27/08/2025
Uma vez ouvi que nossa vocação nasce ainda na infância, no jeito como brincamos, vemos o mundo e nos posicionamos diante dele. Ela se revela nos valores, na dedicação e até no que fazemos sem perceber. Sempre há uma motivação escondida, um propósito que nos chama.
Assim foi a minha relação com a Psicologia. Desde criança, antes mesmo de entender o que significava ser psicóloga, eu já sonhava com isso. Olhando para trás, percebo que me desenhava nesse caminho: gostava de ouvir meus amigos e, principalmente, de compreender o que havia por trás das palavras. Queria conhecer as pessoas como eram de verdade, não apenas como aparentavam ser. Gostava de olhar além, de impulsionar, motivar, aconselhar, acolher, brincar, rir e estar presente.
Talvez você pense que também já fez tudo isso, e nem por isso se tornou psicólogo. Mas, para mim, não era apenas um gesto ocasional: era o que me movia, onde eu encontrava sentido. Empatizar e acolher faziam parte da minha essência, da pessoa que eu queria ser.
A Psicologia deu forma e ciência ao que já existia em mim: um chamado para cuidar da alma humana. Ser psicóloga não foi apenas uma decisão profissional, mas o encontro com aquilo que já pulsava em mim desde menina. Hoje, entendo que minha vocação é mais que um trabalho: é um chamado para enxergar além das aparências, ouvir com a alma e caminhar com aqueles que precisam de presença e esperança.
Nesse Dia do Psicólogo, meu coração é de gratidão. Aos amigos que ajudaram a moldar quem sou. Aos meus pais, tios e primos. Ao meu marido e filhos. Aos pacientes que compartilham suas vidas e me tornam melhor a cada reflexão conjunta, à ciência que sustenta a prática, e , sobretudo, a Deus, por me orientar no caminho certo — mesmo quando eu quis correr para o lado oposto — e por estar comigo em cada sessão que conduzo.
“Eu sou feita de retalhos. Pedacinhos coloridos de cada vida que passa pela minha e que vou costurando na alma.” — Cora Coralina