05/04/2020
A lactose é o carboidrato (dissacarídeo) presente no leite, após a ingestão há a quebra da molécula em dois monossacarídeos (glicose e galactose) pela enzima lactase.
Entendendo isso, já posso ir para o que importa! A lactase já é produzida antes do nosso nascimento, porém tem o pico de produção com a chegada dele. Ao longo da vida (principal vida adulta) há redução na produção de lactase a depender do grupo étnico ao qual tu pertence (como visto na fig. 3), pois há indivíduos que apresentam níveis indetectáveis de lactase, enquanto outros grupos tendem a manter a produção da enzima, como populações com maior produção pecuária nos últimos 10.000 anos.
Mas, é bom diferenciar a deficiência primária (interrupção genética na produção de lactase) ou secundária (problemas no trato intestinal como SII, que acabam reduzindo a produção da enzima).
De qualquer forma, uma menor produção da enzima não é um problema em si, pois boa parte das pessoas que possuem não sofrem com os sintomas, há evidências que indicam que o consumo isolado (sem outros nutrientes) de até 12g de lactose de uma só vez não parece causar efeitos adversos em pessoas com possível intolerância ou má absorção. Em contrapartida, doses de 15 a 18g parecem ser bem toleradas quando consumidas de uma só vez em conjunto de outros nutrientes. 18g parece ser o limite, visto que a partir de 24g os efeitos adversos foram bem nítidos [1].
Mesmo indivíduos com SII (Síndrome do Intestino Irritável) parecem tolerar as dosagens de até 12g pelo menos, até porque mesmo em casos como esse, a lactose em si não é o problema, os desconfortos normalmente são causados por má absorção, então é válido estar atento a carboidratos fermentáveis (FODMAPs), e não focar apenas em retirar a lactose.
A ingestão da enzima lactase de forma isolada (comprimidos) ou produtos reduzidos em lactose podem ser válidos, desde que o problema seja exclusivamente a lactose!