23/07/2021
Com o desenvolvimento do pensamento na idade pré-escolar (4 a 6 anos), portanto, as imagens captadas pelos sentidos são transformadas em uma expressão verbal mentalizada. Assim podemos compreender o impacto do isolamento social no psiquismo dessa faixa etária.
As representações formadas pela criança referem-se àquilo que pode ser observado e constatado pela percepção. Já não encontramos mais, aqui, a percepção imediata do mundo externo, mas uma percepção mediada pelas palavras que nomeiam os diferentes objetos e atribuem a eles signif**ado. No entanto, ainda há, notadamente, uma primazia do plano concreto das imagens. Esse tipo de pensamento, predominante
na idade pré-escolar, pode ser chamado, de acordo com o psicólogo Vasili Davidov, de pensamento empírico (MARTINS, 2007).
Seu desenvolvimento implica o intenso contato prático da criança com a realidade social, que promove uma maior complexidade e solidez das ideias que a criança elabora sobre o mundo. Isso signif**a que a escola de educação infantil deve promover a ampliação do contato da criança com a realidade social, para além dos estreitos limites da vida cotidiana.
Quando discutimos o desenvolvimento do pensamento, falamos do tipo de ideias que a criança vai formando sobre o mundo, que expressam e orientam a relação da criança com a realidade e isso impacta diretamente no psiquismo da criança. Em linhas gerais, podemos dizer que o pensamento teórico é capaz de captar o movimento da realidade e suas contradições, indo além da aparência empírica dos fenômenos e revelando a possibilidade de sua transformação ativa pelo cuidador. Por isso é tão importante f**ar atento ao sintomas nesse momento. As ações educativas junto às crianças, no retorno ao presencial, devem se orientar por esses princípios, e o professor precisa ter consciência que se expressam tanto na forma quanto no conteúdo das atividades por ele propostas. É preciso combater a formação de uma relação fatalista e passiva da criança com a realidade e, portanto, de uma compreensão estática e acrítica do real.