15/03/2021
Em tempos de pandemia, há uma série de fatores que nos afetam, de diferentes modos. O isolamento social, que nos priva, tão penosamente, de visitar aqueles que amamos; o estresse que é trabalhar em casa; como também a rotina que se perdeu e que traz, ao mesmo tempo, uma outra, muito mais maçante, que exige muito de cada um de nós, são todos bons exemplos disso.
Além disso, a indeterminação da situação, é algo que adentra os nossos sentimentos mais profundos e intensif**am os sintomas, ansiedade, estresse, depressão, que, no fundo, denunciam o modo como vivemos, e os lugares que nos colocamos/ fomos colocados incessantemente.
A família sofre junto todos os efeitos citados anteriormente, principalmente quando o diagnóstico de Covid-19 é confirmado, pois, traz consigo não só efeitos na esfera médica (internações, medicalização), como também na burocrática (plano de saúde), social( afastamento) e psíquica ( angústia, etc.), que mobilizam a todos, como uma dança em roda, onde todos estão de mãos dadas e que ninguém consegui se desvencilhar.
Em outras esferas, como na educação e no acesso a bens e serviços, percebe-se que a desigualdade se torna cada vez maiores.
Muitos de nós não sabem como vão sobreviver, se vão ter o que comer, se terão algum leito em um hospital, caso adoeça. A pandemia cresce de maneira continuada, o que aumenta ainda mais os sentimentos de desamparo, incerteza e insegurança, que se amplif**am na medida em que não houve, por parte do Governo, medidas ef**azes contra a atual pandemia.
Nesse texto, busquei mostrar que não existe isso de novo normal, o fato é que as pessoas estão sofrendo, e eu, como psicólogo não posso naturalizar/ normalizar tudo.
É claro que é importante termos a capacidade de observar a realidade e de buscar alternativas criativas perante a vida, mas isso não signif**a fingir que nada está acontecendo.
Não existe novo normal.