26/11/2025
Nas últimas décadas, o câncer de tireoide tem registrado um aumento expressivo no mundo, e os dados ajudam a entender por quê.
Estudos mostram que de 60% a 80% do crescimento global nos diagnósticos se deve ao avanço dos exames de imagem, como ultrassom de alta resolução e tomografia. Esses métodos passaram a identif**ar nódulos muito pequenos, que antes não eram detectados. Em alguns países, por exemplo, houve um aumento superior a 200% no número de diagnósticos entre os anos 1990 e 2020 — mas boa parte desse salto representa nódulos indolentes que não causariam sintomas.
Apesar disso, há indícios de que o aumento não é apenas resultado da detecção precoce. Pesquisas apontam que:
O câncer de tireoide papilífero, o tipo mais comum, teve um crescimento real estimado entre 1% e 3% ao ano em vários países, mesmo quando excluídos os tumores muito pequenos.
A obesidade, que também aumentou mundialmente, é associada a um risco cerca de 30% maior de desenvolver a doença.
A exposição cumulativa à radiação médica (tomografias e exames de imagem na região do pescoço) pode elevar o risco em até 20% em populações mais expostas.
Fatores hormonais e ambientais ainda em estudo podem representar de 10% a 15% do aumento real observado.
Ou seja: parte signif**ativa do aumento vem da melhora dos métodos de diagnóstico, mas existe também um crescimento verdadeiro, ainda que menor, relacionado a mudanças ambientais, comportamentais e hormonais.
A boa notícia é que, mesmo com mais diagnósticos, o câncer de tireoide — especialmente o papilífero — apresenta altas taxas de cura, com sobrevida acima de 95% em 10 anos quando tratado adequadamente.