01/12/2025
Você já ouviu alguém dizer “sou alérgico a camarão”? A verdade é que essa frase pode esconder dois motivos completamente diferentes — e um deles nem tem relação direta com o camarão.
A primeira causa é uma alergia real à tropomiosina, uma proteína presente na musculatura dos crustáceos, como camarões, lagostas e caranguejos. Em indivíduos sensíveis, o sistema imunológico identifica essa substância como um perigo, provocando manifestações que vão desde coceira e vermelhidão até episódios mais sérios, como anafilaxia. Quem possui esse tipo de alergia geralmente reage a vários crustáceos, já que todos contêm essa mesma proteína.
A segunda possibilidade é algo que costuma ser confundido com alergia ao camarão, mas não é: trata-se de uma sensibilidade ao metabissulfito de sódio, um conservante usado para manter a cor e reduzir a oxidação do produto durante transporte e armazenamento. Quando utilizado em grandes quantidades, esse aditivo pode causar sintomas muito semelhantes aos de uma alergia alimentar — irritação na garganta, vermelhidão, falta de ar, coceira — mas, nesse caso, o agente responsável é o conservante, e não o camarão.
Por isso, contar com a avaliação de um especialista e preferir fornecedores confiáveis, que trabalhem com produtos bem manipulados e sem excesso de aditivos, é essencial. Identificar se a reação é imunológica ou química ajudará a entender se é realmente necessário retirar o camarão da alimentação ou apenas buscar opções de melhor procedência.
No fim das contas, informação traz segurança. Compreender o que está por trás dessas reações é fundamental para evitar mitos, tomar decisões conscientes e valorizar práticas transparentes no setor de pescados.