05/07/2016
DIA DOS PAIS – 2º DOMINGO DE AGOSTO!!!!
UM PRESENTE ORIGINAL E ÚNICO !!!
Por que estou dando relevância ao Dia dos Pais? Não é só comércio?
Não posso negar esta evidência que fundamentou a data. É a expectativa de sustentar algum bom momento que vivem os comerciantes ou alavancar vendas quando estão em baixa.
Camisas, sapatos, pastas para escritório, calças, agasalhos, são os presentes convencionais que dão significado à homenagem para aqueles que nos orientaram, educaram e nos fizeram pessoas!
Lembrei-me com carinho do meu pai que não mais está comigo, e as recordações me inundaram. Natural de Pirassununga e cultivando a ideia de um dia poder voltar a morar no interior, comentava sobre suas peraltices e seu contato com um mundo que eu não vivi. Aprendi nomes de passarinhos que faziam parte da cidade como Tziu, Canários da Terra, Pintassilgo, Fogo Apagou; aprendi a admirar meu avô com quem tive pouca convivência, aprendi que o fogão a lenha fazia parte da vida da minha avó junto com o bule de café e o coador de pano.
Mas, não me aprofundei, não perguntei “ ... e o que mais?”, não indaguei sobre sua juventude, sua proximidade ou não com os irmãos, sobre sua decisão de vir para São Paulo; não explorei o desejo que tinha de voltar a uma cidade pacata. Soube o que uma conversa informal traz de informações e que se esvaem com o tempo. Nada mais.
Que pena! Tanta riqueza de vida, sem registro! Não importa se bem sucedido, se pobre ou rico, se teve mais alegrias ou tristezas, se a vida lhe sorriu ou a luta foi grande. Refiro-me ao quanto perdemos por não termos uma história contada com emoção. Como teria sido prazeroso, gratificante para ele, ter dividido estas lembranças, ter compartilhado, ter percebido meu interesse e curiosidade e o quanto eu ganharia em saber detalhes, hábitos, costumes, tipo de educação, de uma geração que, se por um lado, não fiz parte, por outro lado, sou parte integrante dela ... pois confisquei geneticamente, tudo o que sou!!! Minha origem, minha célula mater, meus gens foram doados pela geração passada.
Foi vivendo e convivendo, percebendo as perdas quando me vejo a perguntar “ mas quando será que foi isto? E seus avós, quem eram? Como se divertiam? De onde veio meu sobrenome? Etc etc etc que fico pensando o quão rico seria se tivesse registrado respostas às indagações que eu deveria ter feito. Tias e tios velhinhos tentaram me relatar fatos mas meu ouvido não estava preparado para ouvi-los. Pequei por não ter dado a atenção que buscaram e deixei de obter riquíssimos conhecimentos sobre a minha história passada.
Saber da Revolução de 32 por livros de história é tomar conhecimento da cientificidade dos fatos mas, saber da Revolução de 32 pelo relato de quem viveu este aspecto bélico, é completamente diferente. É um relato emocional que não se compra nos livros. Ouvir depoimento como “ ... mostravam fotos de um Brasil de clima semelhante à Polônia, com paisagens lindas e chegar aqui, ser levada para Ribeirão Preto no verão ... não tinha nada daquilo que a gente esperava ... tudo diferente ... comida, clima ...”, traz um significado para quem conta, a valentia e garra que precisaram ter e, para quem escuta, uma emoção única pelo ineditismo dos fatos.
F**a aqui exposta a minha opinião. Já trabalhei com educação e sempre tive consultório. Atualmente, dirijo meu olhar a este tipo de registro, sendo a gratificação profissional, inconteste.
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Eneida Souza Cintra