20/01/2023
Outro dia estava eu na fila da Fnac para pagar, cheinha de pressa e em cima da hora para ir buscar as minhas filhas à escola.
Logo me foi calhar um rapaz calmo, tranquilo e com todo o tempo do mundo.
Tudo nele parecia acontecer em slow motion enquanto cantarolava a passar os livros pelo scan e depois a tirar o autocolante do preço e depois a ler o título do livro e depois disse pacientemente:
‘Bons livros! São para oferecer?’
Respondi o meu sim mais rápido para ver se ele percebia a minha urgência!
Entretanto ele levanta-se arrastando lentamente a cadeira para trás….
(Aqui eu já me coçava e olhava para o relógio) e vai embrulhar os livros.
Nãããooooo! - gritou cá dentro a minha mente apressada. (Porque é que fui dizer que eram para presente?!?!)
Naquele momento lembrei-me da preguiça do filme do Zootrópolis e tudo fez sentido.
Saí da minha ‘história’ apressada, que na verdade era apressada só para mim, e observei a dedicação (e a lentidão) com que ele fazia os embrulhos.
Quando ele voltou (Aí ficou claro! Ele era a preguiça em pessoa) sorriu em câmara lenta e disse com a genuinidade de uma criança, como quem mostra o desenho que acabou de fazer:
- Foram os melhores embrulhos que já fiz!
(Opá… fiquei tocada no coração)
Agradeci profundamente e saí da loja bem mais calma.
Era tudo o que eu precisava.
Em nome da pressa perdemos incríveis oportunidades de nos maravilharmos com o mais simples da vida.
🙏🏼