31/08/2025
Vim escrever este texto em forma de desabafo, porque ando cansada de perceber a falta de evolução do sistema hospitalar em relação à assistência ao parto.
Percebo que a minha profissão como fisioterapeuta, assim como muitas outras, ainda é desconhecida quanto à sua importância nesse processo da mulher. Muitas vezes é taxada como algo “fútil”, com comentários como: “ah, é só massagem”, ou “não pode entrar porque você não é essencial”. E digo com todas as letras: isso PRECISA acabar.
Vejo que há muita desinformação por parte das equipes que atuam em hospitais — enfermeiros, técnicos e médicos também. Alguns não sabem a importância do fisioterapeuta em sala de parto e não respeitam nossa presença nesse processo.
Eu cursei faculdade de Fisioterapia durante cinco anos, me especializei em Fisioterapia em Saúde da Mulher, com atuação em Uroginecologia e Obstetrícia. Tenho 10 anos de formada, com inúmeros cursos de capacitação e atualizações nessa área, envolvendo toda a abordagem de assistência gestacional e pós-parto. E sim, eu mereço RESPEITO! Sempre vou cobrar isso de qualquer pessoa, porque foram anos de investimento — altíssimo, por sinal: financeiro, mental, emocional e de tempo.
Estar fora de casa, madrugada adentro, deixando compromissos de lado, a família, eventos importantes e viagens, para dar assistência a uma mulher no momento mais especial e marcante da vida dela. E, durante esse processo, ser “expulsa”, “ofendida”, receber olhares que desvalorizam e questionam a importância do meu trabalho, como se não fosse essencial… Sim, isso acontece! Acreditem! Eu luto contra isso diariamente, mesmo com tanta informação disponível, e jamais vou permitir que isso aconteça comigo e com a minha profissão.
A Fisioterapia é ESSENCIAL em sala de parto, assim como toda a equipe médica. Colocar a paciente diante de uma escolha como “ou a fisioterapeuta ou o marido” é absurdo. Eu não sou acompanhante da paciente. Eu sou parte da EQUIPE DE SAÚDE.
Continua nos comentários…