22/06/2025
FREUD EXPLICA? CLARO!
A psicanálise, especialmente a teoria do desamparo de Freud, oferece uma compreensão sobre as crises existenciais enfrentadas pelas igrejas neopentecostais, onde se observa uma busca por proteção, identidade e pertencimento. Essas igrejas, muitas vezes, atraem fiéis que vivenciam um sentimento de desamparo em relação às suas condições sociais e existenciais, oferecendo um refúgio através de uma autoridade espiritual que substitui o desamparo primário. Assim, a figura de Deus e as práticas de poder espiritual, como a prosperidade e cura, atuam como uma defesa psíquica contra o sofrimento e a insegurança emocional, criando uma identificação com a ideia de poder e controle.
A relação com Israel, especialmente em muitas igrejas neopentecostais, se configura como uma identificação projetiva, onde o Estado de Israel é visto como um símbolo de força, promessa e escolha divina. Israel, com sua história de resistência e soberania, se torna um modelo de proteção e redenção espiritual para os fiéis que se sentem vulneráveis. Nesse contexto, o Estado de Israel é idealizado como uma representação de poder divino e autoridade paternal, algo que os membros das igrejas procuram projetar em suas próprias vidas ao buscar segurança, cura e prosperidade.
Ao identificar-se com Israel, as igrejas neopentecostais também internalizam uma luta contra o desamparo, usando o exemplo de resistência e a fé em uma promessa divina como meios de restaurar a confiança e o sentido de controle nas vidas dos fiéis. Israel, nesse caso, funciona como um símbolo de superação das dificuldades e a busca por um território sagrado e seguro, algo que reflete o desejo inconsciente de restaurar a ordem e a estabilidade psíquica diante de um mundo percebido como ameaçador e instável. Essa identificação fortalece o vínculo emocional e espiritual dos membros com a liderança da igreja, proporcionando uma sensação de pertencimento e de proteção divina.