01/12/2025
Aquele momento em que diante de um antigo paciente o pedido pela análise ia na contramão de tudo o que eu considerava ser possível com o tratamento psicanalítico.
Não havia sofrimento, havia um certo delírio de grandeza. Ocorre que seu pedido, anos mais tarde fui entender isso, estava alinhado com uma certa posição de conquistar, subjugar e usar as mulheres para seu bel prazer.
Até hoje me pergunto até que momento devemos ser razoáveis com quem nos procura (razoável no sentido de utilizarmos uma racionalidade, pensarmos a coisa de forma racional) e até que ponto nossos próprios limites (éticos, morais, egoicos, formativos, etc) nos colocam em uma posição de defesa de um ideal que está no centro de nosso ser, no âmago da nossa suposta essência.
Não costumo receber, muito menos perder tempo na clínica com quem não traz na ponta da língua um sofrimento que insiste, que não passa, que não cessa. Isso talvez marca uma diferença importante entre o que ofertamos e a quem ofertamos nosso trabalho.
E vc?
Atenderia algum redpill?