02/12/2025
Cada vez mais crianças chegam ao consultório com atraso de fala — e a maioria delas tem em comum o mesmo cenário: excesso de estímulos visuais e falta de interações reais.
O cérebro da criança aprende linguagem de forma ativa, através da troca com o outro: olhar, gesto, imitação, pausa, tentativa e resposta.
Quando essa troca é substituída por telas ou por estímulos passivos, o cérebro deixa de praticar os circuitos responsáveis por atenção conjunta, simbolização e memória auditiva — pilares da linguagem oral.
O resultado é um cérebro que ouve, mas não processa; que vê, mas não interpreta.
A fala não se atrasa por falta de vontade, mas por falta de oportunidade neural.
Diminuir o tempo de tela, br**car com presença e falar com intenção são estímulos tão poderosos quanto qualquer exercício terapêutico.
O cérebro aprende o som da voz antes de aprender o som das palavras.