24/07/2025
O "Quero e Não Quero" da mudança
A ambivalência é, de fato, inerente à natureza humana, e William R. Miller, em "Pensando Melhor", nos lembra que essa experiência diária de ter pensamentos e sentimentos inconsistentes, de ser puxado por direções opostas – querer algo e, ao mesmo tempo, desejar outra coisa – é uma parte fundamental de quem somos. Não é um defeito, mas uma característica intrínseca do processo de decisão.
A ambivalência não é uma falha, é um processo natural de avaliação. É o momento em que comparamos os aspectos positivos e negativos de possíveis escolhas, ponderando o "eu deveria...?"
É essa tensão interna que nos permite considerar as complexidades de qualquer mudança. É como uma balança, onde cada prato contém os prós e os contras de uma decisão, e o desafio é encontrar um equilíbrio, ou inclinar a balança para um lado.
Compreender que a ambivalência é uma resposta normal à mudança é libertador. Conscientes ou não, as pessoas que vivenciam tendem a seguir um de dois caminhos: decidir ou não decidir.
E às vezes, a própria passagem do tempo, sem que uma escolha ativa seja feita, acaba por decidir por você, empurrando-o para uma direção que pode não ter sido a sua intenção consciente.
Ao contrário do que se poderia pensar, a vida não melhoraria se a ambivalência fosse erradicada. No final, ela pode ser abraçada como uma dádiva, o privilégio de escolher os possíveis futuros.
É na ambivalência que reside nossa capacidade de ponderar, refletir e, em última instância, exercer nossa autonomia sobre as direções que queremos dar à nossa vida.
Ela nos convida a uma autoexploração profunda antes de nos comprometermos com um novo caminho ⏳💭💡