18/08/2021
Uma das principais combinações que faço com os pacientes no consultório é a redução do consumo de alimentos ultraprocessados. Ou seja, aqueles alimentos que passaram por maior processamento industrial e, no geral, possuem alta adição de açúcares, gorduras e aditivos alimentares. São alguns exemplos deste grupo: salgadinhos, chocolates, refrigerantes, barras de cereal, shakes para substituir refeições, nuggets...
Por que essa combinação é importante?
1️⃣Este tipo de alimento acaba substituindo refeições tradicionais baseadas em alimentos in natura ou minimamente processados. Por serem convenientes e práticos, muitas vezes nem precisamos sentar a mesa para consumi-los, o que nos faz cozinhar menos e, assim, diminuir a ingestão de alimentos saudáveis como arroz, feijão, proteínas animais ou vegetais.
2️⃣Gera um consumo exagerado e “despercebido” de calorias, o que acaba prejudicando o mecanismo de controle da fome e saciedade. Quando olhamos para as porções dos principais alimentos ultraprocessados, percebemos que estas podem ser “pequenas”, porém, com uma grande quantidade de calorias.
3️⃣O alto consumo de alimentos ultraprocessados é associado com maior chance de desenvolvimento de obesidade em todas as idades.
4️⃣Causam impacto negativo na cultura, na vida social e no meio ambiente já que maioria destes alimentos não faz parte da nossa cultura alimentar.
5️⃣Possuem uma composição nutricional desbalanceada: ultraprocessados tem maior densidade energética (alta quantidade de calorias mesmo em uma porção pequena), gordura saturada, gorduras trans, sódio e açúcar. Além disso, possuem baixo proporção de nutrientes como fibras, proteínas, micronutrientes (vitaminas, minerais) e água.
Eu sei que estes alimentos são super palatáveis, práticos, fáceis de carregar e podem ser muito baratos, mas entender o que nos faz optar por ultraprocessados ao invés de opções mais saudáveis é um ponto chave para que possamos traçar estratégias pensando na mudança de hábitos.