09/12/2025
Uma vida baseada em baladas, excessos e s**o casual costuma ser vendida como sinônimo de liberdade e felicidade. Mas, pela psicanálise, sabemos que nem sempre é assim. Muitas vezes, esse estilo de vida funciona como uma tentativa de preencher vazios internos, aliviar angústias ou escapar de conflitos que ainda não foram elaborados. O sujeito busca estímulos constantes porque teme o silêncio, a solidão e o encontro consigo mesmo — justamente os espaços onde o inconsciente fala mais alto.
Freud já dizia que o prazer imediato não garante bem-estar duradouro. Ao contrário: quando o eu está fragilizado, ele se apoia em gratificações rápidas para evitar o contato com suas verdadeiras dores. O problema é que, passada a euforia da noite, o vazio retorna, às vezes até maior. A pessoa sente que vive muito, mas não se encontra em lugar nenhum. E é nesse ponto que percebemos que o gozo pelo gozo não sustenta uma vida psíquica consistente.
A psicanálise mostra que o ser humano deseja, acima de tudo, vínculo. Quer ser reconhecido, visto, acolhido. Nenhuma festa substitui o sentimento de pertencimento, nenhuma aventura substitui a construção de uma história, e nenhum prazer momentâneo substitui o amor. O que realmente nos fortalece é a possibilidade de ser quem somos sem máscaras, de encontrar um outro que nos contemple e de construir laços que sustentem nossa identidade.
No fim, a verdadeira felicidade não está na intensidade do que vivemos por algumas horas, mas na profundidade do que construímos ao longo da vida. A felicidade está em se sentir amado e amar. Na família.