06/04/2018
A independência do autista resulta de uma escolha que não se ensina.
Finalizo essa semana em prol da Conscientização do Autismo relembrando as ideias de muita lucidez de um estudioso do autismo, Maleval.
Ele afirma a importância e a necessidade de se ouvir os autistas. Os grandes especialistas não admitem que os autistas possam ter um saber digno de interesse sobre si mesmos. O discurso da ciência não se alinha à singularidade do sujeito, fazendo-o se calar.
Os terapeutas deviam deixar o autista ser o guia, sem apresentar soluções previamente concebidas para ele. Toda mudança significativa deveria vir do próprio sujeito.
Para Maleval, é incontestável que resultados equivalentes possam ser alcançados por meio de métodos mais respeitosos que os métodos educativos. A abordagem psicanalítica não foca apenas uma dimensão do sujeito: cognitiva ou afetiva. Usamos ferramentas e estratégias conforme cada caso para conduzir a criança para o processo de aprendizagem. O tratamento se apoia nos interesses do sujeito, enquanto que a aprendizagem disciplinada se baseia no saber do educador.