01/11/2020
Você já sentiu simpatia ou antipatia por alguém que acabou de conhecer? E, por acaso, já se apaixonou à primeira vista? Situações como essas e muitas outras, aparentemente inexplicáveis, podem acontecer com qualquer pessoa, já que ao vermos um rosto pela primeira vez, em frações de segundos, nosso inconsciente decide se estamos diante de um amigo(a) ou inimigo(a).
Essa habilidade, que sempre foi essencial para a nossa sobrevivência como espécie, continua atuando hoje em nosso psiquismo nos protegendo muito mais de ameaças subjetivas do que objetivas. Isso significa que, se há milênios de anos, nossos ancestrais usavam essa percepção importante para garantir sua sobrevivência a fim identificar perigos reais como um leão, um jacaré ou uma cobra! Hoje, essa percepção faz com que identifiquemos (inconscientemente) ameaças de sobrevivência subjetiva (em geral sociais). Por exemplo as ameaças de nãos sermos amados, bem vistos ou populares.
Isso explica porque a ansiedade é o sentimento mais experimentado por nós na contemporaneidade, dado que vivemos em estado de alerta para comprovar “quem somos” socialmente. E aí estão as redes sociais para intenaificar ainda mais essa sensação, já que na linguagem das redes sociais essas ameaças subjetivas ficam expressa por números de seguidores, curtidas ou comentários críticos a respeito do que postamos, entre outras coisas.
Um forma eficiente - e que também funciona como um primeiro passo para desenvolver defesas mais eficazes para lidarmos com o atual contexto no qual vivemos, é o ganho de autoconhecimento.
O autoconhecimento tem a poder não só de nós conectar mais conosco mesmo e, dessa forma, nos proteger de tanta ansiedade, mas nos dá também dicas - e as vezes certezas - sobre fantasias inconscientes que potencializam essa sensação de ameaça.