24/05/2016
A FALTA DE VITAMINA D NA POPULAÇÃO
Sabemos que sem a vitamina D, o corpo não consegue absorver o cálcio de maneira adequada e os ossos se tornam frágeis, com osteopenia ou até osteoporose e risco aumentado pra fraturas.
Células de vários tecidos do corpo humano interagem com a vitamina D como queratinócitos (células produtoras de queratina na pele, cabelo, unhas), folículo piloso, adipócitos (células do tecido gorduroso), placenta, pulmões, próstata, retina, entre outros, o que reforça a amplitude de ações da vitamina D na regulação do equilíbrio do organismo. Assim, estudos têm demonstrado que a deficiência da vitamina está relacionada com doenças autoimunes como a esclerose múltipla e a artrite reumatoide, a pré-eclâmpsia e o peso baixo ao nascer, além de distúrbios neuropsicológicos como o autismo, a depressão, a perda de memória, doenças inflamatórias intestinais, entre tantas outras.
MÚSCULOS: a vitamina participa da regulação do crescimento das células dos músculo (miócitos) e do volume da massa muscular, do tônus e da força muscular. A deficiência da Vitamina D está associada à diminuição da força e da massa muscular, com prejuízo do equilíbrio (imagine em um indivíduo que já tem osteoporose, nesta situação há risco maior de quedas e fraturas).
CORAÇÃO, CIRCULAÇÃO e PRESSÃO ARTERIAL: a deficiência da Vitamina D relaciona-se à maior propensão a doenças cardiovasculares. Esta vitamina participa do controle da função cardíaca e da pressão arterial por meio da regulação do crescimento das células musculares lisas, do grau de contratilidade do músculo cardíaco e da inibição da renina, interferindo na dinâmica do sistema renina-angiotensina-aldosterona.
CÂNCER E DOENÇAS AUTOMINUNES: os tipos de câncer mais estudados com relação à falta de vitamina D são de mama, intestino grosso - colorretal e próstata. A deficiência desta vitamina pode influenciar no crescimento, diferenciação e apoptose celular - morte celular programada, quando a célula deve ser destruída pela defesa do organismo - ação também anticâncer - e na regulação dos sistemas imunológico.
DIABETES: recentemente, estudos demonstraram também a ação e a influência da vitamina D sobre a secreção de insulina na célula beta pancreática e sua possível relação sobre o controle glicêmico e incidência do diabetes.
Sistema Reprodutor – Ovários e Testículos: a vitamina D também interage com ovários e testículos, influenciando na produção de hormônios dessas glândulas, na produção de espermatozóides, consequentemente, dos processos relacionados à fertilidade do indivíduo.
CÉREBRO: há evidências de que a vitamina D exerça ações na regulação do desenvolvimento e nas funções cerebrais.
COMO OBTEMOS VITAMINA D:
A vitamina D é solúvel em gordura (lipossolúvel) e é produzida e absorvida pela pele, onde a radiação UVB da luz solar estimula a produção da pré-vitamina D, que, por sua vez, é convertida nos rins para a forma biologicamente ativa, o “hormônio” vitamina D.
Nos seres humanos, APENAS 10% A 20% da vitamina D necessária à adequada função do organismo provém da dieta. As principais FONTES DIETÉTICAS de vitamina D3 – colecalciferol são de origem animal: peixes gordurosos de água fria e profunda, como atum, salmão, sardinha, além de iogurte - laticíneos, ovos, fígado; a vitamina D2 (ergosterol, de origem vegetal) está presente nos fungos comestíveis. OS RESTANTES 80% A 90% são sintetizados pelo próprio organismo pela EXPOSIÇÃO SOLAR.
Assim, para que esse processo de produção/ativação da vitamina D se inicie, é preciso que o indivíduo receba a LUZ SOLAR DIRETA, especificamente a radiação ultravioleta B. A quantidade de MELANINA na pele do indivíduo influencia na produção da vitamina. Esse pigmento também compete com a radiação UVB, assim, quanto mais melanina, mais tempo leva pra produzir quantidades satisfatórias da vitamina D. Os estudos mostram menores reservas da vitamina em indivíduos negros quando comparados aos caucasianos, mas que as duas etnias têm a mesma capacidade de síntese, só que indivíduos com pele mais escura precisam de mais tempo de exposição ao sol para sintetizarem a vitamina D3.
O PROTETOR SOLAR também impede que absorvamos adequadamente a quantidade de vitamina D produzida sob a exposição solar, mas isso não significa que devamos deixar de usá-lo no dia-a-dia. Para produção da vitamina, basta exposição solar de 10 minutos (peles claras) a 20 minutos (peles negras) sem protetor no horário de sol mais intenso, de alguma parte do corpo (prefira áreas que não sejam muito sensíveis, nem com manchas, pintas ou lesões, nem face ou ombros).
ALERTAS sobre as consequências cosméticas e cancerígenas da exposição excessiva ao sol têm levado milhões de pessoas a se protegerem dos raios UVB com roupas de proteção e o uso constante de protetor solar na pele exposta, tornando mais difícil a geração de vitamina D.
Um grupo etário que merece atenção especial nessa fase inicial de ativação da vitamina D na epiderme é o de IDOSOS, pois, pelo processo de envelhecimento, apresentam afinamento da epiderme e derme, com consequente diminuição da reserva da Vitamina D.
No entanto, mesmo quando a vitamina D seja produzida adequadamente pelo corpo, associada à ingesta de alimentos adequados, pode ser “desviada” e armazenada na gordura corpórea (lembre que é vitamina solúvel em gordura). Considerando aumento dramático de SOBREPESO E OBESIDADE no país e no mundo, muitos não conseguem corrigir pra níveis sanguíneos de vitamina D adequados, necessitando de avaliação médica criteriosa na reposição e controle, a fim de se evitar todas as doenças e alterações metabólicas relacionadas.
As RECOMENDAÇÕES devem ser no sentido de ter uma exposição solar suficiente para promover uma adequada síntese cutânea de vitamina D3, sem colocar o indivíduo em risco para o desenvolvimento de câncer de pele induzido pela radiação UVB.
A SUPLEMENTAÇÃO DA VITAMINA D3 DEVE SER INDICADA E SUPERVISIONADA POR MÉDICO, com exames clínicos, laboratoriais e outros, com suporte ou não de profissional da nutrição. NUNCA consuma qualquer suplemento sem acompanhamento profissional. Apesar da hipervitaminose D ser pouco relatada, geralmente, só é percebida quando o quadro de excesso de cálcio sanguíneo não se resolve, associada a alteração renal. Um estudo feito na Johns Hopkins University School of Medicine (EUA), afirma que níveis de vitamina D acima no normal podem aumentar o risco de inflamações cardíacas.
Créditos de imagem: Isto É Interessante