27/08/2020
" Se eu for ser sua psicóloga, preciso que saiba que não posso te prometer felicidade, talvez te ajude a encontrá-la.
Não posso te prometer o tipo de cura que você deseja, mas talvez, juntos conseguiremos uma melhor, uma cura que se sustenta, talvez encontraremos algo mais profundo, mas não há garantias.
A cura de que te falo, não é uma com ausência de sofrimento, de dificuldades, de dores ou de problemas, te falo de fortalecimento.
Preciso que saiba, que ao me encontrar algumas vezes, não sentirá uma grande mudança, talvez sinta algum alívio ou mexa em coisas que te faz sofrer ainda mais, são aspectos comuns que podem surgir no processo de psicoterapia.
Não conseguiremos algo real rápido, você tem uma vida inteira de coisas que foram acontecendo e construindo crenças sobre o mundo, foram anos de construção da sua maneira de ver o mundo e atualmente isso implica em como você vive a vida. Olha quantas coisas precisamos rever!
Eu não pretendo que passe a vida inteira fazendo um trabalho comigo, mas talvez precisaremos ter uma boa jornada pela frente juntos.
Isso não signif**a, que existem casos que não seja possível fazer algo mais breve e ter um ótimo resultado, sim, é possível, mas como disse, não há garantias.
Preciso que saiba, que seu investimento não será em mim, mas em você mesmo e o trabalho só terá resultados se você se implicar também.
Entenda, quando estiver fazendo psicoterapia, isso não acontece só no momento da sessão, você está em psicoterapia o tempo todo.
Assim, a psicoterapia não visa apenas conversas e desabafos para aliviar algo naquele momento, ela visa mudança na sua vida e é por isso que às vezes iremos tocar em coisas dolorosas e será sofrido estar ali comigo.
Haverá dias em que irá sentir muito carinho por mim, outros dias sentirá raiva e pode ser que não queira me ver, mas precisará se esforçar, enfrentar suas resistência e ir mesmo assim.
Enfim, se conseguir compreender essas questões e seguir o processo de modo adequado, ter paciência e se implicar, teremos grandes resultados."
Texto: Lucinda Gomes | Psicóloga