25/07/2025
Em nossas andanças recentes pela Serra Catarinense observamos alguns campos com vegetação nativa da erva-mate (Ilex Paraguariensis), uma beleza de paisagem as matas nativas dessa árvore da América do Sul que, na natureza, pode atingir uma altura de 12 a 16 metros e é cultivada na zona subtropical da região.
Suas folhas são usadas para fazer várias infusões muito populares e consumidas pelos povos sul-americanos, como o chimarrão, o tereré ou o mate cozido (semelhante a um chá). As origens da erva-mate remontam ao povo indígena guarani (que antigamente estavam presentes no território desde a Amazônia até o Rio da Prata) e sua história é muito antiga.
Acredita-se que o costume de consumir a erva-mate em infusões seja um legado direto do povo guarani que se estabeleceu na região ao longo do tempo, como relata a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).
A erva-mate é nativa das florestas da região Sul do Brasil, especialmente da Mata Atlântica, incluindo a Floresta com Araucárias. Além do Brasil, também é encontrada no norte da Argentina, Paraguai e Uruguai.
Essa nativa desempenha um papel importante na conservação ambiental, especialmente em áreas de Floresta com Araucárias, onde seu cultivo em sistemas agroflorestais contribui para a manutenção da biodiversidade e dos remanescentes florestais. O cultivo da erva-mate, muitas vezes realizado em propriedades familiares, também promove a sucessão familiar e reduz o êxodo rural.
O reconhecimento do cultivo de erva-mate em sistemas agroflorestais sombreados no Paraná como Patrimônio de Sistemas Agrícolas de Importância Global pela FAO destaca a importância da erva-mate para a conservação da floresta de araucárias e para a manutenção da cultura e identidade local.