03/12/2025
Viver com uma doença crônica na infância — como diabetes tipo 1, asma, doença renal, alergias alimentares ou problemas autoimunes — exige mais do que consultas e medicações. Exige educação, autonomia progressiva, suporte emocional e, principalmente, um plano para a vida adulta.
Os pais carregam muito peso. Medo de crises, medo do futuro, medo do adolescente que “acha que está tudo bem”. Mas existe um ponto essencial: a criança com doença crônica não precisa só de tratamento — precisa aprender a se cuidar. Desde cedo, ela deve entender seu corpo, reconhecer sinais de alerta, participar das decisões e criar confiança na sua própria capacidade.
A transição para a vida adulta não acontece aos 18 anos. Ela começa lá atrás, quando os pais permitem que a criança faça escolhas seguras, participe dos cuidados, aprenda a monitorar sua condição, compreenda o porquê de cada passo. O adolescente que sabe manejar sua doença é o adulto que vive com qualidade.
O grande erro é deixar tudo nas mãos dos pais e, de repente, esperar que o jovem “se vire”. Isso aumenta risco de descontrole, internações e crises. A transição precisa ser lenta, guiada, respeitosa. Com espaço para dúvidas, para falhas e para amadurecimento.
Cuidar de uma doença crônica na infância não é um desafio isolado — é um projeto de longo prazo. É preparar essa criança para viver bem, com autonomia e dignidade. Porque crescer com saúde não signif**a eliminar a doença, e sim aprender a atravessar a vida com ela, sem se perder no caminho.