Matheus Choquetta - Psicólogo Clínico

Matheus Choquetta - Psicólogo Clínico Atendimento psicoterápico para adolescentes, adultos e idosos.

Muitas pessoas acreditam que em uma sessão de análise nós iremos descobrir algo realmente novo sobre nós mesmos. Acredit...
19/07/2021

Muitas pessoas acreditam que em uma sessão de análise nós iremos descobrir algo realmente novo sobre nós mesmos. Acreditam também, que vamos entrar em contato com fantasias se***is submersas em um mundo inconsciente do qual não temos ideia do que é feito. Isso pode acontecer em várias sessões, sim, todavia não é uma regra: às vezes uma análise se trata de olhar para uma notinha de rodapé.

Uma nota de rodapé é uma sutileza na construção de um texto. É um detalhe incontornável, quase uma avenida que somos obrigados a ler para que a estrutura textual faça sentido. Naquela frase tão pequena, há um detalhe que o autor quis ressaltar, mas que muitas vezes pode passar despercebido.

Às vezes uma experiência de análise é sobre isso, sobre um detalhe que se passa despercebidamente percebido – algo como que “eu sei que há algo ali, mas prefiro continuar sem me atentar”. Não queremos interromper a leitura para ler a nota de rodapé, e seguimos o texto compreendendo parcialmente o que o autor quis dizer, ou pior, entendendo errado e fantasiando o sentido.

Uma frase que titubeamos para concluir, um nome trocado, uma confusão discursiva, um “por um lado é isso... não lembro o outro lado”, uma palavra fora de contexto, um sorriso no canto do rosto quando o sujeito está falando sobre algo triste. É ali que o inconsciente mostra sua força. Uma análise bem sucedida se trata de uma delicadeza, de implicar o sujeito em uma “besteirinha” que passaria batida no cotidiano, como uma nota de rodapé que é tão simples e importante de ser lida, mas que passamos o livro todo ignorando.

Boa noite, txurma!Fiz este post para responder algumas perguntas que escuto de pessoas que estão buscando terapia. Esper...
17/05/2021

Boa noite, txurma!

Fiz este post para responder algumas perguntas que escuto de pessoas que estão buscando terapia. Espero que gostem!

Abraço!

Bom dia, turma!Tenho andado muito ocupado e por isto estou um tempo sem postar. Preparei alguns posts e semana que vem i...
29/04/2021

Bom dia, turma!

Tenho andado muito ocupado e por isto estou um tempo sem postar. Preparei alguns posts e semana que vem irei publica-los aqui!

Espero que vocês estejam se cuidando e bem de saúde.

Até!

Matheus Choquetta
Psicólogo Clínico - CRP 06/151931
Cel: (19) 9 94600417
Atendimentos presenciais e online

O trabalho com os neuróticos, que são a grande maioria das pessoas que nos procuram na clínica, consiste, sobretudo, em ...
16/03/2021

O trabalho com os neuróticos, que são a grande maioria das pessoas que nos procuram na clínica, consiste, sobretudo, em implica-los em seus próprios sofrimentos, em suas demandas e lamentações. O pai da psicanálise entendeu isso desde cedo na clínica e, após demoradamente ouvir seus analisandos, os perguntava: o que há de você no sofrimento que sente?

Assim como Sísifo, filho de Éolo, que foi condenado a carregar uma pedra montanha acima, e após chegar no topo, vê-la descer, impotente, o neurótico chega à clínica. A diferença mais curiosa entre o personagem do mito grego com os sujeitos modernos é que, quando os neuróticos chegam na clínica lamentando de uma repetição, seus problemas sempre são da ordem do outro. São seus pais, seus chefes, suas namoradas, o universo. É o ascendente, o signo, marte retrogrado. Eles mesmos têm pouquíssima implicação no que sentem.

Uma vez na clínica, um dos objetivos da análise é elaborarmos uma pergunta: por que "isso" se repete? por que repito "este" tipo de relação? por que me sinto "assim" quando meu chefe me diz aquilo? por que sempre me saboto? por que meus namoros não dão certo? Enfim, as perguntas não têm fim.

O trabalho de uma análise tem vários objetivos, e um deles é tatearmos um Eu estranho que habita dentro de nós. Um idioma que é falado em nossa língua , mas que não dominamos. Uma repetição que não reconhecemos como parte integrante de nossas identificações.

Uma vez que conseguimos ter ideia do "que" se repete em uma repetição, podemos (tentar) mudar uma posição subjetiva em relação àquilo. Repetir algo cônscio do que está fazendo passa a ser uma autorização do próprio desejo; uma escolha, e isto é radicalmente diferente de nos colocarmos passivos em relação à repetição.

11/03/2021
23/02/2021

Um pequeno exemplo comentado sobre uma carateristica tipica da estrutura obsessiva.

Se possível, comentem e compartilhem!

Obrigado!

Matheus Choquetta
Psicólogo Clínico - CRP 06/151931
Atendimentos online e presencial.

Sobre a divisão do sujeito ou nas palavras de Freud: o Eu não ser senhor nem em sua própria casa. "Mas o que é a pessoa?...
18/02/2021

Sobre a divisão do sujeito ou nas palavras de Freud: o Eu não ser senhor nem em sua própria casa.

"Mas o que é a pessoa? Uma definição de dicionário nos diria que se trata de um ser ou self real. Contudo, definir o self também não é uma tarefa simples. É complicado porque é tanto sujeito quanto objeto. Na frase “Eu penso em mim mesmo”, há um “eu” fenomenal, sobre o qual os filósofos escrevem a respeito, e uma representação consciente do self. Certamente, outro aspecto do self é o conjunto de memórias pessoais que são filtradas pelas lentes próprias do indivíduo com base nos significados que são altamente personalizados. Além disso, partes do self estão ocultas para nós – é mais provável que sejamos conscientes das partes desejáveis do self, ao mesmo tempo em que reprimimos ou rejeitamos as partes que não gostamos muito. Uma das lições da psiquiatria dinâmica é a de que todos somos mestres do autoengano. A maioria de nós não se conhece tão bem."

Gabbard. Psiquiatria Psicodinâmica, p.06.

Arte: Isabel Emrich

Em terra de canceladores, quem lida com ambivalências é reiO que será que há em jogo quando “cancelamos” alguém? Seria n...
02/02/2021

Em terra de canceladores, quem lida com ambivalências é rei

O que será que há em jogo quando “cancelamos” alguém? Seria necessidade de termos um objeto em comum para descarregar nossa raiva? De nos enquadrarmos em um grupo que odeia coletivamente o mesmo objeto? De sentirmos que estamos fazendo uma justiça social? De escolhermos com clareza quem odiamos e quem amamos, pois assim nos localizamos em uma espécie de julgamento social coletivo? Ora, se eu cancelo o outro é porque o outro é radicalmente diferente de mim, e quando o cancelo, sustento meu lugar do lado “certo”. E quando cancelamos alguém que não teve a chance de refletir sobre o que estava dizendo? E se tivermos entendido errado o que a outra pessoa disse? Quais os efeitos do cancelamento nestes casos? O cancelado muda seu discurso? Aprende com o erro? É isso que queremos, afinal? Que ele se arrependa?

Assim como uma torcida de futebol que odeia seu adversário, os “canceladores” odeiam um “inimigo em comum”. Pensemos como é importante que o alvo escolhido esteja em evidência, que seja uma pessoa que tenha relevância social. Atacar um alvo social também nos garante um lugar social, o lugar do “correto”, ou melhor, do “politicamente correto” perante o coletivo. Somos acolhidos por um sentimento de pertencimento, de fazermos parte de uma grande família; Freud já nos disse isso em o “Mal estar da civilização” de 1930, quando afirmava que odiar o mesmo objeto criava uma ligação entre os “odiadores”. Veja como isso é prazeroso, conseguimos colocar o “cancelado” em um lugar tão execrável, tão distante de nós, que o atacamos com todas nossas pulsões de agressividade sem nos reavermos com a nossa responsabilidade sobre isso. Sem nos darmos conta que talvez, em algum nível, também podemos ser como quem cancelamos. Demonizamos o demônio para não termos que lidar com a possibilidade de sermos como ele.

Em psicanálise, podemos chamar isso de “cisão”. O Ego se utiliza da cisão como um mecanismo de defesa para separar objetos bons de objetos maus, e ignora a ambivalência; em outras palavras, o sujeito nega a possibilidade que o mesmo objeto pode ter elementos bons e ruins. Quando cindimos um objeto, lidamos com a ambivalência de forma bastante precária. Isso está muito presente na forma como nos relacionamos com os políticos, seja os idolatrando ou os odiando. Ignoramos a ambivalência.

Talvez se conseguíssemos lidar com a ambivalência de forma mais madura, saberíamos que o que nos incomoda no outro, em algum nível, diz algo sobre nós, e assim poderíamos reconsiderar se a “cultura do culpamento” é uma forma saudável de construirmos uma sociedade. Ou se no fundo “a cultura” diz mais sobre nosso narcisismo e hipocrisia.

Referência da foto: Anthony Freda

Sobre a sutilezas de um presenteFreud não cansou de nos tentar dar provas de seu inconsciente agindo no cotidiano e há u...
01/02/2021

Sobre a sutilezas de um presente

Freud não cansou de nos tentar dar provas de seu inconsciente agindo no cotidiano e há um texto que me chama atenção em especial pela delicadeza da qual Freud escreve para comprovar isso. Um texto curto e bastante acessível que mostra toda força de Freud e o que, mais tarde, ele mesmo chamou de “desejo do analista”. O texto em questão se chama “As sutilezas de um ato falho”, de 1935, já no fim da vida de Freud.

Um ato falho, em linhas gerais, é entendido como um erro proposital, uma espécie de “sem querer querendo”, um erro que pode significar uma infinidade de coisas, como a troca de um nome ou esquecer uma palavra que usamos todos os dias. Freud pensou como o inconsciente pode estar agindo em casos assim, pois não se tratava de momentos em que a pessoa não sabia o nome que queria dizer, por exemplo, muito pelo contrário, ela sabia exatamente o nome, só não o lembrava. Freud concluiu assim que o inconsciente pode contribuir para dinâmicas de resistência para acessar aquele nome, pois ele (o nome) poderia estar associado a outros elementos que causariam desprazer para o sujeito caso fossem acessados.

Bom, voltemos para o texto. Freud está escrevendo uma carta para uma amiga, pois está a enviando um presente, uma pedra preciosa para colocar em um anel. Na carta, Freud percebe, graças a ajuda de sua filha (que mais tarde também se tornou psicanalista) que cometera um ato falho, uma repetição de uma palavra que não faria sentido lógico repetir. Aquilo chamou muito a atenção de Freud, que imediatamente se colocou a analisar. A conclusão do analista é que, no fundo, ele mesmo gostava muito daquela pedra e ela era muito especial, e assim não gostaria de dar a pedra à amiga, embora “conscientemente” quisesse. O ato falho veio para relevar a contradição de seu desejo.

Freud termina o texto com uma reflexão muito bonita, afinal, um presente só é definido por tal, pois há em nós algum nível de desejo de ficarmos com ele e não entregarmos para a pessoa.
Quando Freud pretende dar a preciosidade a amiga, também quer ficar com a pedra, pois ela é valiosa para ele, o que aumenta ainda mais o valor da joia e transforma a atitude dele em algo ainda mais bonito.

Dar um presente é meio que compartilhar uma parte importante de nós mesmos que, em algum nível, gostaríamos de não dar, e é justamente isso que torna o ato tão simbólico.

(Sobre a foto: um freudzinho muito especial que ganhei de presente e que me ajuda a ouvir o encontro dos inconscientes)

Sobre um fragmento de culpa"E sobre o sentimento de culpa que surgiu após o falecimento de sua mãe?Interessante você me ...
29/01/2021

Sobre um fragmento de culpa

"E sobre o sentimento de culpa que surgiu após o falecimento de sua mãe?

Interessante você me perguntar isso, este sentimento parecia inexistente até você me perguntar. Mal me lembrava dele desde a última sessão..

Ah é?

Sim, parece que eu me forçava a senti-lo, me obrigava a isso.

E o que você pensa sobre isso?

Talvez o sentimento de culpa pudesse reorganizar minha relação com minha mãe. Quem sabe atribuir um valor ou um sentido diferente à relação. Como se eu me forçasse a sentir a culpa para também sentir, ao fundo, junto a culpa, que tivemos uma relação mais próxima e amorosa, o que não aconteceu na realidade.

Como se a culpa te ajudasse a sustentar a fantasia de ter tido uma relação diferente com sua mãe?

Sim."

(Arte de Janusz Jurek)

Nós neuróticos adoramos a frase “me desculpe a intensidade, mas só se vive uma vez”, pois ela coloca em perspectiva noss...
12/01/2021

Nós neuróticos adoramos a frase “me desculpe a intensidade, mas só se vive uma vez”, pois ela coloca em perspectiva nossa finitude e quase nos força a realizar nossos desejos, o que muitas vezes é bastante custoso – sim, muitas vezes postergamos realizar nosso desejo. A pergunta que pode vir automaticamente após isto é “mas por que não realizaríamos algo que tanto queremos?”.

Vou utilizar um caso clínico discutido recentemente: uma executiva chega até a clínica lamentando sobre uma ansiedade exacerbada. Na entrevista, é identificado que o afeto está associado a uma promoção no trabalho que ela buscou muito. Como poderia uma promoção, que normalmente oferece um salário melhor e outros benefícios, causar ansiedade e mal estar? Nas primeiras sessões, a executiva falava muito sobre sua irmã, que na época em que ela foi promovida, estava desempregada e cuidava de dois filhos. Com o desenvolvimento da análise, constatou-se que após a promoção, a executiva foi acometida por uma culpa inconsciente (um dos únicos afetos que pode se tornar inconsciente, de acordo com Freud), o que revelou uma rivalidade com a irmã desde que ambas eram crianças, para competir pela preferência dos pais. Para a executiva, a promoção havia dilacerado sua irmã.

Muitas vezes evitamos realizar nosso desejo, assim como um boxeador que evita acertar seu adversário por medo de machuca-lo. Realizar o desejo implica uma série de questões que envolvem outros sentimentos, a culpa, como o caso da executiva, é um deles. Realizar um desejo às vezes nos traz ansiedade, medo, dúvidas, insegurança, isto porque não sabemos exatamente as consequências de realizar aquilo que desejamos e muito menos o que desejamos naquele objeto que desejamos. Normalmente isto explica o processo de auto sabotagem: desejamos, mas nos protegemos de realizar o desejo.

Por isso, nós neuróticos, adoramos qualquer condições que autorize que vivamos nossos desejos e que, ao mesmo tempo, nos alivie das consequências disto, como o imperativo da frase acima citada, "só se vive uma vez". A partir da constatação da finitude, podemos viver a fantasia de que tudo que queremos pode ser realizado, sem que tenhamos que pagar a conta disto, afinal, iremos morrer mesmo.

O coach que te disse que podemos realizar todos nossos desejos está mentindo.

O caso está no livro "Psiquiatria Psicodinâmica", do Gabbard.

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Minha apresentação

Psicólogo formado pela Fundação Hermínio Ometto - FHO e formando em teoria e prática psicanalítica pelo Instituto Távola Riberão. Página criada com o intuito de divulgar o meu trabalho e também conteúdo de psicologia e psicanálise. Tentarei manter a frequência de postagem semanal, com vídeos ou textos.

Atendo na cidade de Mogi Guaçu: adolescentes, adultos e idosos.