Psicoterapia do Sentido- Psi. Geórgia Priscila

Psicoterapia do Sentido- Psi. Geórgia Priscila Psicóloga Clínica. Atendimento na Clínica Vitare Espaço Saúde -Montes Claros (MG)

[LEIA A LEGENDA]Aprendi desde cedo a parecer ser forte, digo -parecer- porque hoje eu entendo que essa era a verdadeira ...
26/11/2025

[LEIA A LEGENDA]

Aprendi desde cedo a parecer ser forte, digo -parecer- porque hoje eu entendo que essa era a verdadeira função: mostrar. Acessar a minha fragilidade era quase um tarefa impossível, falar dela ainda hoje é quase um insulto pessoal, me constrange, seca a garganta, quase não sai em palavras.

A necessidade de demonstrar fortaleza, escondia os sentimentos mais paralisantes que nós podemos sentir: uma porção de medo, vergonha e culpa, com uma dose de cobertura de orgulho e vaidade. Na busca de autoproteção, autopreservação e de admiração, durante muito tempo, conquistei solidão emocional. Afinal, “as pessoas já tem os seus problemas”, “problema a gente resolve é sozinho mesmo”.

Ledo engano, precisei que a vida me mostrasse que ninguém cuida de pedra, pedra ou a gente ignora, salta e passa por ela ou a gente chuta. É a fragilidade da flor que faz a gente admirar, cuidar, regar e nos conectar.

Talvez, só com a maternidade senti realmente na pele o preço e a dor de ser pedra. Estou aprendendo a ser mais flor, mas para isso, precisei me desmontar por inteira. O cuidado ainda chega com um ar de espinhos, incômodo, traz desconforto.

Muitas vezes a nossa história nos faz nos tornarmos pedras, mas é entrar em contato com ela que nos ajuda a voltarmos a sermos flores, porque é só a nossa humanidade e vulnerabilidade que nos conecta com quem realmente somos e consequentemente, com o outro.

Aceitar a nossa vulnerabilidade faz com que sejamos menos endurecidos, menos pedras.
Quando você se conhece, você consegue resgatar as pétalas que deixa pelo caminho, porque assim como a vulnerabilidade é inerente à condição humana, não dá para negar que nascemos flores.

Às vezes flores com muitas pétalas, às vezes flores com espinhos, flores sem ou quase sem pétalas, flores cheias de cor ou desbotadas, às vezes flores que vão precisar serem regadas, trocadas de lugar, flores que precisa de ciclos, que vão morrer no inverno e florecer na primavera, flor que precisa da luz do sol assim como precisa da sombra. Que não vai estar sempre bonita, mas antes ser flor, do que pedra.

Faço o meu corpo de balanço, de cama, de alimento, ele não é mais meu. Sou abrigo, sou escudo, quase desfaleço com o can...
04/06/2025

Faço o meu corpo de balanço, de cama, de alimento, ele não é mais meu. Sou abrigo, sou escudo, quase desfaleço com o cansaço, mas me preencho e me recomponho.

Sinto medo na mesma proporção que sou coragem e enfrentaria tudo por ele.
Quero colo para poder dar colo.
Preciso de proteção para ser o Porto Seguro de alguém.
Precisei cuidar de outra criança, minha criança interior. Essa chorou, desesperou, teve medo do escuro e de ficar só.
Essa, nas noites em claro, invejou e pensou em cada pessoa que não estava passando pelo mesmo.
Essa precisou de rede de apoio e de colo de mãe.
Essa se encurvou para a vida, tirou a capa de autossuficiência, aprendeu a pedir ajuda.
A frase “estou com medo”, “não vou dar conta”, saiu, talvez, pela primeira vez da boca.

O preço do amor é alto.
A dor do puerpério é física, mas a cura é instantânea através de um mínimo esboço de sorriso.
A renúncia é um desafio que chega a doer.
A incompletude conversando com a completude.
É preciso ser tudo quando muito te falta.
O mundo parou dentro de quatro paredes com esse tanto de acontecimentos e sentimentos.
Olho pela janela e vejo que a vida continua e me espera.
A vida pede por aquela pessoa que nunca mais serei.
Será se pode me esperar mais um pouquinho?
Será se tenho roupa para essa nova pessoa que sou? Afinal, quem sou?

O preço do amor é alto.
Me faz sentir culpa quando em um mísero segundo, pensei: “O que fiz da minha vida?”
Ou por já acordar angustiada ao saber que o cansaço não passou e que vai começar tudo de novo, a doação é eterna.
Mas, ao primeiro olhar do dia, me faz também esquecer completamente como a noite foi difícil e agradecer a Deus, constantemente, pelo maior benção que ele me deu.

Eu me perdi, mas quem fala dos ganhos?
Ele me tirou de todos os lugares e me deu um novo, que é só dele. Nada paga o sorrisinho de barriga cheia, a respiração suspirando de descanso, os olhinhos abrindo conferindo se ainda estou ali, a mãozinha que de tão pequena só consegue grudar a ponta do meu dedo, com a força de “eu sei que você está aqui”.

(Continua nos comentários)

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Ed. Medical Center/Avenida José Corrêa Machado, 1858
Montes Claros, MG

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