13/01/2023
Ao assumir o cargo de ministra da saúde, Níse Trindade retomou o compromisso de se pensar saúde mental alinhada ao movimento da reforma psiquiátrica.
Mas o que isso quer dizer e por que isso é tão importante?
O modelo de atenção à saúde mental proposto pela reforma psiquiátrica traz um conceito ampliado e integral de saúde, para além da ausência de doença.
Traz um olhar para o sujeito, compreendendo a loucura como um fenômeno social, que engloba o sujeito e suas relações, seu contexto, e não apenas o caráter biológico, os sintomas.
Entende-se que o problema não é a classificação nosológica - diagnóstico (DSM,CID) ou descrição dos sintomas, mas reduzir o indivíduo a isso.
Para Sartre, não é a consciência que adoece, mas o sujeito. Ou seja, adoecer é um processo que se dá na relação do indivíduo com o mundo e o(s) outro(s).
Sendo assim, o cuidado em saúde mental na perspectiva da reforma psiquiátrica (e também na fenomenológica-existencial) não é responsabilidade apenas do profissional de saúde, mas também do sujeito, familiares e demais trabalhadores envolvidos.
O que se busca é a construção da autonomia dos indivíduos que estão em adoecimento e não a tutela ou exclusão e “encarceramento” dos mesmos.
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