02/09/2020
O filósofo Baruch Espinosa dedicou-se, em sua obra, a compreender como os corpos se afetam e se transformam nos encontros com outros corpos. Cabe ressaltar que não se tratam apenas de encontros entre humanos: podemos falar de um encontro com uma paisagem, com um animal, com uma obra de arte, com uma ideia, etc.
Simplificadamente, Espinosa dividia em dois os tipos possíveis de encontros: encontros tristes e encontros alegres. O que definia se um determinado encontro era alegre ou triste, porém, não era exatamente o sentimento que despertava, mas de que forma aquele encontro afetava os corpos: em um encontro alegre, há um aumento da potência dos corpos, um aumento na capacidade de agir; em um encontro triste, ao contrário, há uma diminuição da potência. Um corpo afetado de tristeza é um corpo impotente, que tem diminuída sua força de agir, de criar.
Cultivemos então os bons encontros, aqueles que nos alegram e nos impelem a criar, a caminhar em novas direções, já que, como cantou o poeta, "a vida é a arte do encontro"...