02/11/2025
O luto não é uma linha reta.
Ele se parece mais com uma escada: às vezes subimos um degrau, sentimos que estamos melhorando — e de repente, caímos de novo.
Na visão psicanalítica, o luto é um processo de elaboração psíquica: um trabalho interno em que o sujeito precisa se despedir, aos poucos, do objeto amado que foi perdido — não apenas na realidade, mas dentro de si.
Cada “queda” representa uma tentativa frustrada de negar a perda, um retorno à dor. E cada “subida” é um pequeno movimento de elaboração, um avanço em direção à aceitação.
Não existe tempo certo para o luto, nem um caminho único. O que existe é o trabalho de simbolizar a ausência, de transformar o vazio em lembrança, e o amor em memórias.
E, com o tempo, quando esse trabalho é possível, o sujeito não esquece — mas pode seguir adiante.
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