25/04/2016
Vacina H1N1 e síndrome Guillain Barré há o que temer?
Vacina Influenza/H1N1 e S. de Guillain-Barré: a verdade sem sensacionalismo.
Eu sei que os tempos são difíceis.
Que a informação vem como um tsunami e pipoca no seu Whatsapp, Facebook, Instagram, Periscope e Snapchat ao mesmo tempo.
E que boatos rendem audiência, tal qual notícia ruim.
Eu sempre busco a verdade na ciência. Não que ela seja perfeita, mas ela é a rocha sólida que temos para nos apoiar e não a areia movediça do sensacionalismo.
Como não abordei sobre essa questão na minha postagem sobre Mercúrio, Narcolepsia e vacina para influenza/H1N1, quero desmistificar mais esse boato bem recente.
Não queria tomar o tempo de vocês e fazer textão, então vou ser direto:
- É dez vezes mais provável você ter Síndrome de Guillain-Barré (SGB) após a INFECÇÃO por Influenza, H1N1 incluída, do que após a vacinação.
- Os estudos que vou colocar no final avaliaram esses riscos e
a realidade é a seguinte:
A cada 1 milhão de doses de vacina, existe o risco do aparecimento de 1 caso de SGB, e apesar da plausibilidade biológica, nenhum estudo ainda pode explicar completamente o mecanismo.
A cada 100 mil pessoas que pegam Influenza, UMA desenvolve SGB (10 vezes maior risco). Há vários estudos que comprovam essa causalidade, inclusive com mecanismo biológico explicado.
Esse risco é maior, quanto mais casos de Influenza ocorrerem e quanto menor for a eficácia da vacina e também é maior nos grupos de maior risco.
Portanto, quanto menos vacinar os grupos de maior risco, mais Influenza e mais SGB, compreenderam?
Anualmente, mesmo com a vacinação, ocorrem cerca de 5 milhões de casos graves por Influenza no mundo e entre 250-500 mil mortes.
Entendem que é uma questão de risco/benefício?
Cada vez que você pega um avião, você se submete ao risco de 1 acidente mortal a cada 2 milhões de decolagens.
Cada vez que você sai de carro, você tem um risco 26 VEZES MAIOR de ter um acidente mortal.
Se você pudesse escolher, andaria de avião todos os dias, ou de carro?
Se você pudesse escolher, baseado no risco de ter SGB, tomaria a vacina ou arriscaria a doença?
Você decide.
O risco ínfimo do efeito da vacina ou o risco não negligenciável da doença e suas possíveis consequências?
Compartilhem à vontade!!!
Flávio Melo, Médico Pediatra. CRM 5239/PB - RQE 3065
http://wwwnc.cdc.gov/eid/article/21/2/pdfs/13-1879.pdf
http://www.thelancet.com/journals/laninf/article/PIIS1473-3099(13)70104-X/abstract