09/10/2012
SOBRE ABUSO SEXUAL INFANTIL
O Ministério da Saúde (Brasil, 2001) define que violência sexual é toda ação na qual uma pessoa em relação de poder e por meio de força física, coerção ou intimidação psicológica obriga outra pessoa ao ato sexual contra a sua vontade. Ou que a exponha em interações se***is que propiciem sua vitimização, da qual o agressor tenta obter gratificação. A violência sexual pode ocorrer na forma de estupro, s**o forçado no casamento, abuso sexual infantil, abuso incestuoso e assédio sexual.
Os sinais físicos são raros, mas podem se manifestar através de hiperemia, edema, hematoma, escoriações, fissuras, rupturas, sangramentos, evidência de DST e gravidez. Já os sinais psicossociais são: dificuldade de aprendizado, fugas de casa, queixas psicossomáticas, mudanças súbitas de comportamento, fobias, pesadelos, rituais compulsivos, comportamentos autodestrutivos ou suicidas, comportamentos sexualizados, isolamento, aversão ou desconfiança de adultos, labilidade emocional, entre outros.
Conforme a idade em que ocorreu o abuso, Ancona-Lopez et al. (1997) acreditam que algumas crianças tem lembranças muito confusas e demoram a entender o que se passou. Quanto menor elas forem, menos condições terão para discernir a diferença entre um carinho e uma carícia, mesmo porque muitas vezes os dois vêm juntos. A confusão de sentimentos é muito grande, pois é normal que sensações prazerosas se misturem com o mal-estar, e também é possível que a criança se envolva com a situação. É comum que se sinta culpada e se responsabilize pela punição que o abusador vier a sofrer (principalmente se for o pai ou o padrasto), permanecendo em uma situação de conflito entre o desejo de que o agressor seja punido e o fato de não querer que alguém por quem sente afeto seja prejudicado. A criança tem medo de falar e não costuma fazê-lo enquanto o agressor não for afastado, porque quase sempre é ameaçada ou coagida a guardar segredo (tanto pelo agressor, como por outros membros da família), o que a leva a tornar-se dissimulada
Azevedo, Guerra e Pinto Junior (2003) apontam que, no processo de investigação da violência, o papel do profissional, e mais especificamente do psicólogo, é de vital importância, pois a ele cabe levantar evidências sobre a possibilidade da violência sofrida e sua natureza. O profissional deverá avaliar a gravidade do acontecimento, seu impacto sobre a vítima e os demais membros da família, buscando investigar, principalmente, o risco e o funcionamento psíquico desta vítima.
O processo de psicoterapia (Biancofiori, Leoncio e Tardivo, 2008)junto à investigação é de extrema importância a fim de acolher o sofrimento emocional da criança e possibilitar um ambiente sigiloso em que a criança possa falar ou expressar-se sobre a violência sofrida sem sofrer ameaças que são normais do abusador. E assim ter a possibilidade de elaborar o trauma do abuso sexual sofrido.