30/09/2021
Uma vez, dando aula para uma turma de sétimo ano, ouvi de um aluno a seguinte afirmação: "não existe mais coisa de menino e coisa de menina".
As meninas presentes reagiram imediatamente: "você já tentou ir a uma loja de roupas e buscar algo específico para você e só encontrar na opção cor de rosa?", seguiram-se assim, vários depoimentos das crianças falando sobre suas experiências com situações em que o sexismo esteve presente.
Mais interessante ainda: as crianças parecem bem mais flexíveis que os adultos, que as constrangem (relato delas) quando preferem algo que em tese está direcionado ao gênero oposto.
O que eu percebo é que, finalmente, como reflexo das conquistas das mulheres da comunidade LGBTQIA+ ao longo dos anos, estamos formando gerações com mais consciência sobre os papéis de gênero atribuídos socialmente e sobre o direito de ser quem se deseja ser. Assim, tem incomodado cada vez mais meninos e meninas, a pressão por obedecer a determinadas limitações culturais relacionadas ao gênero.
Para as novas gerações, não existe mais cor de menino ou de menina. E nem brinquedo que seja exclusivo de um gênero.
A verdade é que as tarefas domésticas, os esportes e as possibilidades de vida estão sendo reinvidicadas por todos, que terem ter acesso a isso de forma igualitária.
E aí? O que podemos fazer para atender a essa necessidade de mudança que as próprias crianças apontam ser importante?