Psicóloga Mariane Gobbi

Psicóloga Mariane Gobbi 🗣️ Falo de psicanálise, saúde mental e cotidiano!

A separação entre mente e corpo é uma crença a ser superada, e os consultórios médicos são testemunhas de que essa divis...
21/11/2025

A separação entre mente e corpo é uma crença a ser superada, e os consultórios médicos são testemunhas de que essa divisão não se sustenta na experiência humana - para o desespero de profissionais descrentes e despreparados, e de pacientes resistentes e mal informados. 

Suzanne O'Sullivan, a autora de Isso é coisa da sua cabeça: Histórias verdadeiras sobre doenças imaginárias (2016), é uma neurologista e neste livro ela compartilha a sua experiência com os transtornos dissociativos. Um material riquíssimo para pensarmos a dimensão da complexidade desses fenômenos em que a palavra falha - como diz Freud no caso Dora - e o corpo se torna um recurso de expressão e manifestação, onde o sintoma carrega uma mensagem que o próprio mensageiro desconhece. Eis outra grande contribuição de Freud, que nos ajuda a pensar esses casos: O Eu não é senhor em sua própria casa (Uma dificuldade da Psicanálise (1917)) 

Esses casos não são poucos, nem raros. Mas se deparam:

- com a dificuldade de um diagnóstico assertivo; 

- com a falta de consenso entre profissionais que passam pelo caso; 

- com a falta de acolhimento de profissionais que desacreditam dos efeitos dos afetos no corpo e invalidam a experiência e a história do sujeito que sofre; 

- com o preconceito social que torna loucura, invenção ou atuação um padecimento que é real, dificultanto o recebimento e a aceitação do diagnóstico e, consequentemente, inviabilizando a aquisição de informações, a busca pelo tratamento adequado e piorando o prognóstico do caso.

Da minha leitura, f**a a importância do trabalho que nós, psicanalistas, realizamos ao devolver o poder à palavra; da necessidade de buscarmos conhecimento para que não sejamos parte do grupo de profissionais que desamparam o paciente no caso; e da nossa possibilidade de contribuirmos com a produção de conhecimento nesta área. 

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Mariane Gobbi

Psicóloga (CRP 08/26260) & Psicanalista

"Independente do que acontecer, eu vou dar um jeito de ser feliz", eu não sei quem - ou o que - falou isso dentro de mim...
02/11/2025

"Independente do que acontecer, eu vou dar um jeito de ser feliz", eu não sei quem - ou o que - falou isso dentro de mim e para mim, só sei que achei bonito 😂
Uma questão complexa me assolava, e eu buscava* uma resposta. Sim ou não? Quero ou não quero? É difícil tomar decisões quando prós e contras se misturam. Invariavelmente, toda escolha aponta para um ganho. Porém, na justa balança da vida, invariavelmente toda escolha apontará para uma perda também. E essa parte dói. No nosso imbróglio neurótico, perder é questão delicada.
Eis que um dia essa frase me veio na cabeça: Independente do que acontecer, eu vou dar um jeito de ser feliz. E eu concordo com isso que pensei/que foi pensado em mim. Alguma saída existe. Alguma felicidade pode se instituir diante daquilo que falta e daquilo que se perde. A felicidade resiste!
E resiste porque a gente pode ser criativo, inventivo e resiliente. Pode costurar, adornar e criar em torno disso que falta. Talvez, isso permita um giro. Se a ideia de que algo se perderá traz angústia e indecisão, a ideia de que algo se ganhará pode trazer alguma leveza e clareza.
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*"Buscar" uma resposta chega a soar engraçado. É como se ela estivesse pronta, dada, e a mim somente coubesse acessá-la. "Construir" a resposta me parece um pouco mais honesto.

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Mariane Gobbi
Psicologia (CRP 08/26260) & Psicanálise

⚠️ O texto abaixo é uma tentativa de expor o que a atividade de estudo tem signif**ado para mim ao longo desse tempo de ...
03/09/2025

⚠️ O texto abaixo é uma tentativa de expor o que a atividade de estudo tem signif**ado para mim ao longo desse tempo de formação e atuação. Portanto, é uma escrita inteiramente pessoal, mas que intenciona deixar um conselho a quem disso se aproveitar. 

Estudar não me soa como uma opção. Se desejo fazer um trabalho ético, aprimorado e cuidadoso, preciso considerar 1️⃣ que o saber da minha área de atuação não está pronto e acabado, 2️⃣ que a minha formação não está pronta e acabada - por isso ela é contínua, 3️⃣ que eu não sei de tudo - afinal, também estou submetida à castração ($), e 4️⃣ que há alguns que sabem aquilo que eu ainda não sei e podem me ajudar. Diante disso, estudar me surge como uma obrigação, uma necessidade, uma saída possível às minhas considerações. Como parte daquilo que sustenta o meu exercício profissional e a analista que escolhi ser. 

Talvez aí more uma diferença que eu penso ser importante de se considerar. Se elejo o estudo como uma opção, ele não é uma prioridade. Sendo opção, posso escolhê-lo, ou não. Logo, tende a ser relegado a um segundo plano. Por outro lado, se o elejo como necessidade, ciente do seu sentido e importância, tendo a me comprometer. E é aqui o ponto que quero chegar.

Para aqueles que, assim como eu, enxergam a atividade de estudo enquanto algo necessário, incluí-lo na agenda da semana, destinar alguns horários para ele, e contabilizá-lo na sua carga horária de trabalho - considerando-o de fato um trabalho em execução - podem ser meios possíveis para se manter esse compromisso e não acabar sendo engolido por uma agenda com vida própria.

Algo que pode ajudar nessa missão, além de incluir o estudo no planejamento das atividades, é poder fazê-lo das formas que mais combinam com você: individual, em grupos maiores, em grupos menores, presencial, online, entre amigos, via livro físico, via PDF, via videoaula, via gravação... 

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A primeira citação é linda e, para mim, carrega um tanto de verdade. É por isso que eu escolhi não cortá-la da foto mesm...
17/07/2025

A primeira citação é linda e, para mim, carrega um tanto de verdade. É por isso que eu escolhi não cortá-la da foto mesmo o meu foco sendo a segunda citação.

"Você acha que sua dor e seu desgosto não têm precedentes na história do mundo, mas depois você lê."

Me fez pensar que uma análise, por mais bonita, dolorosa, e potente que seja, é pessoal. E sendo pessoal, pode muito mas não pode tudo.
A literatura, os coletivos, os grupos de amizade, e até mesmo fóruns na internet abrem espaço para que saibamos de um outro, e isso pode ser importante. Em muitos casos, é isso que permite a uma pessoa reconhecer que, embora seu sofrimento seja singular, ele pode não ser só seu. Pode doer em mais alguém(ns). Que a estranheza com os próprios afetos que o levam a julgar o que sente como impróprio ou errado, na verdade, tem uma inscrição nesse mundo e não só nele. Ele não é o único que ...... Isso não cura a angústia, nem inibi alguém de sentir o que sente. Mas, talvez, amenize algumas coisas, organize outras, e ajude no processo de nomeação, de articulação e de amarração desse sujeito com o mundo que ele vive.

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Mariane Gobbi
Psicologia (CRP 08/26260) & Psicanálise

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Citações retiradas do livro Trinta segundos sem pensar no medo: Memórias de um leitor, escrito por .

Arraiá do  ❣️Teve bingo, quentão, maçã do amor, boca de palhaço, bandeirinhas, um banquete e muito boa companhia!
29/06/2025

Arraiá do ❣️

Teve bingo, quentão, maçã do amor, boca de palhaço, bandeirinhas, um banquete e muito boa companhia!

Associar livremente é a regra de ouro da psicanálise, e um ato corajoso daquele que se submete a essa fala "livre".Daí p...
25/04/2025

Associar livremente é a regra de ouro da psicanálise, e um ato corajoso daquele que se submete a essa fala "livre".
Daí pode sair muita coisa, inclusive o não sabido sobre aquele mesmo que discursa.
E uma vez anunciada, a palavra não volta atrás. Há que se haver com ela, e dizer sobre ela.

"De tantas coisas que poderia se dizer, por que é que disse isso?". E Chaves, no seu famoso bordão anunciado há anos atrás, já explicava muito: "Foi sem querer... Querendo " rsrs

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Mariane Gobbi
Psicologia (CRP 08/26260) & Psicanálise
Atendimento online e presencial

Dia desses, num atendimento, sob a luz baixa e amarela da luminária, eu escutava uma paciente falar sobre as suas memóri...
26/03/2025

Dia desses, num atendimento, sob a luz baixa e amarela da luminária, eu escutava uma paciente falar sobre as suas memórias. Memórias de bons tempos que traziam consigo a delícia do que foi vivido, junto ao lamento por aquilo que não volta mais. 

Depois, já comigo, me peguei pensando no que antes nunca havia passado pela minha cabeça: de que as lembranças são tesouros. São oportunidades da gente enganar a nossa condição de castrados, ainda que de forma torta e sem pleno sucesso. É uma maneira de reviver, dentro da gente, o tempo cronológico que não pode retroceder. É uma maneira de devolver, dentro da gente, a vida aos que já não estão mais conosco. É uma maneira de, dentro da gente, estar em dois lugares ao mesmo tempo.

Talvez custe o preço da saudade e do saudosismo. Mas, no fim, é o cinema da gente, dentro da gente. É o filme da nossa vida. É o que nos conecta a um passado e nos lança para um futuro. As lembranças nos dão raízes, e apontam para os nossos tesouros particulares. Afinal, a gente não lembra de qualquer coisa. De qualquer coisa a gente esquece.

Espero que a nossa vida corrida, cheia de estímulos e distrações, não nos distraiam do que verdadeiramente importa a cada um de nós lembrar.

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Mariane Gobbi
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Capuccino, psicanálise & boa conversa!Que os encontros presenciais não percam espaço em nossas jornadas 💕
22/03/2025

Capuccino, psicanálise & boa conversa!

Que os encontros presenciais não percam espaço em nossas jornadas 💕

Sentir é humano. Sentir é plural. Sentir é experimentar o mundo e a vida. Sentir não é uma questão de escolha, e não exi...
18/03/2025

Sentir é humano. Sentir é plural. Sentir é experimentar o mundo e a vida. Sentir não é uma questão de escolha, e não existe a possibilidade de sermos seletivos com relação àquilo que sentimos. "Eu não quero sentir raiva!", "Eu não quero sentir medo."... Meus amigos, nem a Madre Tereza de Calcutá conseguiu essa proeza. 

Talvez desejamos isto por viver numa sociedade que demoniza algumas experiências afetivas, deprecia outras, e endossa a ideia de que existem aquelas que são mais dignas e nobres.

Mas fato é: a gente sente, e sente tudo! As vezes mais, as vezes menos, as vezes tudo junto, as vezes separado... E o que a gente sente não precisa definir quem a gente é.

Sentir raiva não faz de você uma pessoa agressiva.
Sentir cansaço não faz de você uma pessoa preguiçosa.
Sentir tristeza não faz de você uma pessoa deprimida.
Sentir ciúmes não faz de você um(a) mal parceiro(a).
Sentir inveja não faz de você um(a) amigo(a) ruim.
Sentir alegria não faz de você, necessariamente, uma pessoa feliz.

Mas se a gente não assume o que sente (e não é nem sobre assumir para os outros, é sobre nós mesmos), não dá um lugar para que isso se inscreva. E não dar um lugar para esta inscrição não faz com que, simplesmente, o afeto deixe de existir. Na verdade, ele vai precisar encontrar outras vias para se colocar. E ele acha, viu?

O curioso é que, para não dar esse lugar ao sentimento, a gente faz de tudo: se sufoca, se culpa, se apaga, se anula... Se desrespeita. Respeitar e dignif**ar o que se sente é, por fim, dar um lugar para isto. É poder pensar sobre. É poder falar, poder elaborar. Poder entender melhor para além de sentir. É poder ter clareza, a ponto de questionar o que é que se quer fazer com isto.

Agora, se você não puder respeitar isso, eu sinto muito.

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Mariane Gobbi
Psicologia (CRP 08/26260) & Psicanálise
Atendimento presencial e online
(44) 99959-5830



Os detalhes sempre fizeram a diferença por aqui.Na escuta e na forma de ornamentar o meu espaço 🥰Eu sou apaixonada por e...
05/03/2025

Os detalhes sempre fizeram a diferença por aqui.
Na escuta e na forma de ornamentar o meu espaço 🥰

Eu sou apaixonada por esse trabalho que a fez, sob encomenda, pra mim!
É muito delicado!
Ter a miniatura da minha sala, reproduzida dentro de um livro, é muito simbólico.




E vem aí! ✨Meu percurso e o da Hélvia se encontram há cerca de 2 anos. Nos encontramos 2, 3, 4 vezes por semana. Temos i...
27/02/2025

E vem aí! ✨

Meu percurso e o da Hélvia se encontram há cerca de 2 anos. Nos encontramos 2, 3, 4 vezes por semana. Temos interesses em comum, cada uma com os seus motivos.
Mas o fato é: nossos encontros produzem muitas coisas, lá e cá! E esse curso nasceu do desejo de compartilhar muito do que temos podido construir 😊

As informações estão nas imagens, bem como um pouco da nossa proposta para essa transmissão.
Aos que quiserem se juntar a nós nesses dois dias, serão super bem-vindos!


Sem dúvidas eu me sinto privilegiada em poder me reconhecer numa trend como essa!Via
22/02/2025

Sem dúvidas eu me sinto privilegiada em poder me reconhecer numa trend como essa!

Via

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