03/09/2019
Terça na CBN
Por: Adriana Furlan (psicóloga)
O tema do CBN Comportamento de hoje versou sobre um tema delicado, cheio de tabus e preconceitos: o Suicídio.
Desde 2015, Setembro se tornou o mês mundial de prevenção do suicídio, chamado também de Setembro Amarelo, esse movimento visa sensibilizar e conscientizar a população sobre a questão.
O assunto que já foi um tabu muito maior, e ainda enfrenta grandes dificuldades na identif**ação de sinais, oferta e busca por ajuda, justamente pelos preconceitos e falta de informação.
Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde) Cerca de 800 mil pessoas morrem por suicídio todos os anos, no Brasil ocorrem 32 suicídios diariamente, média de 1 morte a cada 45 minutos. O suicídio é a segunda principal causa de morte entre jovens com idade entre 15 e 29 anos. Para cada suicídio, há muito mais pessoas que tentam o suicídio a cada ano. A tentativa prévia é o fator de risco mais importante para o suicídio na população em geral.
Cada suicídio é uma tragédia que afeta famílias, comunidades e países inteiros e tem efeitos duradouros sobre as pessoas deixadas para trás. O suicídio ocorre durante todo o curso de vida e foi a segunda principal causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos em todo o mundo no ano de 2016.
Talvez você nunca tenha ouvido falar nesses dados desoladores. É porque o suicídio costuma vir acompanhado de um fator que contribui para o seu alastramento: o silêncio.
Não é agradável falar sobre quem se matou ou tentou se matar. Ao mesmo tempo, discutir o assunto e entender os fatores que levam a ele, são as únicas armas que temos contra o suicídio. Por isso, estamos aqui, falando sobre ele.
A decisão de tirar a própria vida é um fenômeno complexo que envolve a interação de múltiplos fatores de ordem individuais, sociais e culturais. Pode-se dizer que o suicídio é uma silenciosa epidemia, com registros anuais de cerca de dez mil casos no Brasil e mais de um milhão no mundo.
É sabido que as pessoas que atentam contra a própria vida, comumente buscam na verdade interromper uma condição de sofrimento e dor que seja demasiadamente insustentável. De modo ambivalente, não se deseja a morte, mas matar aquela parte dolorosamente insuportável de si.
É mito a ideia de que falar sobre suicídio aumenta o risco para o mesmo, muito pelo contrário, falar com alguém sobre o assunto pode aliviar a angústia e a tensão que esses pensamentos trazem.
Conversar com alguém, seja conhecido ou desconhecido, de forma acolhedora e sem críticas já ajudaria essa pessoa a superar aquele momento.
Dessa forma, as estratégias de prevenção do suicídio vão além das ações dos profissionais de saúde e só ganham potência quando há um trabalho de sensibilização de toda a sociedade. Estas ações devem ser realizadas por meio de informações pertinentes que viabilizem a discussão e consequentemente a quebra de tabus, preconceitos e medos, focando numa rede vigilante e conectada que promova uma escuta ao outro que valide e acolha o sofrimento, dentre outras possibilidades de manejo mais assertivas.
Importante : No Brasil, o CVV – Centro de Valorização da Vida realiza apoio emocional e prevenção do suicídio, atendendo voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo, por telefone (basta discar 188), e-mail e chat 24 horas todos os dias.
https://www.cbnmaringa.com.br/noticia/e-importante-falar-sobre-suicidio-para-minimizar-mitos-e-tabus-e-dar-seriedade-ao-tema