18/10/2025
Ainda me lembro do cheiro de iodo, dos sapatos sujos de sangue, da roupa branca… Do bipe tocando, do meu pai saindo para atender uma ligação e, muitas vezes, indo direto para o hospital.
Minha infância foi marcada por cenas como essa: meu pai deitado na rede com uma pilha de livros ao lado, estudando e contando novidades como uma criança empolgada com um brinquedo novo. Ele era esse tipo de médico.
Influenciada por ele, entrei na faculdade aos 17 anos e finalizei minha formação aos 28, com duas residências médicas e mais uma especialização.
A medicina muitas vezes é vista como um sacerdócio — e, de certa forma, é. Enfrentamos longas jornadas, plantões noturnos, trabalhamos em fins de semana e feriados, enquanto todos estão se divertindo. Muitas vezes, não conseguimos cuidar nem da nossa própria saúde, tampouco dar atenção a quem mais amamos.
Mas a vida é feita de fases. Ao longo desses anos, amadureci. Tive amigos e mestres incríveis. Sou grata a tudo.
Hoje, exerço minha profissão de maneira ainda melhor do que um dia sonhei. Quem conhece meu comprometimento com minhas pacientes sabe do que estou falando.
Neste Dia do Médico, honro meu pai, minha jornada e minhas pacientes.
Vocês sempre terão o melhor de mim.
Obrigada. 🙏🏻