Clínica de Psicologia Ana Paula Branger

Clínica de Psicologia Ana Paula Branger Saúde mental não é a ausência de doença, mas uma condição de bem estar.

O sujeito nunca se representa totalmente no que enuncia, sempre resta um furo, um resto que escapa ao sentido. É nesse i...
27/08/2025

O sujeito nunca se representa totalmente no que enuncia, sempre resta um furo, um resto que escapa ao sentido. É nesse intervalo — entre o que se quer dizer e o que de fato se diz — que se manifesta o inconsciente.

Mulheres maduras quando são poderosas e ricas podem se defender muito bem sem que ninguém ouse acusá-las. É o caso das "...
20/08/2025

Mulheres maduras quando são poderosas e ricas podem se defender muito bem sem que ninguém ouse acusá-las. É o caso das "Mulheres de coração de homem."

O antropólogo Lewis O. (1941) descreve como, numa sociedade indígena canadense - os Pigeans - algumas mulheres já passadas da menopausa, gozavam de um poder e um reconhecimento social que, nessa sociedade inteiramente patriarcal, são de hábito reservado aos homens. O comportamento feminino ideal é feito de submissão, reserva, doçura, pudor e humildade. "Existe, entretanto, um grupo reconhecido de mulheres que não se comportam com a reserva e a modéstia do seu s**o, mas com agressividade, audácia e firmeza. Elas não tem travas na língua e nem nos atos. Foram esses traços que lhe valeram o nome de "de coração de homem".

Observa também que as tais mulheres de coração de homem, foram todas, filhas preferidas do pai. Esse ponto me parece, com efeito, muito importante.

Lembremo-nos de que o pai amoroso, quando recusa à sua filhinha o bebê que ela lhe pede, o faz em nome do interdito do incesto, ao mesmo tempo signif**ando-lhe que seu pedido tem valor. Ele a deixa entrever que a acha bela e sedutora e que pensa que outros homens f**arão felizes em satisfazer o pedido dela.
Isso confere a essas menininhas que se tornaram mulheres uma segurança que pode lhes ser bastante útil em momentos de crise, como o meio da vida.

Podemos também pensar que a identif**ação com um traço do pai, necessariamente engendrada por esta recusa, é ainda mais fácil quando se trata de um pai amante. A herança material não é a única coisa que um pai pode deixar para a sua filha, ainda que, na sociedade dos Pigeans, a herança tenha um valor de sinal de amor, já que o pai não é obrigado a deixá-la.
(O Complexo de Jocasta - Marie-Christine Lasnik - cap.9)

Feliz dia para aqueles que se dispõe a encarnar esta função!
10/08/2025

Feliz dia para aqueles que se dispõe a encarnar esta função!

O sujeito, na psicanálise lacaniana, é efeito da linguagem — mas nunca plenamente dito por ela.Há sempre um resto que es...
08/08/2025

O sujeito, na psicanálise lacaniana, é efeito da linguagem — mas nunca plenamente dito por ela.
Há sempre um resto que escapa, um furo no discurso, uma falta que nos constitui.
Falamos para nos encontrar, mas é no tropeço da fala que o sujeito emerge.

Inspiração "O Complexo de Jocasta" - Marie-Christine Lasnik (cap.3)
25/07/2025

Inspiração "O Complexo de Jocasta" - Marie-Christine Lasnik (cap.3)

30/06/2025
Membros do  2024! Ano produtivo em que aprendemos muito e seguimos nesta formação permanente, que se torna possível e ri...
28/11/2024

Membros do 2024! Ano produtivo em que aprendemos muito e seguimos nesta formação permanente, que se torna possível e rica entre pares.

Que a Marta não está bem f**a claro, mas, a pergunta principal é como uma pessoa que está "bem" se enredou na ficção del...
06/05/2024

Que a Marta não está bem f**a claro, mas, a pergunta principal é como uma pessoa que está "bem" se enredou na ficção dela?

Não é a primeira vez que o Donny passa por uma relação abusiva, porém, mesmo sem algemas ele está preso a continuar no mesmo círculo destrutivo.

O momento da vida do Donny o leva a estar desacreditado de si, a viver os dias no "automático". Calligaris no livro "O sentido da vida" nos adverte sobre a necessidade de viver estando atento a vida.

Ele está perdido, não sabe se é comediante, roteirista, gay ou coisa alguma. Qualquer um que possa dizer o que ele é, já é um norte, assim ele se torna um roteirista promissor para o roteirista e o bebê rena para a Martha.

Ele se dispõe a ocupar o lugar daquilo que falta na vida de alguém, o objeto "a". Mas qual o custo de ser o objeto que falta a alguém? Será que é possível ocupar este lugar sem ser tragado por ele? Há uma cena em que a Martha relata a desejo de poder f**ar dentro das pessoas. Enfim, serem uma coisa só.

Quando não estamos implicados com a nossa própria existência e recuamos aos custos dos nossos próprios desejos nos vemos alienados ao desejo de Outros, que se colocam como quem possa nos dar algum lugar e sentido e sustentar a nossa existência.

Os ideais que permeiam a amamentação são muitos, o leite materno não é fonte apenas de nutrição física, do que mais uma ...
21/08/2023

Os ideais que permeiam a amamentação são muitos, o leite materno não é fonte apenas de nutrição física, do que mais uma mãe nutre um bebê?

O leite materno é muito importante, mas, é preciso marcar a diferença: ser importante não é ser o único caminho possível de fazer laço com o bebê, muito menos uma garantia deste.

Somos seres de linguagem e não de instintos. Por mais importante que o leite seja a amamentação não é o único meio de se criar vínculo e inserir o sujeito no campo da linguagem. A criação do vínculo mãe-bebê não está perdida mesmo quando a amamentação via o seio não foi possível, a palavra, o tom de voz, o olhar e o toque também fazem laço.

A Barbie sustenta o ideal de beleza e feminilidade de toda uma geração. No filme ela ganha vida, e segue sua rotina de B...
24/07/2023

A Barbie sustenta o ideal de beleza e feminilidade de toda uma geração. No filme ela ganha vida, e segue sua rotina de Barbie Estereotipada.

Há algo de tocante naquele enredo, muitas vezes cômico, há um esforço para colocar em palavras o que é sensível porque não está explícito, assim como o sofrimento de viver uma vida estereotipada não está.

Aqueles que lutam para serem vistos como “padrão”, vidas ideais e sem furos é difícil até colocar em palavras o que é que não vai bem.

O que “garante” a existência de todos os personagens na história é serem vistos e reconhecidos uns pelos outros, eles só existem a partir do olhar do outro. Numa brincadeira de espelho, todos tem os mesmos nomes e pensam do mesmo modo, não precisam se encontrar com nenhum outro que não seja como eles mesmos.

O conflito se desenrola mostrando que algo não vai bem no paraíso, inicialmente parece uma questão de gênero, mas de maneira delicada se chega ao ponto, não é sobre ser homem ou mulher é sobre sustentar uma existência como sujeito.

Viver o que se supõe ser o que o outro deseja, não é viver. Estar constantemente enredado na trama do que dirão, pensarão e acharam sobre si é uma saída neurótica para não precisar pagar o preço pelo próprio desejo.

Nascer não nos garante o status de sujeito. Para se tornar sujeito é preciso sustentar a própria existência, usar das próprias palavras para dar um sentido único ao discurso que recebemos dos Outros que nos formaram.

Até mesmo A Barbie, com o “A” maiúsculo de artigo definido não existe, foi ali quando ela pode morrer como ideal para os outros que ela passou a existir.

A Barbie sustenta o ideal de beleza e feminilidade de toda uma geração. No filme ela ganha vida, e segue sua rotina de B...
24/07/2023

A Barbie sustenta o ideal de beleza e feminilidade de toda uma geração. No filme ela ganha vida, e segue sua rotina de Barbie Estereotipada.

Há algo de tocante naquele enredo, muitas vezes cômico, e me peguei num esforço para colocar em palavras o que é sensível não está explícito, assim como o sofrimento de viver uma vida estereotipada não está.

Aqueles que lutam para serem vistos como “padrão”, vidas ideais e sem furos é difícil até colocar em palavras o que é que não vai bem.

O que garante a existência de todos os personagens na história é serem vistos e reconhecidos uns pelos outros, eles só existem a partir do olhar do outro.

O conflito se desenrola dando a entender que talvez seja uma questão de gênero, mas de maneira delicada se chega ao ponto, não é sobre ser homem ou mulher é sobre sustentar uma existência como sujeito.

Viver o que se supõe ser o que o outro deseja, não é viver. Estar constantemente enredado na trama do que dirão, pensarão e acharam sobre si é uma saída neurótica para não precisar pagar o preço pelo próprio desejo.

Nascer não nos garante o status de sujeito. Para se tornar sujeito é preciso sustentar a própria existência, usar das próprias palavras para dar um sentido único ao discurso que recebemos dos Outros que nos formaram.

Até mesmo A Barbie, com o “A” maiúsculo de artigo definido não existe, foi ali quando ela pode morrer como ideal para os outros que ela passou a existir.

A conhecida história do homem ar**ha me parece cativante por trazer essa metáfora com a adolescência e a entrada na pube...
12/07/2023

A conhecida história do homem ar**ha me parece cativante por trazer essa metáfora com a adolescência e a entrada na puberdade. O luto de um corpo que existia até ontem e a angustia para se haver com um corpo novo. Os novos “super poderes” da autonomia, o novo lugar social e o encontro com o amor romântico.

A adolescência é essa reedição do complexo de Édipo. A perda do tio Ben, representante paterno, grande em palavras e exemplo, mas, tão homem e mortal como todos. A morte do pai não precisa ser literal, mas algo precisa cair, o ideal de homem precisa morrer. O luto pela imagem dos pais idealizados também é custoso. Porém, se recusar a vivê-lo impõe uma pressão esmagadora de alcançar uma perfeição que nunca existiu fora do campo das ideias.

E por falar no tio Ben é dele a frase: “com grandes poderes vem grandes responsabilidades”. Eis aí a castração. Até os “supers” se veem barrados, pelo visto ninguém pode tudo mesmo. Ufa!

O segundo filme trás um Miles mais amadurecido. Daquele corpo antes descoordenado ele já estava a par de como usá-lo. Mas, o inimigo agora é outro: O destino. As perguntas que f**am são sobre o que é possível fazer diferente?

Daquele traço que recebemos de forma inconsciente será que a saída é sempre repetir o que já aconteceu? Contar de novo a mesma história da família? Como se arriscar a ser sujeito mesmo tendo recebido uma carga já pronta? É aquela velha máxima, o que você fez do que fizeram de você?

Apesar de receber algo estruturante vindo do Outro, o quanto somos presos a isso? Afinal, se somos mesmo responsáveis pelo que podemos fazer talvez esse seja o grande poder de cada um, o de contar sua própria história, do seu próprio jeito e deixando a sua própria marca.

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