Terapia da Crianca

22/04/2022

Por outro lado, deve-se considerar fortemente o fator temporal, não da criança, mas da potência de neuroplasticidade que o cérebro costuma ter nos primeiros anos de vida.
Assim, quanto mais precocemente, aquela dúvida; inquietação ou "pulga atrás da orelha" acerca do desenvolvimento for investigada melhor, pois tanto os casos que apenas demandam orientação até os que necessitam de intervenção serão mais beneficiados pela elevada capacidade que um cérebro em intensa formação tem de criar novos caminhos neurais mais sólidos e seguros.

26/03/2022

Dos stories pro feed pra fazer uma atualização por aqui e reforçar o quanto é importante um terapeuta infantil aprofundar seu conhecimento para além da sua área de formação de base.

Por aqui, enquanto fono, as demandas de fala e linguagem são diversas e bastante desafiadoras, mas cada vez que eu abro a porta pra atender um paciente, recebo na minha sessão um Ser em sua integralidade, com questões de comunicação entrelaçadas com aspectos motores, sensoriais, comportamentais e emocionais.

Assim, o conhecimento ampliado sobre desenvolvimento infantil não me permite abarcar todas as demandas, nem tampouco ultrapassar a fronteira de atuação do colega de outra área, mas certamente me possibilita enriquecer os estímulos, perceber as necessidades de encaminhamentos, alinhar estratégias em equipe, favorecendo e impulsionando o processo terapêutico de cada criança.

E assim continuo, me desenvolvendo com o desenvolvimento dos meus pequenos e isso é lindo e gratificante 😍💛🙌

10/01/2022

Porque o fato é que quanto mais a criança está imersa à tela, menos oportunidades ela terá de falar e o mesmo acontece quando seus pais estão presentes fazendo uso associado de alguma tecnologia.

Assim, em ambas situações, mesmo havendo a presença entre a criança e o adulto, quando a tela permeia essa relação, as interações perdem muito em sua qualidade, havendo menos comunicação verbal entre todos e, consequentemente, comprometendo o desenvolvimento das competências linguísticas do pequeno.

09/12/2021

Sabe aquela pergunta clássica que fazemos às crianças? " O quê vc quer ser qnd crescer?" 🤷‍♀️ Eu nunca respondi prontamente: " Quero ser Fono" 🙋‍♀️😅. Até pq essa é uma profissão tão nova que, na minha infância, não fazia ideia do que significava.

Mas Deus, em sua infinita sabedoria, me guiou pra Fonoaudiologia colocando em meu coração uma vontade imensa de trabalhar com crianças e, como a fono me apontava essa perspectiva, essa foi minha opção no vestibular.

E, assim, a cada 9 de Dezembro, eu comemoro essa data com um sentimento de infinito amor e gratidão por essa profissão, pois é aqui que eu me realizo, aprendo e me transformo.

14/11/2021

E hoje, 14 de Novembro, Dia Nacional da Alfabetização, deixo essa reflexão pra vocês! Claro que identificar os nomes das letras é uma habilidade inicial importante para a criança acessar o universo do letramento, mas isso, por si só, não garante uma alfabetização bem sucedida.

É importante que a criança, ainda na educação infantil, comece a desenvolver a percepção de que as letras têm nomes sim, mas entendam principalmente, que elas têm sons.

Assim, entender, por exemplo, que a letra "F" se chama "EFE", mas que tem o som do /ffff/ como se fosse um ventinho que sai quando tocamos com os dentes superiores no lábio inferior, é algo fundamental para ela conseguir estabelecer uma correlação entre o som e a letra para reproduzir isso na leitura e escrita.

Dessa forma, muito além de decorar e sequenciar o alfabeto, o pequeno precisa ter habilidades de consciência dos sons para poder avançar no seu processo de alfabetização de forma segura e consistente.

30/10/2021

Conhecer o alfabeto e, consequentemente, ler as primeiras palavras, realmente é um marco simbólico tão esperado assim como a fala, pois tanto a linguagem oral como a escrita são conquistas que atraem a atenção e geram muita expectativa, especialmente nos pais.

Porém, é preciso compreender que tanto a fala como a leitura e escrita, são habilidades estruturadas num PROCESSO gradual que segue uma hierarquia do desenvolvimento.

Assim, para estar apto para a alfabetização, é preciso garantir que o pequeno desenvolva bem suas habilidades de atenção, coordenação motora, linguagem, memória, percepção visual e auditiva, bem como esteja com uma boa regulação comportamental/emocional.

Por isso, se algum desses itens estiver ausente ou mal consolidado, não há sentido em pular etapas e querer focar específica e exclusivamente nas letras, pois o desenvolvimento infantil é como a construção de uma casa a qual precisa ter uma boa fundação para então levantar as paredes de forma segura e bem estruturada.

23/10/2021

Então entenda que crianças com dificuldades persistentes de fala têm mais riscos pra apresentar déficits na alfabetização pelo simples fato de que a linguagem falada é uma extensão da linguagem escrita.

Indo mais além, olhando pelo ângulo tão amplo da linguagem, percebemos que essa é uma habilidade que não influencia apenas a performance acadêmica do pequeno nas aulas de português, mas que passa por todas as matérias, pois é através da linguagem que acessamos os conteúdos, seja ele ciências, história, geografia e até mesmo a matemática.

Sim! Até a matemática pode ser afetada, pois os enunciados dos problemas, por exemplo, também envolvem compreensão de linguagem.

Por isso, é essencial estar atento ao desenvolvimento da fala e da linguagem da criança para que esta seja devidamente bem estimulada e, quando houver dificuldades, estas sejam tratadas o mais precoce possível a fim de não acumular tantos prejuízos, inclusive nos aspectos pedagógicos.

26/09/2021

Nessa obra, Laura Gutman traz muitas provocações sobre os padrões culturais, princípios e valores que sedimentam a educação das crianças, refletindo como essa estrutura é a base para a construção de uma sociedade mais saudável.

Por vezes, tocando em pontos polêmicos, onde não precisamos concordar 100% com tudo (eu mesma não me identifiquei com algumas questões), ainda assim a leitura é válida pra trazer luz a alguns padrões que, de tão automatizados, não questionamos ainda que sejam bem duvidosos.

Discutindo desde o sistema de educação e saúde, pontuando de forma muito lúcida sobre a qualidade da alimentação até chegar na importância dos primeiros vínculos, certamente a autora irá, em algum momento, te levar a alguma inquietação e reflexão sobre como podemos, segundo ela mesma propõe, revolucionar o mundo através de uma criação amorosa.

24/09/2021

E, por isso, especialmente no primeiro ano de vida, o bebê começa a apresentar comportamentos mais expressivos que demonstram frustração uma vez que já tem maior percepção do que sente e deseja, tal como situações de fome, sede, sono, dor ou até mesmo noção do objeto escolhido para brincar.

No entanto, todos esses pensamentos, ainda possuem uma via restrita de expressão, muitas vezes limitadas aos gestos de apontar, acenar "sim" e "não " com a cabeça ou até mesmo a gritos e choros.

Assim, é importante que os pais e cuidadores compreendam que, devido a essa desproporção entre o pensamento mais aflorado e a condição de verbalização ainda limitada, o bebê pode estar mais vulnerável a comportamentos de birra em função, muitas vezes, da frustração de ainda não conseguir se comunicar de forma assertiva.

01/09/2019

22/08/2019

É certo que a criança pequena (menor de 3 anos) é neurologicamente imatura e, por isso, sua capacidade cognitiva ainda é muito limitada para compreender regras e relações de causa e efeito uma vez que a parte lógica do seu cérebro está sendo formatada.

Porém, esse entendimento não deve ser encarado como um convite para postergar o início da educação a ser dada pelos pais e demais adultos, até porque embora o cérebro do pequeno seja pouco maduro, ele está se desenvolvendo de forma muito dinâmica e acelerada, especialmente nesses 3 primeiros anos de vida.

Assim, serão nas pequenas situações que a criança irá construir a sua compreensão do mundo que a cerca, ainda que de forma muito simbólica. Então, por exemplo, você não deve esperar que a criança de 1 ano e pouco guarde todos os seus brinquedos sozinha, mas também não deve fazer isso sempre por ela. Portanto, enquanto você guarda nove dos dez bloquinhos que estão espalhados no chão, o pequeno pode ajudar simbolicamente guardando o décimo a fim de dar a sua parcela de contribuição.

Por isso, construa a educação da criança de forma gradual, adequando as demandas à sua faixa etária, mas jamais deixe para iniciar esse processo apenas quando ela estiver mais "espertinha", caso contrário, o trabalho será muito mais árduo e os conflitos mais intensos.

21/08/2019

Porque para cada criança que morde há uma que é mordida, especialmente no contexto escolar. E esta que sofre a agressão também requer uma mediação por parte dos adultos.

Enquanto o pequeno que agrediu precisa ser convidado a colocar-se no lugar do outro, aquele que sofreu a mordida precisa, além de ser acolhido, ser encorajado a expressar a sua dor e insatisfação diante da situação, pois além de chorar, esta criança necessita ser ajudada a colocar em palavras o seu sentimento, de preferência, para o amiguinho que a mordeu até mesmo para promover uma ponte de diálogo entre os dois a fim de que a linguagem se sobreponha à agressividade.

Há diversas possibilidades onde quem morde também um dia será mordido, mas há casos específicos onde o pequeno pode apresentar um comportamento mais passivo de modo que se torne mais vulnerável a um possível agressor. Estes casos requer atenção e orientação redobrada para que a criança se posicione, ativando o seu sistema de defesa a fim de se proteger.

E vamos entender aqui que este mecanismo de auto-proteção compreende em a criança se esquivar das situações e pedir a ajuda de um adulto, ou seja, defender-se sem precisar revidar com uma atitude agressiva, ainda que haja casos extremos onde o assédio sucessivo só se encerra quando a vítima reage da mesma forma e o pequeno agressor sente na pele a dor que aquele ato promove.
Por isso, a prevenção através da mediação dos pais e educadores, é o melhor caminho para evitar que as trocas de mordidas, pontapés e/ou puxões de cabelo façam parte da rotina gerando um ciclo vicioso onde quem agride também será agredido e vice e versa.
Fonte foto: www.fasdapsicanalise.com.br