02/12/2025
Forçar uma superação que não aconteceu de verdade é como colocar uma roupa bonita por cima de um machucado aberto: por fora parece tudo bem, mas por dentro continua latejando.
E quanto mais a gente tenta convencer o mundo — e a nós mesmas — de que já superou, mais longe ficamos da cura real.
Mascarar emoções é um mecanismo comum. A mente tenta proteger, esconder, empurrar para depois. Só que o preço é alto: ansiedade que cresce, sensações de vazio, exaustão emocional e aquele sentimento silencioso de estar sempre “atuando”. A verdade é que ninguém deveria ser forte o tempo todo.
Força também é reconhecer quando a alma está cansada.
Algumas formas mais saudáveis de lidar com isso:
• Nomeie o que você sente.
Parece simples, mas é transformador. “Eu tô triste”, “Eu tô com medo”, “Eu tô decepcionada”. Quando você nomeia, você tira o peso da confusão.
• Pare de competir com sua própria dor.
Não existe prêmio por superar mais rápido. Cada história tem seu tempo e sua camada de complexidade. Aceitar isso já traz metade da leveza.
• Dê pequenos espaços para sentir.
Cinco minutos no banho, no carro, antes de dormir. Sem julgamento. Só sentir. Emoção que é acolhida não vira sintoma.
• Procure suporte.
Uma conversa terapêutica, um espaço seguro… ajuda você a enxergar o que sozinha talvez fique turvo. Não é sobre fraqueza, é sobre maturidade emocional.
• Não esconda o cansaço de você mesma.
Você pode estar funcionando, trabalhando, cuidando de tudo… mas ainda assim pode doer. E tudo bem. A vida emocional não segue o ritmo da agenda.
A verdadeira força não está em parecer inabalável, mas em se permitir ser humana: com as fases, as pausas, as quedas e as reconstruções. É aí que a cura começa de verdade.