25/08/2020
USANDO A PANDEMIA COMO PRETEXTO, IZAÍAS AGORA QUER SUSPENDER REPASSE PATRONAL PARA O IPMJ
Provando mais uma vez que está determinado a não dar nenhuma trégua no ataque aos servidores, o prefeito Izaías Santana (PSDB) acaba de encaminhar um projeto à Câmara, em rito de urgência, para suspender os repasses da prefeitura ao IPMJ (Instituto de Previdência Municipal de Jacareí).
Para isso, usa novamente a pandemia de COVID-19 como pretexto. E isso ocorre menos de um mês depois da ofensiva do prefeito para aumentar a alíquota de contribuição dos servidores, ativos e aposentados, para 14%. Que foi facilmente aprovada, graças à sua fiel bancada de apoio na Câmara.
A suspensão dos repasses é muito grave e pode afetar a saúde financeira do Instituto, ameaçando assim o patrimônio da categoria, construído ao longo dos anos.
Afinal, atualmente cerca de 50% do que entra no IPMJ, mensalmente, é patronal. Isso porque, além dos 14,22% que é o percentual da folha que é repassado pela prefeitura, se o projeto for aprovado suspende também o pagamento das parcelas da dívida que foi negociada e está sendo paga pela administração. O que seria devastador para as contas do IPMJ.
“O STPMJ não concorda com esse ataque que considera mais uma apunhalada nos servidores públicos municipais. É um absurdo atrás do outro. O Sindicato vai mobilizar os servidores e convocar protestos contra esse absurdo. Esperamos que os vereadores, desta vez, tenham sensibilidade e fiquem do lado do servidor público contra mais esse ataque”, disse a presidente do STPMJ, Sueli Cruz.
O Sindicato também vai solicitar ao IPMJ cálculos do impacto que essa possível suspensão dos repasses vai representar para o Instituto.
“No atual cenário, os investimentos do IPMJ tiveram muitas perdas nesse período. Agora, com mais essa suspensão, vai ser um verdadeiro massacre para as contas do nosso Instituto”, disse a diretora Sônia Evarista da Silva, ex integrante do Caif e do Conselho Deliberativo do IPMJ.
A defesa do IPMJ é importante para toda a cidade. Afinal de contas, se o Instituto for sucateado e não tiver dinheiro para pagamento das pensões e aposentadorias, quem vai arcar com os pagamentos será a prefeitura. E vai fazer isso como? Certamente, com o aumento de impostos. Ou seja, repassando a conta para os munícipes.
“É inadmissível que todo o ônus da pandemia fique nas costas dos servidores. Não é justo que a categoria seja penalizada com mais esse prejuízo. O IPMJ é nosso! Precisamos mostrar força e união para exigir que o projeto não seja aprovado”, disse Sueli.
A TOQUE DE CAIXA
Apesar de ser um assunto tão importante, o prefeito tem pressa.
Prova disso é que o projeto de lei, protocolado na sexta-feira (21), já tem a aprovação de todas as Comissões e do jurídico da Câmara. E está prontinho pra seguir pra votação no plenário, já nesta quarta-feira (26).
“Para o prefeito e vereadores interessa que a tramitação seja o mais rápido possível, para impedir a mobilização dos servidores na defesa do seu patrimônio. E já tomaram todas as providências para isso. O que mostra um total desrespeito com o servidor público. Lamentável!”, finalizou Sueli.