09/11/2021
No dia 5 de novembro de 2021 a cantora e compositora Marília Mendonça morreu vítima de uma queda de avião. Quando eu li a notícia fiquei em choque, sem reação, até que o choro veio... E veio em vários momentos durante o final de semana. E por que essa perda foi tão significativa? Por que eu sinto como se tivesse perdido uma amiga próxima?
Não só eu, como muitas pessoas pelo Brasil se sentiram assim. O luto coletivo, manifestado de maneiras diferentes em cada uma.
Marília era uma pessoa famosa, uma pessoa que distribuía alegria, simpatia, simplicidade, bom humor. Que inspirava muitas coisas boas nas pessoas que a acompanhavam de alguma forma. Marília causava admiração por ser quem era, pelo talento que tinha, pela forma que lia a vida e a representava em suas músicas. Marília tocou milhões de pessoas com sua canções, gravadas por ela mesma ou não. Marília gerou muitas emoções, reflexões e até transformações com suas letras, que estiveram presentes em muitos momentos significativos para quem as consumia. Marília também demonstrava suas vulnerabilidades, era "gente como a gente".
E tudo isso gera conexão, representação e identificação que nos faz sentir próximos, íntimos.
Para além disso, 26 anos era a idade de Marília. Auge da carreira, filho pequeno, muito para viver, para mostrar, para inspirar. E aí vem o choque. O choque de que a morte existe, a fragilidade humana existe, somos seres finitos. O confronto com a realidade de que isso pode acontecer a qualquer momento com qualquer pessoa. De que pode pegar de surpresa.
Que sacode. Que angústia.
Ficamos com aquele pensamento "não faz sentido", e não faz mesmo, a morte não tem sentido lógico nenhum. E por isso, apesar de termos consciência dela, a deixamos distante. A morte de uma pessoa famosa (e tão querida) é algo que aproxima, que nos faz olhar para esse acontecimento irreversível, sem controle. Nos faz pensar. Nos faz sentir.
Como pessoa e como fã, também escrevo: você foi, ainda é e sempre será gigante, Marília. Descanse em paz. 🕊🖤