Fernanda Marchi Psicóloga

Fernanda Marchi Psicóloga Psicóloga clínica graduada em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas)

 A independência do autista resulta de uma escolha que não se ensina.Finalizo essa semana em prol da Conscientização do ...
06/04/2018



A independência do autista resulta de uma escolha que não se ensina.

Finalizo essa semana em prol da Conscientização do Autismo relembrando as ideias de muita lucidez de um estudioso do autismo, Maleval.

Ele afirma a importância e a necessidade de se ouvir os autistas. Os grandes especialistas não admitem que os autistas possam ter um saber digno de interesse sobre si mesmos. O discurso da ciência não se alinha à singularidade do sujeito, fazendo-o se calar.

Os terapeutas deviam deixar o autista ser o guia, sem apresentar soluções previamente concebidas para ele. Toda mudança significativa deveria vir do próprio sujeito.

Para Maleval, é incontestável que resultados equivalentes possam ser alcançados por meio de métodos mais respeitosos que os métodos educativos. A abordagem psicanalítica não foca apenas uma dimensão do sujeito: cognitiva ou afetiva. Usamos ferramentas e estratégias conforme cada caso para conduzir a criança para o processo de aprendizagem. O tratamento se apoia nos interesses do sujeito, enquanto que a aprendizagem disciplinada se baseia no saber do educador.

 O que pensam de si mesmos e do mundo os sujeitos autistas?Originalmente escrito em 1992 e traduzido somente em 2012 par...
05/04/2018



O que pensam de si mesmos e do mundo os sujeitos autistas?

Originalmente escrito em 1992 e traduzido somente em 2012 para o Brasil, essa é uma das biografias que inauguram esse tipo de diálogo sobre o autismo.

Donna Williams, autista e autora do livro, narra de forma corajosa como sempre somos levados a pensar os autistas à luz de nossas próprias observações, sem se haver ao que eles tem a nos mostrar.

Leitura interessante como entretenimento, importante como fundamento de saber acerca do autismo e como marco da voz dos autistas em publicações.

04/04/2018



Se você conheceu um autista, você não conheceu o autismo, você conheceu um autista.

Pra lembrar a singularidade e o quão mais complexo é o que há de constante no sujeito autista, para além de estereótipos do tipo "mas autista não tem empatia", "mas nem parece autista", " autista não olha nos olhos", "não gosta de estar com as pessoas", dentre tantas outras bobagens...

 O corpo importa para o autista?Quando nos dedicamos a ouvir o que os autistas têm a nos dizer, seus relatos, testemunho...
03/04/2018



O corpo importa para o autista?

Quando nos dedicamos a ouvir o que os autistas têm a nos dizer, seus relatos, testemunhos, suas biografias, há sempre uma particularidade, algo singular que se evidencia de forma constante: o acontecimento de corpo.

Mas o que seria tal acontecimento?

É como se pudéssemos nomear um fenômeno de borda nos sujeitos autistas, algo como um contorno, uma borda organizadora como um modo especifico de lidar com um corpo (seu próprio corpo) que é sempre “invadido” pelo outro, sem cessar.

Podemos questionar, mas invadido? Por quem? Quem é esse outro?

O acontecimento de corpo como fenômeno de borda, é tudo o que o autista usa para conseguir um limite mínimo entre si mesmo e o que vem de fora. É o efeito da língua, das palavras, de como nos comunicamos sobre o corpo.

Maleval em 2010, um grande estudioso dessa clínica, nos aponta que a borda é uma fronteira erguida pelo sujeito autista, entre seu mundo seguro e imutável e o mundo dos outros, sentido sempre como incoerente e angustiante para o autista.

Podemos observar isso claramente na clínica e no cotidiano do autismo. Por exemplo, quando numa necessidade nossa de tentar “enturmar”, normalizar, ou por vezes uma tentativa mais nociva travestida de boas intenções, “socializar” o autista sem se ater ao tempo dele, à suas vontades e preferencias, respeitando suas limitações, de forma radical os sujeitos autistas se sentem invadidos em seu mundo particular.

 Hoje é 2 de Abril. Dia Mundial da Conscientização do Autismo.Hoje se vê o quanto o autismo cresce. Não somente em númer...
02/04/2018



Hoje é 2 de Abril. Dia Mundial da Conscientização do Autismo.

Hoje se vê o quanto o autismo cresce. Não somente em números, estatísticas de diagnósticos e afins que não dizem muito sobre quem de fato eles são. Mas cresce como maneira de ser.

Estamos vivendo, desde Kanner em 1911, talvez a época em que mais se ouve a voz do autismo. A verdadeira voz do autismo.

Convicções, conceitos, "descobertas" estão sendo com frequência questionados e postos a prova por aqueles que desde sempre deveriam ser o centro do conhecimento a cerca do que é, de todo modo o autismo, que são os autistas.

Que consigamos dar voz e vez aos autistas. Sem hipocrisia e preconceito diante do que eles tem a nos dizer e nos mostrar.

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Sempre haverá perguntas sem respostas.___________________________________
05/02/2018

Sempre haverá perguntas sem respostas.

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O que é o Transtorno de Personalidade Borderline?Antes de tentar dar contorno a essa questão, vamos ao que é um transtor...
04/02/2018

O que é o Transtorno de Personalidade Borderline?

Antes de tentar dar contorno a essa questão, vamos ao que é um transtorno de personalidade?

Existe um Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais que se baseia em critérios específicos para fazer diagnósticos de condições mentais. É o DSM, que já está em sua quinta versão, ditando o que é que se entende como doença e o que não mais se entende como doença mental, mas enfim, prosseguindo...

E segundo esse manual os padrões persistentes de vivência que não condiz com o que é esperado pela cultura na qual o sujeito em questão está inserido, e de forma que esse padrão seja inflexível e comece na adolescência ou início da vida adulta, seja estável ao longo do tempo e leve sofrimento ou prejuízo ao sujeito que vivencia e aos indivíduos próximos a ele, pode-se caracterizar, que ele tenha um Transtorno de Personalidade.

E no que se constitui, então, o Transtorno de Personalidade Borderline (TPB)?

Em função de seus diversos sintomas e modos de se apresentar, é importante salientar que a mera descrição de sinais não configura a condição de ter o transtorno.

Os sujeitos que sofrem com essa condição apresentam imenso sofrimento psíquico, prejuízo no convívio social e sofrem demasiadamente sem entenderem o porquê de tanta instabilidade.

De forma geral, são pessoas que possuem padrões de relacionamento instáveis e intensos, caracterizado entre extremos de idealização e desvalorização.
Se esforçam freneticamente para evitar o abandono e tem na impulsividade o reflexo da desesperança e do sentimento de vazio crônico que sentem.

Apresentam uma raiva inadequada e intensa, assim como extrema dificuldade em controlar a mesma. Quando o sujeito acredita estar sem apoio, o desespero o leva a atos impulsivos, colocando em situações de riscos, caracterizando muitas vezes ideação suicida, de forma recorrente.

Possuem uma hipersensibilidade desordenada, por exemplo, é comum as pessoas se sentirem insultadas por palavras alheias insignificantes e daí, facilmente desenvolverem ideias paranóides.

Vivem uma condição de proximidade e afastamento, acolhimento e destruição do outro.

Com o border a ponderação não é uma opção, parecem viver a margem da fórmula do tudo ou nada. É certamente uma condição carregada de sofrimento e perdas, por isso é tão necessária a procura por ajuda especializada.

Qual valor tem o seu "não"?! 🤔Para que os pais possam dizer "não!" para um filho é preciso que esse "não!" primeiramente...
28/01/2018

Qual valor tem o seu "não"?! 🤔

Para que os pais possam dizer "não!" para um filho é preciso que esse "não!" primeiramente funcione para eles.

Quando não conseguem - por não contar com recursos - é necessário que busquem ajuda, pois seus filhos ficam sem uma contenção, como um "barco" sem direção!

É o que vemos acontecer nos dias atuais com as crianças que não param! Que dão muito trabalho na escola, que não respeitam os pais, professores... que batem, apanham, quando não conseguem lidar com frustrações e sofrem muito com isso.

É loucura do social acreditar que essas questões tem a ver com déficit orgânico e não com enfraquecimento das funções paterna e materna. Com o enfraquecimento das leis da linguagem.

Tecer.É isso que as mulheres fariam se fossem entregues à sua solidão.As mulheres  gostam de tecer.Tecer fios e ficções....
25/01/2018

Tecer.
É isso que as mulheres fariam se fossem entregues à sua solidão.
As mulheres gostam de tecer.
Tecer fios e ficções.
Só que nunca inventaram uma tecelagem para enviar às mulheres quando elas começam a não querer comer, quando ficam paralisadas, mudas, apaixonadas ou cegas.

(Holck, 2008)

2018 começou, e apesar de ser somente mais um corte que fazemos no tempo, um novo ano trás sempre cobranças de realizaçõ...
15/01/2018

2018 começou, e apesar de ser somente mais um corte que fazemos no tempo, um novo ano trás sempre cobranças de realizações concluídas e realizações por concluir...projetos, mudanças, desafios...

O que pouco se discute é o quanto isso pode ser danoso por exemplo, para quem vivencia uma condição depressiva.

A posição depressiva tem muitos viés e se manifesta com grande condição de dor para o sujeito que pouco entende o que se passa e hesita muito em pedir ajuda.

Muito se fala em depressão e pouco se entende e explica o que é tal estado. Nesse post também não me aprofundarei, mas deixo um pequeno vídeo com uma possível versão do que sente e experencia quem acorda com ela todos os dias.

Procure ajuda profissional ou leve ajuda a quem precisa 😉

Free áudio LEGENDADO em português e inglês Vídeo original: https://youtu.be/WyQkTJKhZLs Instagram: Angelsuicidal41 DOR, DEPRESSÃO, SUICÍDIO, AUTOMUTILAÇÃO. V...

"Sua Majestade o bebê"_______________________________Freud observa que o nascimento de uma criança nunca corresponde exa...
02/11/2017

"Sua Majestade o bebê"

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Freud observa que o nascimento de uma criança nunca corresponde exatamente ao que os pais esperam dela, pois o que eles esperam é a perfeição. Ele refere-se a isso escrevendo que os pais

[...] acham-se sob a compulsão de atribuir todas as perfeições ao filho [...] e de ocultar e esquecer todas as deficiências dele [...] A criança concretizará os sonhos dourados que os pais jamais realizaram [...] O amor dos pais, tão comovedor e no fundo tão infantil, nada mais é senão o narcisismo dos pais renascido, o qual, transformado em amor objetal, inequivocamente, revela sua natureza anterior (Freud, 1914/1974, p.108).

Assim, os pais (ou qualquer outro adulto) sempre idealizam a criança (é inevitável). Esperam que ela seja inteligente, educada, obediente, boa aluna, asseada, ordeira, etc., enfim, uma supercriança que se transformará num superadulto.

Como é impossível para qualquer ser humano atingir a perfeição, quanto mais se espera de uma criança, mais ela pode fracassar, e esse fracasso pode ser até “saudável”, na medida em que fracassar diante de um ideal inatingível é a condição de buscar um caminho próprio, de buscar usufruir suas características específicas e singulares.

Em troca, quando, em vez de questionar, os pais apenas demandam e nada querem saber, eles costumam idealizar desmedidamente a eficácia do analista e esperam dele a concretização de seu anseio de que a criança preencha todas as suas expectativas e não danifique seu narcisismo.

Texto de Alba Fresler.

 Ambientados um na Índia e o outro no Irã, a dica de filme hoje é um apelo à consciência, à reflexão e tomada de atitude...
29/10/2017



Ambientados um na Índia e o outro no Irã, a dica de filme hoje é um apelo à consciência, à reflexão e tomada de atitude que não andamos tendo.

"The Índia´s Daughter" e "O dançarino do deserto" não é sobre o Brasil, mas poderia ser.

O primeiro, um documentário perturbador que relembra o estupro coletivo da estudante de medicina Jyoti Singh em 2012 e a revolta popular que se seguiu.

Nele podemos ver quão importante é o poder da cultura, e as consequências do pensamento machista incrustado numa sociedade sem instrução à mercê de um governo totalitário que como uma catraca só busca girar a ignorância no seu povo. É muito impactante.

O segundo, se revela uma voz contra a censura. Sobre o poder da liberdade e da livre expressão.

No Irã dançar é proibido. É pecado. É considerado um ato transgressor.

O ato de dançar...

Parece absurdo à nós, mas parando para analisar com mais cuidado pode-se observar no Brasil uma sociedade cada vez mais moralista dando passos equivocados.

Enfim, excelentes filmografias, boa sessão!

Endereço

Nova Venécia, ES
29830000

Telefone

2737523478

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