He Ne e Diodo GaAs) podem ser utilizados em Algias mio - faciais, nevralgia do trigêmio, dores na ATM, pontos de acupuntura, hipersensibilidade dentinária, etc.
Infelizmente até o momento, não temos o " laser ideal", cada um tem sua indicação e sua contra indicação. É necessário ainda muita pesquisa e muito estudo, como os que já estão sendo realizados tanto aqui no Brasil, como no exterior.
Mais importante que qualquer método utilizado, técnica ou material, deve ser considerado o paciente e o ser humano que ele representa, suas necessidades conjuntas naquele momento e, principalmente a médio e longo prazo - não devemos tratar de uma cárie, um problema de canal, de uma gengiva inflamada, ou de um dente perdido - isoladamente. Nada disso vem "sozinho" no nosso consultório, mas sim um ser humano completo, como nós, com nossos ideais, nossas necessidades e nossas limitações!