08/10/2024
Ah, pobre sujeito.. Durante séculos, ocupou confortavelmente o topo da pirâmide social, sem precisar se preocupar com essas coisas chatas como "justiça" e "igualdade".
Mas, agora, o mundo está de cabeça para baixo!
Pessoas de diferentes cores, gêneros e orientações estão começando a ter os mesmos direitos que ele. Um escândalo!
Veja só: ele não pode mais contar piadas racistas no almoço de família sem ouvir uma reprimenda. Inacreditável!
Quer dizer, onde já se viu as pessoas se sentirem ofendidas por algo tão inocente como perpetuar estereótipos? E o que dizer das mulheres? Elas estão exigindo igualdade salarial! Só porque fazem o mesmo trabalho (e às vezes até melhor) que ele? Que absurdo! Agora ele precisa ganhar sua promoção, e não mais recebê-la de presente com uma piscadela do chefe.
E tem mais! Antes, ele podia contar tranquilamente que sua versão da história era a única que importava. Os livros, os filmes, as narrativas eram todos sobre ele. Agora, as pessoas querem ver representações diversas! Um super-herói negro? Mulheres protagonistas? Casais LGBT+ em comerciais de margarina? Que mundo é esse? Como ele vai explicar para os filhos que as outras pessoas existem e também têm histórias a contar?
Sem falar no ambiente de trabalho. Ele agora tem que lidar com expressões como "cultura de inclusão" e "treinamento de diversidade". Ninguém perguntou se ele se sente incluído nesses processos, não é mesmo?
E agora, ele tem que pensar antes de falar, antes de agir, antes de fazer uma piada. Um verdadeiro cerceamento à sua liberdade!
O pior é que as pessoas diferentes dele estão conseguindo estudar, ter bons empregos, e (prepare-se!) ser felizes! Sim, felizes, sem depender de sua aprovação. Isso, claro, é a prova final de que ele está perdendo seus direitos de ser o centro de tudo.
Mas calma, amigo. Ele ainda pode reclamar à vontade nas redes sociais sobre essa grande tragédia, chamar tudo de "mimimi" e clamar por uma era em que ninguém o incomodava com essa tal de diversidade.
Afinal, a luta por manter seus privilégios disfarçados de "direitos" nunca acaba.