14/10/2025
Se eu pudesse, sentaria-me com para um bom café e um longo papo. A cada página do livro dela, a mim, f**a uma sessão de terapia. Talvez a minha sessão. Ou a sessão de um paciente. Mas f**a um gostinho de que a psicanálise voou e deixou suas p***s ali.
O trecho que destaco do livro "Pequena Coreografia do adeus" é o seguinte:
amamos a possibilidade
de a pessoa ser exatamente aquilo que projetamos nela.
os estranhos não nos doem porque ainda não nos
decepcionaram.
e se mantivermos tudo a uma boa distância; seguirão
sendo
essa doce incógnita.
p.176 (Companhia das Letras)
Como é bom percebermos onde tocam os nossos afetos. Como eles nos afetam e como evitamos cada uma das proximidades. Talvez o mundo seria muito mais fácil se todos fossem iguais a nós mesmos. Saberíamos onde tocar, onde não tocar, onde não se aproximar. Mas também estaríamos fechando as possibilidades das surpresas, da descobertas e das construções. As relações exigem construções. Exigem força e coragem. Tropeços e recomeços. Será que estamos passando por tentativas de afetos sem afetar? Sem descobrir recomeços e reconstruções? existe afeto sem esforço?