10/02/2016
VAZIO EXISTENCIAL
O vazio existencial associado à solidão. Segundo May (1982) o vazio e a solidão são males do nosso mundo contemporâneo. Sendo a solidão uma das características que o homem vivencia, e que quer evitar. Que de certa forma, ao longo da história do homem, houve sempre um esforço constante para destruir sua própria solidão:
A solidão é uma ameaça violenta e penosa para muitos que não possuem a concepção dos valores positivos do isolamento a até se assustam com a possibilidade de f**ar sós. ...a sensação de vazio e a solidão andam juntas. Quando alguém fala do rompimento de uma relação amorosa, raro, manifesta tristeza ou humilhação pela conquista perdida, diz que se sente vazio. (MAY, 1982 p. 23)
Portanto, este sentimento é penoso e ameaçador ao ser humano, já que ele não consegue vê-lo de modo positivo. Muito pelo contrário, percebe-o como insulto à condição humana, avassalador e temido, já que o homem f**a com a possibilidade de sentir-se só. Mas a solidão é uma maneira de encontrar-se consigo mesmo. A sensação de vazio que a pessoa humana sente é um vácuo muito grande, na qual sente-se incapaz de conduzir a sua própria existência neste mundo.
E há de se instalar esse sentimento de vazio, nos dias de hoje, quando a relação amorosa não se concretiza como gostariam ou rompem a conquista. Instala-se o vazio e, consequentemente, as pessoas se deparam com a solidão.
E “a sensação de isolamento ocorre quando a pessoa se sente vazia e amedrontada.” (ibidem, p. 24), mas a necessidade de aproximação do outro surge da vontade de preencher o próprio vazio.
“É aceitável querer f**ar só temporariamente, para desligar-se de tudo... mas se alguém gosta de estar sozinho, como preferência pessoal, é inconcebível que uma pessoa fique sozinha por livre escolha” (ibidem, p. 26) Na nossa atualidade observamos que f**ar só não é aconselhável. Isso nos faz compreender a ideia de que as pessoas sentem mais medo da solidão.
Angerami-Camon (1990) cita outro termo, ´tédio existencial’, que é uma sensação de dor por não estar realizando os objetivos da própria vida. É o sentimento de estar estacionado no tempo e no espaço:
Milhares de pessoas estão sempre insatisfeitas, sempre sonhando com condições ideais para vencer e crescer. No tédio a temporalidade é comprometida. E tédio é algo permanente, o tempo é sentido como comprido. Não existe dimensão de futuro verdadeiro, ou de passado rico em experência. O presente nada signif**a. Vazio, solidão, cansaço de existir. Os quadros das pessoas no domingo à tarde, quando a vida, nua e crua, chega e diz: “ olha, essa é a sua vida. E o tempo passando...” (May, 1990, p. 26)
Infelizmente é uma realidade do nosso mundo contemporâneo. Vivemos como se o tempo fizesse parte de nós, ou melhor, não vivemos, apenas estamos neste mundo. Pois se o homem não buscar crescer e amadurecer o tempo realmente se abstrai e passa, para aqueles que permanecem sem dar passos em direção ao seu próprio caminho.
Para Frankl (2006), de fato, dar sentido a própria vida é sair do tédio, do vazio, da solidão, encarando-os. Mas isso depende de cada um. Cada vez mais o homem moderno é acometido de uma sensação de falta de sentido, que geralmente vem acompanhada de uma sensação de “vazio interior”, aquilo que descrevi e denominei de “vazio existencial” ( p. 78)
O autor explica que a sensação de vazio é falta de sentido pra vida; que ele denomina o vazio existencial e que se manifesta através de tédio e indiferença. Seria uma perda pelos interesses, por não estar realizando objetivos e metas traçadas a cada dia. É a indiferença que retrata não só o ser individual, mas a sociedade moderna, que não se empenha para uma melhoria pequena, para um mundo sentido e mais humano.
Em última análise sobre o texto acima, pode-se verif**ar que:
"Nenhuma época acumulou conhecimentos tão numerosos e tão diversos sobre o homem como a nossa. Nenhuma época conseguiu apresentar seu saber acerca do homem sob uma forma que nos afeta tanto. Nenhuma época conseguiu tornar esse saber tão facilmente acessível. Mas, também nenhuma época soube menos o que é o homem” (Heidegger (1976) apud, ANGERAMI-CAMON, 1990, p. 92)